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quarta-feira - 30/10/2024 - 08:44h
Votos

Cinco partidos dominam a política do país com eleições 2024

Eles ficaram com 3.615 prefeituras, ou 65% dos municípios, reduzindo fragmentação de siglas
É a 1ª vez em que há aumento da concentração de prefeitos nos 5 principais partidos desde 1996 (Gráfico do Poder 360)

É a 1ª vez em que há aumento da concentração de prefeitos nos 5 principais partidos desde 1996 (Gráfico do Poder 360)

Do Poder 360

Os 5 partidos mais vitoriosos nas eleições de 2024 ficaram com 3.615 prefeituras, ou 65% dos municípios. É o maior percentual em 20 anos e um sinal de redução na fragmentação partidária. O número inclui todos os vitoriosos nas urnas, contando também 41 candidaturas que ainda estão sub judice, sujeitas a cassação.

É a 1ª vez em que há aumento da concentração de prefeitos nos 5 principais partidos desde 1996, num provável efeito das reformas eleitorais de 2017.

Em 1988, as 5 maiores siglas abocanharam 85,9% das prefeituras. Naquelas eleições, o então chamado PMDB obteve 1.606 prefeitos, contra 1.058 do PFL. As legendas eram herdeiras, respectivamente, do partido de oposição e do de situação durante a ditadura militar.

As cinco maiores siglas do Brasil (Gráfico do Poder 360)

As cinco maiores siglas do Brasil (Gráfico do Poder 360)

Durante as décadas seguintes, é possível identificar 2 padrões: redução gradual do número de prefeitos dentro dos maiores partidos; a manutenção do PMDB (que passou a ser chamado de MDB) como a legenda com maior número de prefeitos. Ambos os padrões foram quebrados nas eleições de 2024.

Além do 1º aumento em quase 3 décadas do número de prefeitos nos 5 maiores partidos, houve a entrada do PSD de Gilberto Kassab na liderança do número de prefeitos eleitos.

O porquê desse cenário

O novo cenário partidário é consequência da reforma política de 2017. A Emenda Constitucional 97 estabeleceu duas regras que estão mudando o jogo político:

Cláusula de desempenho – siglas com poucos votos e que elegem poucos deputados ficam sem acesso a recursos públicos do Fundo Partidário;

Coligações proporcionais – os partidos ficam proibidos de se coligar em eleições proporcionais, dificultando que legendas nanicas elejam representantes.

Essas regras levaram a uma mudança gradual, sufocando siglas pequenas com baixa representação na sociedade. Assistimos nos últimos anos a diversas fusões e incorporações partidárias, o que fez com que o Brasil deixasse de ter o Legislativo mais fragmentado do mundo. A mesma desfragmentação aparece agora no cenário municipal.

“As novas regras, de certa forma, favorecem que já está no jogo, que recebe mais recursos. A tendência é que o sistema politico brasileiro se consolide e se aproxime do exemplo de países com sistemas mais estáveis, como os EUA, onde há alta taxa de reeleição”, diz o cientista político Carlos Pereira, da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Menos partidos, argumentam cientistas políticos, criam um cenário de negociação de interesses mais racional e funcional. Também facilitam que o Executivo consiga ter mais governabilidade (negociar com 3 ou 4 partidos é diferente de ter de ir atrás de 20 legendas).Partidos vitoriosos desde 1988 - Poder 360 - Primeira parte

Partidos que dominaram as eleições desde 1988 (Graficos do Poder 360)

Partidos que dominaram as eleições desde 1988 (Graficos do Poder 360)

“As próximas eleições devem ter ainda mais concentração partidária e mais reeleição. E, ao contrário de alguns, eu não vejo isso como um problema. Essa estabilização do jogo deixa os políticos mais satisfeitos e comprometidos com a democracia. Quanto mais estável é o jogo, menos risco os políticos correm, e menos incentivos eles têm para quebrar o jogo e ir contra a democracia”, diz Pereira.

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Categoria(s): Política

Comentários

  1. Dr Solano diz:

    E no RN ainda tem Prefeito nos anos 60, falando em Bacurau, ou atraso.
    Torço pelos partidos de centro e pelo fim dessa paixão maluca por Lula esbanja e Bolsonaro.
    Que venha 2026 com o 10, 11, 20, 22, 44 e até 55.

  2. Gilvan diz:

    O grande influenciados das reeleições dos prefeitos que chegou ao patamar de 81% foram as emendas pix os municípios que mais receberam dinheiro das emendas pix foram justamente os que mais reelegeram seus prefeitos.

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