Por Carlos Santos
Até o momento, não há nada que sinalize como alternativo, novo, diferente ou “outsider” (expressão inglesa que significa aquele que não se enquadra na sociedade, que foge ao comum) na política do Rio Grande do Norte.
Em relação à política nacional, rumo às urnas de outubro, o cenário é o mesmo. Os nomes são velhos conhecidos, alguns inclusive pela ficha corrida.
Profissionais da política que há muito tempo (décadas até) estão em cena mudando de cores, ajustando discursos, disfarçando o próprio nome e trocando de companhias, seguem protagonistas.
Qualquer pesquisa de opinião pública feita na era da “Lava Jato” aponta para uma aspiração a mudanças. Há objeção e repulsa à política, aos políticos e aos partidos, mas ninguém até aqui surgiu para ser alternativo, novo, diferente ou outsider ao gosto popular.
Esse fenômeno da política brasileira se explica, em parte, pelo próprio sistema político-partidário-eleitoral mantido para não permitir qualquer mexida no status quo e por nosso analfabetismo político como cidadãos em todos os estamentos sociais.
Há tempos comentamos que tudo continuará como dantes, com uma ou outra mudança de nomes. Mas nem as novidades serão garantia de avanços. É preciso ser assinalado ainda, que também existe a espécie do bom político, merecedor de voto ou reeleição.
Enquanto cá embaixo muitos continuarem detestando a política, ignorando seu papel como cidadão, o castigo será o mesmo à maioria: “ser governado pelos maus” (Platão).
PRIMEIRA PÁGINA
Desistência misteriosa em meio à empolgação – A desistência do empresário paulistano Luiz Roberto Maldonado Barcelos de ingresso na campanha eleitoral 2018 no RN, como candidato ao Senado, enseja algumas especulações. Nada ficou muito claro. Tem caroço nesse angu. A decisão foi justificada sem qualquer registro oficial, pelo fato da empresa da qual é um dos executivos (Agrícola Famosa) “precisar muito dele”. Dias antes, plantou na imprensa que tinha pesquisa qualitativa atestando que o eleitor queria novos nomes ao Senado, se mostrando empolgado. Pouco depois, desistiu. Estranho, muito estranho.
Sandra Rosado empareda os primos Carlos e Rosalba – A decisão da ex-deputada federal e atual vereadora Sandra Rosado de levar seu grupo do PSB para o PSDB, numa manobra para tentar salvar a espécie, empareda e peita os primos Carlos Augusto Rosado-prefeita Rosalba Ciarlini (PP). A posição dela é isolada e alheia à vontade dos dois, seus ‘líderes’ políticos desde 2016, quando fizeram composição após mais de 30 anos de prélios eleitorais e pessoais ásperos. É possível que as eleições de 2018 os coloquem em palanques diferentes, de novo.
Semana é decisiva para desincompatibilizações – Quem pretende concorrer aos cargos eletivos no pleito do próximo ano deve se filiar a um partido político até o dia 7 de abril (sábado), ou seja, seis meses antes da data das eleições. O mesmo prazo é dado para obtenção junto à Justiça Eleitoral do registro dos estatutos dos partidos políticos que pretendem entrar na disputa.
Quem dá as cartas no PSB/RN – Apesar de ter sido apresentado como “pré-candidato” a governador e nova “estrela” do PSB do Rio Grande do Norte, o vice-governador dissidente Fábio Dantas vive período de trevas na nova sigla. Praticamente não apita nada por lá e não conseguiu sequer manter na legenda o grupo da deputada estadual Larissa Rosado, cooptada pelo PSDB. O deputado federal Rafael Motta e seu pai, deputado estadual Ricardo Motta, seguem dando as cartas no PSB/RN.
Disputa de duas vagas caminha para envolver três nomes – A corrida eleitoral ao Senado no RN, com duas vagas disponíveis, caminha para ficar entre três nomes: os atuais senadores José Agripino (DEM) e Garibaldi Filho (MDB) e a deputada federal Zenaide Maia (PHS). Outros aventados foram saindo de cena ou sequer apareceram com o mínimo de “sustância”. Mas quem pode surgir como “novidade” é o ex-senador Geraldo Melo (de novo no PSDB). O “movimento dos empresários” até aqui se mostrou um fiasco, como previsto por este Blog sem precisar consultar qualquer cartomante ou bola de cristal.
A campanha eleitoral mais difícil de todos os tempos – Novatos e experimentados políticos marcham para a mais difícil campanha de todos os tempos no RN. É uma luta pela sobrevivência ou apenas subsistência. É difícil que ocorra uma extrema renovação na Assembleia Legislativa e Câmara Federal, da mesma forma que é difícil que tenhamos qualquer grande surpresa nas chapas majoritárias, mas é nítida a tensão da capital ao interior entre os políticos e seus próceres.
Dois campeões de rejeição e dois destinos – Em 2014, mesmo com reprovação que passou dos 82% no estado e 90% na capital, a então governadora Rosalba Ciarlini (DEM, hoje no PP), ainda sonhou em candidatura à reeleição, mas foi barrada por seu partido, sob o comando do senador José Agripino. Este ano, situação semelhante é vivida por seu sucessor, Robinson Faria (PSD). A diferença é que ele é dono do PSD e vai mesmo à campanha à reeleição, mesmo que tudo indique seu fracasso nas urnas.
Chapas e coligações à Câmara Federal podem decidir eleição – Como será montada chapa partidária à Câmara Federal e coligações pode decidir quadro de eleitos este ano no RN. A disputa coloca em risco o projeto de reeleição da maioria dos atuais deputados. Existe muita rejeição a alianças com eles. Pouca gente se propõe a ser “esteira”. A angústia é grande. São apenas oito vagas nesse “bonde” e uma chapa/coligação frágil pode determinar a derrota.
Saúde delicada preocupa amigos e aliados de Garibaldi Filho – A saúde do senador Garibaldi Filho (MDB) é uma preocupação de amigos e familiares, para a jornada que se aproxima. Por isso que o noticiário que especula possível desistência dele, da corrida senatória, tem alguma razão de ser. Desde a prisão do primo Henrique Alves (MDB) em junho do ano passado, que “Gari” está seriamente abalado. Com razão, que se diga. Razões pessoais e políticas, sublinhe-se.
Cotação de apoio em dinheiro pode crescer na campanha – Já tem candidato a deputado estadual oferecendo até R$ 100 mil por apoio de ex-vereador no interior do estado. A cotação e os numerários podem subir mais um pouco, dependendo do grau de desespero e dificuldade na campanha que chega já. A luta eleitoral segue aquela rotina de sempre, apesar das restrições legais e dos sustos provocados por prisões de figurões da política.
EM PAUTA
Arte popular – Está confirmado para o dia 6 próximo (sexta-feira), às 20 horas, no Cajaranas Bar ((Avenida Felipe Camarão, próximo ao aeroporto de Mossoró), apresentação dos cantadores Valdir Teles e Jonas Bezerra. A “Grande Cantoria” terá ainda a atração-mirim Moésio Marinho.
Festival de Caboclos – Assisti apresentação da 28ª Edição do Festival de Caboclos de Major Sales (região Oeste do RN, 427 quilômetros do Natal) no Sábado de Aleluia (31 de Março). Um evento encantador, cultura nativa única, que merece aplausos.
Atores potiguares – Pedro Fasanaro, Ênio Cavalcante, Quitéria Kelly e Titina Medeiros. Estes serão os novos representantes do teatro norte-rio-grandense na telinha. A partir de 23 de abril, poderemos nos deparar com rostos já conhecidos no cenário artístico potiguar na série “Onde nascem os fortes”, da Rede Globo de Televisão. Veja AQUI.
Cidade em Debate – Atendendo convite de Carlos Cavalcante, estaremos na quarta-feira (4), às 19h, na TV Terra do Sal de Mossoró, pelo sistema cabo da Brisanet, Canal 173. Confirmado. Obrigado pelo convite.
Cefas Carvalho – O jornalista Cefas Carvalho, do portal Potiguar Notícias, está com nova edição do seu mais recente livro à mão. “Olhos salgados” (romance) pode ser adquirido com ele mesmo, no Bardallos Comida & Arte, através da Editora Penalux (veja AQUI) ou na Cooperativa Cultural Universitária em Natal. Sucesso, meu caro.
Fessin – Depois do atacante Matheus que foi negociado com o Corínthians, o meia Fessin – também do ABC – é o novo foco de clubes de outros estados, inclusive da Série A. Ele tem apenas 19 anos.
Exposição – “Narrativas do silêncio” é o tema da exposição fotográfica a ser apresentada na Pinacoteca do Estado em Natal, a partir de quinta-feira (5), a partir das 19 horas e com entrada gratuita. Irá até o dia 27 e apresenta trabalho de 27 pessoas surdas. Evento é viabilizado pela Lei Câmara Cascudo.
Morte certa – Impressiona o quantitativo de execuções de ex-presidiários e gente em condicional. Esse é um detalhe que merece pauta especial da imprensa, com estatísticas. Se no interior de presídios a vida não vale nada, fora parece que vale menos ainda.
SÓ PRA CONTRARIAR
O Brasil tem um enorme passado pela frente. Pode anotar.
GERAIS… GERAIS… GERAIS…
Dois times mossoroenses vão participar da Segunda Divisão do Campeonato Estadual de Futebol 2018: Baraúnas e Mossoró Esporte Clube. Apenas um sobe.
Obrigado à leitura do Nosso Blog a Geraldo Américo (Natal), Francisco Oliveira (Caicó) e Wagner Sanches (Mossoró).
Veja a Coluna do Herzog do domingo (26/03) passado, clicando AQUI.
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Análise de profissional.
A expectativa e o clamor do povo, diante de nosso dramático, e quase generalizado, quadro de corrupção política, era a do surgimento de novos nomes. Não apareceram e quando o fazem, desaparecem em seguida.
Afinal, somos dominados por partidos? Quais, se as ideologias são idênticas, pois abrem braços afetuosos aos egressos de outros, sendo a recepção vantajosa? Aliás, a vantagem pode ser a de enfraquecer o partido originário.
Mudar o nome ? Isso só seria possível se houvesse semelhança na identificação de candidatos.
Jornalista Carlos Santos, você acharia diferença em meu procedimento , se , a partir de agora, assinasse como Naide Verde?
Pintem os cabelos, meus senhores. Voem para Miami e retoquem seus narizes, para enganar, de novo, o nosso massacrado povo.
Perfeito, Naide.
Garibalde, o lento se faz de morto pra enganar o coveiro. Cuidado meu povo.
“Penalux”. Não gostei desse nome.
Longe, muito longe de luz – ou algo que o valha – lembra-me mais pena de aluguel.
A música que deveria mais tocar na política do RN? Acredito que seria essa:
Licença Pra Mais Um
Luiz Gonzaga
Se é de pai pra filho
De filho para pai
De sobrinho pra tio
Alguma coisa sai
Então vou por aí
Por esse mundo vou
Gozando essa herança
Do meu tio e do vovô
Se é mal de família
Meu nobre cidadão
A culpa não é minha
É da filiação
Me sinto muito bem
Sendo neto da política
E já que estou aqui
Só tenho é que seguir
É esse mesmo intinerário.
Profissão: Política Hereditária.
Carlos Santos, pela internet tive o prazer e a surpresa ao assistir a resistência, a riqueza e a beleza da nossa cultura autóctone, ainda viva e altiva através de aguerridos nordestinos interioranos, cultura essa, que, não esqueçamos, em sua origem, deriva basicamente da cultura indígena com suas típicas danças e musicas que ainda resistem ao flagelo do genocídio cometido pelos ditos europeus civilizados.
No caso, tão civilizados, que, ao chegarem em terras tupiniquins, décadas e décadas a fio, caminharam e de certa forma ainda caminham, matas e matanças adentro com uma bíblia na mão direita e um bacamarte na mão esquerda.
O fato é que, ainda em pleno século XXI, avanço do agronegócio e de megaempreendimentos imobiliários suplantando a qualquer preço quaisquer limites, regras e (ou) razoabilidades parametrizados e impostos pelas Leis, sobretudo ambientais, mais ainda a omissão dos seguidos governos após a implantação da dita nova república(DENOTE-SE QUE, DURANTE O PERÍODO DA DITADURA NOS GOVERNOS, EFETIVAMENTE, HOUVE O APROFUNDAMENTO DO GENOCÍDIO) , tem preocupado não só ambientalistas e indigenistas nacionais, bem como de várias da Noruega, França, Suécia e Alemanha.
Não obstante alguns avanços, ocorridos durante o período da Presidencia do Partido dos Trabalhadores até meados de 2010, com aprofundamento da crise econômica somada ao advento do Golpe político, jurídico e midiático, golpe esse resultante de interesses patrimoniais daqui e de alhures, temos, infelizmente uma realidade mais que triste, deveras catastrófica.
Mesmo porque a partir da dita governança dos golpista tendo a frente o MISHEL TEMEROSO, simulacros de projetos nacionais de desenvolvimento, como por exemplo a PONTE PARA O FUTURO, não só está a atingir a dita população civilizada, mais ainda, pois em prática deliberada política institucional de enfraquecimento dos já sabotados direitos indígenas, deixando territórios de tribos isoladas abertos a invasões.
“Em resumo, o que está ocorrendo no Brasil é uma crise humanitária urgente, terrível e sem precedentes. Precipitando mais que depressa, não só a matança de pessoas e de uma cultura rica cultura, que, sem dúvida, merecem o mesmo respeito e dignidade por nós cobrados diariamente. Para tanto, precisamos, primeiro conhecermos um pouco que seja da nossa história e da nossa origem, e por conseguinte, do máximo possível de pessoas para deixar claro às autoridades que essa perseguição tem que acabar.”
Um baraço
FRANSUÊLDO VIOEIRA DE ARAÚJO.
OAB/RN. 7318.
trablahdos pleo menos no tange