Em qualquer parte do mundo civilizado, o nepotismo (empreguismo de parentes no setor público), é algo abolido. Além de visto como abjeto.
Quanto maior o número de cargos comissionados, de “chefias”, maior é o indício de corrupção e incapacidade gerencial. Faz sentido. Além de representar um privilégio infame, em detrimento da maioria dos cidadãos e servir como moeda eleitoreira.
No Estado francês, por exemplo, só existem pouco mais de 3.500 cargos comissionados em toda a república. Em Mossoró, até hoje, o Ministério Público não conseguiu mapear a quantidade, quem são e onde estão lotados todos os “chefes” da gestão Fafá Rosado.
Pela lei que criou o sistema administrativo em vigor, ainda da “era Rosalba Ciarlini (DEM)”, seriam pouco mais de 840. Mas fala-se que descambou para 3 mil “almas” (sim, algumas nunca são vistas).
Só o concurso público garante oportunidades isonômicas e respeito ao servidor. Sob pressão do MP, a prefeitura tem sido levada a promover alguns certames seletivos. Por sua vontade, não teria ocorrido um sequer.
Uma leva de pessoas é levada a se comportar de forma humilhante, exaltando chefetes, mandarins e outros personagens que por competência não administrariam sequer um carrinho de venda de cachorro-quente. É o caminho que encontraram para garantir emprego e renda.
Em muitos casos, esse servilismo passa de pai para filho, como herança genética. Porém só aquele que ascende por seu próprio esforço pode bater no peito e se proclamar livre. A servidão pode ser voluntária, mas não compulsória, como ocorre com quem sabe que precisa incensar os donos do poder, para não ser demitido.
Entretanto o pior dos casos é aquele, onde o beneficiado teoricamente não precisaria da função, mas recebe até sem trabalhar. A maior culpa por essa postura infame é de quem o emprega, pagando “mesada” com dinheiro alheio. Do povo.
Certa vez, o então prefeito Dix-huit Rosado recebeu um auxiliar em seu gabinete, que defendia a contratação de certo nome. Seria mais um emprego para outro Rosado, na prefeitura. “Aqui já tem Rosado demais”, reagiu o prefeito, percebendo o excesso.
A forma como a dinastia mossoroense vê a coisa pública é semelhante ao período colonial brasileiro, quando os reis de Portugal cediam sesmarias (porções de terras) a quem quisesse. O comum, com o passar dos tempos, é que outras glebas fossem sendo incorporadas como bem de família.
A distorção chegou a tal ponto, que entre os beneficiados apareceram até quem ainda não nascera. Muitos ganhavam latifúndio ainda no útero materno.
Qualquer semelhança com Mossoró não é mera coincidência.
Você tem razão. Queria perguntar porque falta tanta água em Mossoró se o rio Açu está cheio e a adutora está funcionando. Ou não? Será que tem algum desvio dágua oelo caminho?