Em seu endereço próprio na rede social Facebook, o prefeito natalense Carlos Eduardo Alves (PDT) rebate crÃticas, insinuações ou acusações diretas relacionam rebeliões e fuga em massa, do PresÃdio Estadual de Alcaçuz (em NÃsia Floresta), a construção desse equipamento em área de dunas.
Para Carlos, essa linha de raciocÃnio é estapafúrdia: “Dizer que o erro maior foi construir numa região de dunas é pura falácia. Como se a condição do terreno determinasse a degradação que leva um ser humano a matar outro ser humano com alto grau de crueldade para ganhar prestÃgio entre os demais. É querer zombar da inteligência alheia”, argumentou.
Veja abaixo, a Ãntegra de seu artigo:
Em determinado perÃodo de sua rica história, o Rio Grande do Norte pode ostentar a marca de ter um dos mais avançados sistemas prisionais do paÃs, implantado praticamente a partir do nada. Isso ocorreu nos anos 90, quando assumimos a Secretaria de Justiça e Cidadania no Governo Garibaldi Filho.
A Secretaria era responsável apenas pelo presÃdio de regime fechado João Chaves, construÃdo há 30 anos em Natal que ficou popularmente conhecido como Caldeirão do Diabo por registrar uma morte de detento a cada mês, e a penitenciária Mário Negócio, de regime semiaberto, em Mossoró. Pois bem, em apenas 3 anos, vencemos a inércia para implantar no Estado um completo sistema prisional.
O Caldeirão do Diabo, situado dentro da área urbana de Natal, no coração da Zona Norte, deixou de existir. ConstruÃmos a Casa Albergue para o regime aberto e o Hospital de Custódia ou manicômio judiciário com 51 leitos. Até então, presos com problemas mentais eram enviados para a vizinha ParaÃba. Além disso, criamos dois pavilhões de regime fechado em Mossoró e duas novas penitenciárias de regime fechado, em Caicó e Alcaçuz, esta última referência nacional pelo respeito aos direitos humanos. E ainda demos inÃcio à construção das Cadeias Públicas de Natal e de Mossoró.
Assim, o Estado livrou-se da superlotação de presos e pela primeira vez passava a contar com um sistema que englobava todos os regimes previstos na Lei de Execuções Penais, complementado pelo Patronato, projeto-piloto para dar curso às penas alternativas, por sinal uma das primeiras unidades no Brasil e modelo visitado por representantes de mais de uma dezena de Estados.
Vale dizer que a construção de Alcaçuz seguiu os padrões internacionais recomendados pelas Nações Unidas na Conferência do Cairo de 1997 e adotados pelo Ministério da Justiça. Além disso, a obra teve acompanhamento sistemático da OAB, do Ministério Público, do Tribunal de Justiça, do Conselho Penitenciário e de representantes das igrejas católica e evangélica.
Hoje, Alcaçuz é escárnio nacional, com cenas deprimentes de uma rebelião sangrenta, levadas pela TV ao paÃs e ao mundo. Dizer que o erro maior foi construir numa região de dunas é pura falácia. Como se a condição do terreno determinasse a degradação que leva um ser humano a matar outro ser humano com alto grau de crueldade para ganhar prestÃgio entre os demais. É querer zombar da inteligência alheia.
É verdade que desde sua inauguração em 1998, há quase 20 anos, o presÃdio sofreu a falta de investimentos em manutenção e todo um trabalho de assistência aos apenados foi deixado de lado. Quantos e quantos anos perdidos. Quanta omissão!
Alcaçuz se tornou um depósito de presos. Um campo de concentração para onde são enviados criminosos perigosos e também pessoas que cometeram pequenos delitos e poderiam, acredito sim, voltar a conviver em sociedade. Um crime contra o nosso Estado e a nossa sociedade. Porque é fácil perceber que Alcaçuz não tinha problema estrutural, mas conjuntural. Faltou sempre um maior efetivo de policiais e também a formação adequada de um quadro de agentes penitenciários. Não foi o local escolhido como trombeteado por aÃ.
O argumento de que o presÃdio deveria ser construÃdo em outro local, longe de Natal, também não leva em conta a legislação com farta jurisprudência no STF que assegura o cumprimento da pena perto da famÃlia como forma de contribuir para sua ressocialização.
Carlos Eduardo.
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Perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado.
É muita cara de pau e desfaçatez desmedida desse componente oligárquico. Querer justificar a construção de um presÃdio sobre dunas é incorrer no mais ridÃculo e hilário que se possa dimensionar. Isso sem falar no superfaturamento da obra. Até hoje se desconhece o motivo do silêncio sepulcral sobre o processo que apura tal “incidente” de emprego de 12 milhões na construção do dito PresÃdio de alcaçuz. Uma lástima, pois.
Quando vi a mentira: “o caldeirão do diabo deixou de existir”, deixei de ler. O que deixou de existir foi vergonha no poder público. Eu fui a Alcaçuz, dias antes da sua inauguração, na companhia de Agnelo Alves e seu filho, autor do texto. Era tudo muito organizado e bem distribuÃdo. O que eu não sabia era sobre a facilidade de furar túneis, pois imaginava-se segurança de fundações e lages. Ninguém acusou Alcaçus das chacinas. A acusação, procedente, é da feitura defeituosa em área de areia. Eu fui preso, por mais de ano na Colônia Penal, caldeirão do Diabo, e nunca soube de túneis naquela merda. Aliás, toda prisão é uma merda, ou melhor, uma fossa cheia. Merda maior é ver justificativas sobre o que não se justifica…
Grande François Silvestre. A localização inadequada do presÃdio foi, acima de tudo e inequivocamente apontada pela facilidade de se cavar túneis em terreno arenoso. Essa a questão .
NÃO FOI UM EQUIVOCO , FOI UM GRANDE NEGOCIO PRA FAMILIA.