Por Inácio Augusto de Almeida
Pensamos ensinar nossos filhos a serem humildes e a perdoar. Até porque isto está em todas as religiões que conhecemos.
Nem desconfiamos que nas canções de ninar já falamos de violência, quando atiramos o pau no gato, e de medo, quando pedimos ao boi da cara preta para pegar esta criança que tem medo de careta. Depois passamos a contar estórias que apelidamos de infantis, mas causadoras de inveja a qualquer hemocentro. Tente se lembrar de uma estória, dita infantil, sem sangue. Pobre do carneirinho em Branca de Neve e do lobo em Chapeuzinho Vermelho.
Arrogância e prepotência, inveja e vingança, sempre presentes no que chamamos de Contos de Fadas.
Perdão, humildade não encontramos nas fantasias que passamos a nossos filhos.
Nunca acontece o arrependimento da bruxa malvada que só enche de alegria as nossas criancinhas quando despenca para a morte ao cair de uma grande montanha e desaparece para sempre no despenhadeiro sem fim. O lobo mau com a barriga aberta dá seu último suspiro e a vovozinha abraça a netinha feliz e sorridente.
Em algum Conto de Fada o casamento acontece entre um lavrador e a heroína? Não!
Sempre aparece um Príncipe para que vivam FELIZES para sempre, como se a felicidade só fosse possível se a união for com um membro da realeza.
Não existem nas histórias infantis o PERDÃO, a HUMILDADE, o ARREPENDIMENTO.
Vingança existe e muita.
E já crianças crescidas nós as estimulamos a VINGAR a morte de Jesus Cristo quando fazemos judas de pano, cheios de bombom e de chocolate, para serem espancados até se transformarem em frangalhos.
Depois os jovens se tornam adultos e passam a praticar e a aceitar a violência como um fator normal da vida.
Receberam durante sua formação alguma influência da importância do perdão, da humildade e de que é possível felicidade sem riqueza e poder?
Fico sem entender porque nos assustamos tanto com a agressividade e a ambição das novas gerações se nós é que as preparamos, desde a mais terna idade a buscarem riqueza, poder e vingança.
Por que não contarmos estórias de trancoso com as bruxas arrependidas e regeneradas? Por que não mostramos que felicidade existe também em casas humildes e não apenas em ricos palácios?
Por quê?
Porque projetamos nos nossos filhos os sonhos perdidos, as quimeras desfeitas.
Transferimos para eles nossas ambições e os nossos valores distorcidos.
Terminamos criando seres angustiados, infelizes. Pobres coitados sofrendo cobranças descabidas.
Depois nos espantamos com as drogas, movimentos de rebeldia etc. Os hippies dos anos 60/70 deram o grito de alerta, mas não foram ouvidos.
É hora de repensar a educação, a religião e partir para um novo mundo.
Ou fazemos isso ou vamos desaparecer como seres que se dizem filhos de Deus.
Inácio Augusto de Almeida é jornalista e escritor
Bom dia Caro Inácio.
Fui “criado” com estas estórias e que â época estimulava a minha imaginação, o que era bom. Hoje já é diferente, pkde levar a imaginação distorcida.
Mas uma, acho eu, é a estória dos ” Tres Porquinhos” acho atual e deve ser contada, principalmente pra esta geração desejosa de ter tudo sem sequir ” Deus ajuda, a quem trabalha e estuda” M.V.
Um abraçaço com estima e consideração.
Eu num disse? É isso aí, Inácio. Investir nas cônicas, artigos ou ensaios. Você tem talento e escreve suavemente bem.
Captei vossa mensagem, amantíssimo mestre.
A crônica do próximo domingo já está pronta.
Só rezo para que a mensagem, GRITO DE SOCORRO, seja entendida por quem pode mexer alguma palha para acabar com a monstruosidade que acontece.
Por que não mexem uma palha?
Porque somente os pobres são atingidos.
Aproveito para agradecer ao Crônista Odemirton Filho o envio para publicação das minhas crônicas.