Depoente diz que “Silvinho” armou gravações em campanha de 2008

Em depoimento ao juiz Pedro Caldas, da 34ª Zona Eleitoral, no dia 8 passado (veja matérias mais abaixo), Magno Rocha de França deixou claro: o jogador de baralho, sinuca e galista Sílvio Rebouças, amigo íntimo de Gustavo Rosado, chefe de Gabinete da Prefeitura de Mossoró, executou plano para gravações que prejudicassem candidatos oposicionistas.

Magno gravou conversas ao telefone com interlocutores ligados aos candidatos Lahyrinho Rosado (PSB) e Larissa Rosado (PSB), conhecidos como “Bira” e Valney Moreira. Tudo em plena campanha 2008.

Veja abaixo alguns trechos do termo de oitiva:

“(…) Respondeu ainda o depoente: que fez a gravação junta nos autos atendendo a um pedido de Sílvio Rebouças; que conhece Sílvio Rebouças como Sílvio dos Galos; que não recebeu nada para realizar a gravação; que a fez por amizade a Sílvio e que se soubesse que a coisa iria tão longe não teria feito a coisa; que não sabe precisar o mês em que se deu a gravação da conversa telefônica”;  

“(…) Que não conhece a pessoa de Gutemberg Alfredo da Silva; que quase todos os dias anda no Vuco-Vuco; que pelo nome Gutemberg dos Reis dos Móveis pode identificar a pessoa, pois já trabalhou com o mesmo na Nordeste Segurança”;

“(…) Que é amigo de Sílvio Rebouças e sempre saiam juntos; que foi Sílvio Rebouças que lhe procurou para falar sobre os fatos narrados em seu depoimento; que não sabe dizer como Sílvio tomou conhecimento dos mesmos”;

“(…) Que Sílvio Rebouças trabalhou na campanha da Coligação Representante, não sabendo dizer se o mesmo trabalho no Município atualmente; que Sílvio Rebouças sempre estava presente nas reuniões políticas e eventos da Coligação Representante (Força do Povo)”;

“(…) Que uma irmã sua, Magna Pompílio da Rocha, exerce um cargo comissionado no Município, lotada no SAMU, onde está desde que este serviço foi implantado; que não exerce cargo comissionado no Município”;

“(…) Que depois que fez a gravação não foi procurado por ninguém da Coligação representada; que apenas foi procurado por Sílvio Rebouças o qual lhe disse que o depoente viria prestar depoimento; que Sílvio lhe levou até o Advogado Daniel Victor e Sílvio lhe disse que quando o depoente fosse ‘citado’ deveria procurar o Dr. Daniel para este lhe acompanhar quando dos depoimentos”;

“(…) Que nem Bira nem Valney pediram voto ao depoente, que o depoente já era amigo de Bira e Valney”.

* Suspeita-se que Gutemberg Alfredo da Silva teria sido a pessoa que supostamente usara a própria voz, para se passar pelo capitão Alessandro Gomes em gravação (veja matéria mais abaixo) clandestina.

Nota do Blog – Aguarde a quarta parte dessa série de reportagem, com mais um depoimento estarrecedor, que vai juntando esse quebra-cabeça ultrajante da política de esgoto de Mossoró.