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quarta-feira - 10/04/2013 - 09:14h
Prefeitura de Mossoró

Cláudia atinge 100 dias de gestão gerindo dívida milionária

Herança maldita da "Era Fafá Rosado" é principal problema da prefeita que tem se saído bem no poder

A prefeita Cláudia Regina (DEM) chega aos seus primeiros 100 dias de gestão à frente da Prefeitura de Mossoró. Esse tempo costuma ser emblemático à avaliação de governos, coisa de nossa cultura política.

Os primeiros 100 dias de Cláudia são majoritariamente positivos, sobretudo em face das dificuldades político-judiciais enfrentadas, além de apreensivas barricadas administrativo-financeiras.

Saúde é dificuldade e um marco, para Cláudia, em ação emergencial sobre UTI

A “herança maldita” recebida da antecessora Fátima Rosado (DEM), a “Fafá”, é aterradora. Entretanto, superável, se for enfrentada com destemor.

Cláudia Regina convive com um rombo da ordem de R$ 70 milhões. São débitos com propaganda, previdência própria, aluguel de imoveis/veículos, contratações financeiras, fornecedores etc.

Proporcionalmente, a prefeita é obrigada a conviver com um sobrepeso de dívidas bem superior aos noticiados R$ 800 milhões que teriam sido recebidos pela governadora Rosalba Ciarlini (DEM), na administração estadual.

Em face desse número aflitivo, que ela por conveniência político-partidária não pode confessar ou censurar, Cláudia é obrigada a promover verdadeiras acrobacias na gestão municipal, batendo de frente com setores do próprio esquema de poder e aliados numerosos.

Na arrumação de governo, que com habilidade começou a trabalhar ainda no período pós-eleitoral, conseguiu convencer o Governo Fafá a aprovar uma reforma administrativa para lhe servir de amparo, imediato, à gestão. E aí está parte do “pulo do gato” à tentativa de domar a tsunami que enfrentaria.

Ela teve esmero na montagem de uma equipe ao seu pleno comando, que pode ser subdividida em dois grupos: um, com preparo técnico e confiança; outro, que é gente escolhida para satisfazer a exigências políticas, lhe garantindo arrimo de grupo. Não significa que esse segundo lote não possua também competência e lealdade, que se diga.

Em postos chaves tratou de botar verdadeiros “capatazes”, vigiando o erário e freando excessos que fizeram a riqueza de algumas figuras na era Fafá Rosado.

Folha de pessoal

Para outros, nomeou quem atendesse à sua visão de unidade política em torno da gestão, deixando apoiadores como a própria governadora e a família de Fafá como avalistas compulsórios do governo.

Cláudia enfrenta bolsões de insatisfeitos que minam o governo. Estão na Câmara de Vereadores, onde um grupo faz defesa “meia-boca” da administração e tenta ser “prestigiado” nos intramuros da prefeitura.

Também convive com aflição de uma manada de colaboradores do governo antecessor, ainda à espera de empregos. Querem superlotar repartições públicas, muitas vezes apenas inchando a folha de pessoal.

Nesse contexto, não deve ser ignorada a asfixia emocional imposta por uma série de processos que desaba sobre seu mandato e do vice Wellington Filho (PMDB). Os desdobramentos das eleições, no campo judicial, mexem com o ânimo da prefeita.

Cláudia evita desabafar sobre 'herança' de Fafá

A prioridade até aqui não é a saúde, educação ou suporte à segurança pública (obrigação do Estado). O fomento ao emprego e renda, mobilidade urbana e infra-estrutura não puxam as preocupações da governante.

O foco é “arrumar a casa”, enxugar custo, sanear dívidas e impedir que o Município perca credenciais a convênios e relações de parcerias com União, Estado e organismos de fomento nacional e até internacional.

Exemplo desse esforço está no campo da saúde pública, um gargalo capaz de provocar muitos sobressaltos no Palácio da Resistência (sede do governo), mas paralelamente e paradoxalmente, vitória à imagem de gestora com perfil proativo – diferente das antecessoras Rosalba Ciarlini e Fafá Rosado.

Cláudia Regina convive com unidades de saúde fechadas, mesmo que inauguradas por Fafá Rosado, desabastecimento de remédios e falta de médicos, filas para atendimento de usuários do sistema, cobrança por convocação de concursados etc.

Mesmo no epicentro desse redemoinho, conseguiu demonstrar que vontade política e iniciativa podem fazer a diferença. É o caso da instalação hoje de dez leitos de UTI pediátrica no Hospital Wilson Rosado, após morte de criança por falta desse equipamento, cobrança da sociedade e campanha eficiente de alguns vereadores.

Ex-secretária municipal (duas vezes), ex-vereadora e ex-vice-prefeita de Mossoró, Cláudia Regina conhece como poucos a máquina municipal. Da mesma forma, consegue percorrer avenidas, ruas, praças, lugarejos rurais e os escaninhos da cidade com rara destreza. É a prefeita de fato e de direito, com boa retaguarda técnica e política.

O que resultará de seu trabalho adiante, não dependerá tão-somente desses primeiros 100 dias. É muito mais uma questão de perfil, de capacidade de detectar e se antecipar aos problemas.

O caso da UTI pediátrica é emblemático. Admitiu que existiam falhas, agiu até mesmo quando aliados defendiam a morosidade e a letargia e deu resposta instantânea a uma necessidade basilar: a vida.

Ser humana, parecer humana e demonstrar ser humana, em vez de empinar o nariz como um mito infalível, deificado, faz uma diferença enorme à prefeita – até o momento.

O que mais simboliza a atual conjuntura é uma certeira jogada de marketing pessoal, que transfere resultados pro campo institucional: sem alardes, diariamente Cláudia Regina faz visitas surpresas a repartições municipais e obras.

Ouve servidores, dialoga diariamente com o contribuinte e procura ali mesmo provocar auxiliares a solução de problemas.

Faz lembrar o então prefeito Jerônimo Dix-sept Rosado Maia na Prefeitura de Mossoró, no final dos anos 40. Ele saía do gabinete para ver diretamente obras de pavimentação, chafariz; sentava à calçada com o cidadão simples e era intransigente no zelo ao erário de então, com parcos recursos.

Pouco tempo depois, Dix-sept virou governador. Saiu aclamado de Mossoró para governar o Estado.

P.S – O Blog não identificou o autor da foto principal que ilustra essa matéria especial. Por favor, o fotógrafo que a fez, se possível entre em contato, para que possamos legitimar a autoria, o que é não apenas uma obrigação, mas um prazer.

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Categoria(s): Opinião da Coluna do Herzog / Reportagem Especial

Comentários

  1. Ruan diz:

    Vivi-se a dúvida juridica se ela será ou não cassada. De um lado, moralmente falando, torço pela cassação pelo ponto de vista da moralidade, visto que foi algo bem escancarado, de outro lado estou achando que ela esta fazendo uma boa gestão (uma das melhores nos 100 dias) e a continuidade dela é benéfica (ela esta demonstrando um bom trabalho diante dos problemas que tem que enfrentar de boca calada). Estou em um dilema pessoal sobre o que pensar e o que desejar.

  2. naide maria rosado de souza diz:

    A par de quaisquer débitos existentes oriundos da administração anterior, vale lembrar que dificilmente assume-se cargos com caixa zerado. O governo anterior pode ter necessitado de tais valores. Então, penso modestamente, vamos caminhar! Mostra Cláudia, minha Rainha, não só pelo nome, mas pelo brilhante desempenho, que isto é possível, embora a duras penas. O governo anterior, com certeza, enfrentava dificuldades financeiras, mas apostou em Cláudia Rainha. E, só por esta aposta, pode, certamente, erguer escudo contra as pedras que venham, ou não, serem lançadas. De que valeria uma administração perfeita ser deixada para um gestor incompetente? Tudo seria destruído “em menos de fósforo”, expressão que aprendi aí, ainda menina, que significava rapidamente. Ainda se usa esta expressão Carlos?
    Um abraço amigo.
    Naide.

  3. RAIMUNDO NONATO SOBRINHO diz:

    Ruan de quê? Não existe dilema nem muito menos amparo para desculpas que surgem de causas conhecidas e esclarecidas. Porque discutir o óbvio. A Prefeita Claudia Regina faz parte de um esquema bem panejado e articunado politicamente. Como ela tinha conhecimento de todos os desmandos do governo Fafá e apoiava, será prudente para ela continuar calada; se foi conivente divide a culpa. Sua campanha milionária, a influencia do capital privado, suas promessas, se eleita tinha um preço; agora tem que pagar, enumerar dificuldades é querer encontrar chifre em cabeça de cavalo, e Mossoró tem muitos; mais ela tem uma saída, varrer essa podridão que a envolve políticamente, ou seguir um novo caminho, uma nova direção, será capaz.

  4. RAIMUNDO NONATO SOBRINHO diz:

    Como dizia meu PAI; tem gente que morre para dar vida a outros. A Prefeita Claudia Regina tem que mandar fazer um monumento para homenagear aquela criança que morreu lá no HRTM por falte de um leito de UTI Pediátrica. Se não fosse a morte dela tudo continuava como antes, não no Quartel de Abrantes; mais na Prefeitura de Mossoró.

    • Carlos Santos diz:

      NOTA DO BLOG – Meu caro Cinquentinha, é lamentável que mais uma criança tenha morrido para finalmente nossas autoridades agirem de forma prática. Lamentável. Ninguém pode medir a dor de seus pais.

  5. RAIMUNDO NONATO SOBRINHO diz:

    Agora Mossoró já sabe que o Hospital Wilson Rosado(HWR) tinha 10 leitos de UTI prontinhos para alugar, que o Hospital do Câncer(HC) tem outros tantos só esperando credenciamento; e a pergunta que se faz é muito simples: porque durante 8 anos a ex-prefeita Fafá não construiu nem contratou nenhum leito de UTI Pediátrica, porque não morreu nenhuma criança por falta de um leito de UTI, duvido. Eu não cansei mais disse por diversas vezes que a saúde do povo Mossoroense não ia melhorar enquanto os gestores municipais tivesse estretas relações com a saúde privada. Pode ser que apartir de agora as coisas começem a mudar. tomara.

  6. Francy Granjeiro diz:

    Onde se instala o dem/psdb só dar nisso “quebradeira”.Não foram eles que quebrou o BR? Que quase vendeu o BR? Mossoró não será diferente – 100 dias de ACM: “baixa efetividade”segundo Pelegrino, dos 32 decretos baixados pelo prefeito, 24 não tiveram resultado; seriam medidas referentes à política de pessoal, saneamento básico, etc etc
    Prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, idem.
    Mossoró idem também
    .
    A gov Rosalba so tem 18 meses.
    .
    A prefeita anterior abarrotou Mossoró de Postos de Saúdes que dar uma peninha, falta quase tudo, duas UPAs fechadas,e milhões de royateis arrecadou e não deixou sequer um Hopistal Municipal,coisas que quase todas as cidades/capital tem Hospital Municipal.Seja qual for a cidade pequena por esse BR tem um.
    Por falar em UTI, da Wilson Rosado e Prefeitura????? e o Hospital de Oncologia?
    .
    Sr.RAIMUNDO NONATO SOBRINHO, será que apartir de agora as coisas começem a mudar???
    MUDAR PRA ELES (HWR e PMM)QUER DIZER ….hehehe
    .
    MOSSORÓ CIDADE FANTASMA

  7. UTI direto de todos diz:

    as UTIS na WILSON ROSADO ? VAI ATENDER AS PESSOAS DOS SUS CARENTES ? uma piada . aguardemos QUERO só ver . essa prefeita ai nao tem moral para administra nada foi conivente com as gestões anteriores e sabe de todas AS MANOBRAS POLÍTICAS , os politicos sao todos malditos mensageiro de santanas , pq o maldito é o PAI da mentira .

  8. Ana diz:

    Carlos, quanto ($) está sendo pago ao Wilson Rosado?

    • Carlos Santos diz:

      NOTA DO BLOG – Ana, a Prefeitura de Mossoró anuncia que destinará pelo menos R$ 315 mil por mês para garantia de equipe à UTI Pediátrica. Seriam recursos próprios.

  9. naide maria de souza diz:

    porque so falam nessa crianca q morreu por
    o

    so falam em criaca q morreu por falta de un uti, e os adulto q morreram por falta de abulancia esquecera do passado.

    e os adulto
    q morreram p f de ambulancia

  10. aline couto diz:

    Boa Noite,
    Será que a prefeita Claudia Regina também não contribui para que chegasse a esse valor,pois como toda Mossoró sabe,a campanha da senhora prefeita Claudia Regina foi carissima e de onde saiu essa dinheirama que foi derramada em Mossoró.Então não pode falar dos debitos,pois o que nós presenciamos na ultima eleição,foi eles do DEM vendendo a propria alma para elegerem Claudia Regina.Então conclui-se que ela Claudia tem que se calar para sempre com essa divida.

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  1. […] AQUI, reportagem especial deste Blog traçando crise na Prefeitura, quando Cláudia completou 100 dias […]

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