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domingo - 20/09/2009 - 16:23h

Conversando com… Luíza Erundina – 09

A ex-prefeita de São Paulo, deputada federal por três mandatos e candidata à reeleição, Luíza Erundina (PSB-SP), esteve na Paraíba, sua terra natal, no final de semana. Visitava uma pessoa de sua família que enfrenta problemas de saúde.

No Hotel Marinas na Avenida Cabo Branco – João Pessoa, ela concedeu entrevista ao jornalista seridoense F. Gomes e a Rádio Caicó:

O Blog do Carlos Santos aproveita a generosidade e o talento do entrevistador, para reproduzir aqui esse bate-papo, agregando-o à série "Conversando com…"

Aproveite.

Repórter – O seu partido, o PSB, já se definiu com relação às eleições presidenciais de 2010?

Luíza Erundina – Provavelmente teremos um candidato a presidente, Ciro Gomes. Ainda tem uma decisão última a se tomar porque há uma proposta para ele disputar o governo de São Paulo. Mas tudo indica e pelo menos eu gostaria que fosse, ele como candidato a presidente da República. É um nome forte, está bem nas pesquisas, tem experiência administrativa. Entendo que a disputa eleitoral seria bastante favorecida com a presença dele, com um debate competente. Então provavelmente esse será o projeto.

Repórter – Qual a visão que a senhora tem hoje da pré-candidatura de Dilma Roussef?

LE – Acho que é muito cedo, próxima do que possa acontecer daqui a mais um ano. Mas o fato de Dilma Roussef ser mulher, dela ter uma experiência administrativa importante, não só no governo Lula, no passado no Rio Grande do Sul, ela foi secretária de áreas importantes. Então do ponto de vista da condição de gênero dela como mulher, a experiência administrativa e a competência que ela tem, eu acho que a recomenda sem dúvida nenhuma a essa candidatura. A Dilma é um nome forte. No momento que a luta das mulheres no Brasil está forte, favorece também a candidatura dela.

Repórter – E as outras candidaturas?

LE – O Ciro Gomes está bem cotado. O Serra pessoalmente é forte eleitoralmente, mas o PSDB está muito desgastado administrativamente e está muito dividido. Essa disputa Serra-Aécio Neves, termina trazendo dificuldades à candidatura dele. A falta de unidade partidária não é uma coisa boa. Em São Paulo O PSDB está muito dividido. E também entra agora a Marina da Silva, uma mulher íntegra, valorosa, uma guerreira, de origem humilde que enfrentou dificuldades para sobreviver. É uma mulher comprometida com a questão ambiental, a questão ambiental é uma questão moderna. É um nome que vai fazer uma diferença no debate político.

Repórter – O presidente Lula transfere votos?

LE – Não. Eu tenho experiência de muitas campanhas eleitorais. Apoiei várias candidaturas do PT em São Paulo. Essa última disputa eu apoiei a Marta Suplicy (PT). Lula deu apoio explícito e a Marta não conseguiu. Isso ocorreu em outras campanhas. Ninguém transfere votos. Lula não transfere votos, o eleitor tem clareza em quem avaliar.

Repórter – No Rio Grande do Norte, a orientação é que o PSB tenha candidatura própria ao governo do estado?

LE – Eu não tenho acompanhado diretamente a política no Rio Grande do Norte. Sei que a governadora é uma grande liderança, foi uma surpresa agradável para todos nós no curso desses anos todos, enfrentando todos os tabus, uma mulher guerreira, moderna, corajosa, independente, uma liderança popular inquestionável. Certamente vai ter uma grande votação como senadora. E a orientação do nosso partido, eu não sei exatamente a quem no Rio Grande do Norte, mas onde for possível é ter candidatura própria ao governo.

Repórter – A senhora acha que a PEC dos Vereadores seja colocada em prática este ano?

LE – Eu inclusive não votei na PEC porque eu não estava na câmara, porque estava numa reunião da comissão organizadora da conferência de comunicação social. Eu não votaria a favor. Eu luto e defendo e me empenho por uma reforma politica estrutural. Mexer, fazer remendos aqui e acolá como esse, não vai resolver. E eu acho que essa mudança só vai ocorrer em 2012. Inclusive há proposta de fazermos uma constituinte exclusiva para fazer uma revisão do sistema político. A partir de 2011 é provável até que se comece a fazer uma discussão sobre uma constituição exclusiva para rever o sistema eleitoral. E por conta disso é que eu acredito que essa PEC não vai entrar em vigor agora.

Repórter – A senhora concorda com as decisões tomadas por prefeitos em fechar as prefeituras por causa da crise?

LE – Eu acho que não é por aí. Acho que quem faz greve é trabalhador contra o capital, para garantir os seus direitos salarias, trabalhistas, previdenciários. Essa é a história da luta dos trabalhadores, dos avanços históricos, das classes trabalhadoras, no mundo todo. Agora prefeito fazer greve, fechar portas de prefeitura, é fazer greve contra o povo. Os prefeitos têm que se mobilizar, ir à Brasília, não para passear, mas para lutar para que aconteça melhora na divisão do bolo orçamentário.

* Conheça AQUI o Blog de F. Gomes.

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Categoria(s): Entrevista/Conversando com...

Comentários

  1. Rafael Almeida diz:

    Caro Carlos, pegango um gancho em uma das respostas da deputada, quando fala em Marina Silva, vale lembrar qua a senadora Marina conta com um seguimento muito forte ao seu favor num futuro embarte eleitoral rumo a presidencia, trata-se da Igreja Assembleia de Deus no Brasil, a qual ela faz parte como membro, se congregando em ma igreja da Assembl’eia de Deus em Brasilia. Gostaria que voce fizesse uma analise sobre isso e comentasse. Grande abraco.

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