“A única pré-candidatura inamovÃvel seria a minha”. A declaração foi dada ao Blog Carlos Santos pelo pré-candidato ao Governo do Estado, ex-prefeito natalense Carlos Eduardo Alves (PDT). Segundo ele, quem pode falar sobre as postulações ao Senado “são eles”.
O “eles” a que Carlos Eduardo referiu-se em entrevista a esta página, gravada na sexta-feira (15), são os atuais senadores e pré-candidatos à reeleição José Agripino (DEM) e Garibaldi Filho (MDB). No último dia 24 de maio, Garibaldi falou à FM 98 do Natal, que “a chapa está fechada” com ele, Agripino e o próprio Carlos (veja AQUI).
Mais recentemente, a usina de especulações polÃticas tem sustentado hipótese de José Agripino abrir espaço na chapa para atração de apoio do PSDB, que indicaria o ex-senador Geraldo Melo (PSDB), deslocando o atual senador do DEM para chapa à Câmara Federal. Ou seja, a chapa não está fechada.
– O que há de verdade nisso? A chapa está fechada ou não?
– Aà você pergunte a eles (sorrir) – afirmou Carlos Eduardo.
Sexta-feira em Mossoró, Carlos Eduardo teve a primeira reunião com a cúpula do rosalbismo, participou de parte da programação do Mossoró Cidade Junina (MCJ) 2018 à quela noite ao lado da prefeita Rosalba Ciarlini (PP) e outros membros desse grupo, além de entabular outros contatos polÃticos.
Definições: praticamente nenhuma em termos de apoio local à sua postulação. Mas as conversas estão em andamento, abertas, em várias outras direções, garantiu ele. “Estamos dialogando com outras forças como PSDB, PR, PSB e agora com o PP” – disse (veja AQUI).
Dificuldades comuns
O caso não é de pressa, mas de perfeita costura polÃtica. “Nós temos tempo. Até o inÃcio de agosto teremos nossas convenções, para decidirmos”, avisou. Um nome a vice, montagem de chapas proporcionais (Câmara Federal e Assembleia Legislativa) e o fechamento de candidaturas ao Senado, fazem parte dessa tarefas até lá.
São dificuldades que também afligem outros potenciais concorrentes ao governo, como senadora Fátima Bezerra (PT), governador Robinson Faria (PSD) e vice-governador dissidente Fábio Dantas (PSB). Ele não está só nas apreensões quanto às chapas. E existem outras.
Recentes eleições suplementares estaduais ao governo do Amazonas (agosto de 2017) e do Tocantins (este mês) deram altos percentuais de votos nulo/branco/abstenções. De 49,61% no Amazonas e 43,54% no Tocantins.
Carlos Eduardo em Mossoró
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Esse fenômeno pode acontecer também nas eleições deste ano no paÃs e particularmente no RN. Carlos Eduardo admite que esse hipótese pode se consumar, mas afirma que é a pior forma de protesto do eleitor: “Trata-se de uma postura equivocada. Não tem sistema polÃtico melhor, mesmo com todos os seus defeitos, como dizia Winston Churchill (ex-primeiro ministro da Inglaterra).”
Em sua avaliação, “vivemos um momento de transição polÃtica, com um modelo cheio de distorções e imperfeições e a melhoria da República e da representação pública deve acontecer pelo voto”. O não-voto não ajuda a mudar nada, opina.
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O que impressiona é ressuscitarem a figura de Geraldo Melo. Chega a ser cômico que em um momento como esse de grave crise fiscal e econômica, o nome de Geraldo, que governou o estado deixando a máquina administrativa sob caos financeiro, seja cantado por aà como uma opção a uma vaga na postulação senatorial. Bom, pode ser que isso seja só jogo de cena, balão de ensaio, de todo modo não deixa de ser surpreendente.