A advogada Samara Couto é candidata à presidência da Subseccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseccional de Mossoró. Compõe a Chapa 2.
Com quase dez anos de militância, graduada pela Uern e pós-graduada em Processo do Trabalho na Unp, ela concorre contra o atual presidente Humberto Fernandes, tendo o advogado-professor Gilvan Cavalcanti como vice.
Na série "Conversando com…" ela é sabatinada sobre questões relacionadas à sua postulação, atividade político-partidária e quanto à própria OAB.
Veja abaixo o resultado desse pingue-pongue:
Blog do Carlos Santos – O que a levou a ser candidata a presidente da OAB/Mossoró, quando se tinha como certa uma chapa consensual?
Samara Couto – Antes de responder à primeira pergunta, agradeço ao Blog do Carlos Santos pela abertura deste espaço, bem como aos leitores, advogados ou não, pelo interesse nas propostas da Chapa 2, para gerir uma instituição cuja história se confunde com a própria história da democracia. A todos, os meus cumprimentos. De volta ao tema, nunca se teve como certa uma chapa consensual. A proposta existiu de fato, por iniciativa do presidente Humberto Fernandes, mas sem respaldo. Primeiro, a categoria se sente excluída e deseja mudança. Segundo, a OAB condena a reeleição desde que ela foi instituída no país. Terceiro, os chamados “acordões”, tão condenados em outras esferas, aniquilam o debate, tiram do cidadão o direito de escolha e enfraquecem o processo democrático. A candidatura encabeçada por mim e por Gilvan Cavalcanti nasceu dessas inquietações e da certeza de que temos capacidade para representar nossos colegas, realizando uma administração de alto nível, capaz de devolver a OAB a quem de direito: a todos os advogados.
BCS – Em sua ótica, o que a credencia a fazer uma gestão mais profícua do que seu concorrente, Humberto Fernandes, dirigindo a Subseccional?
SC – São vários fatores, começando da personalidade agregadora que eu e Gilvan possuímos e do nosso perfil para delegar poderes, características que devolverão à OAB o seu caráter participativo. Além disso, somos experientes, temos serviços prestados e oferecemos um plano administrativo com atividades permanentes – e não apenas nos últimos meses –, baseado em propostas elencadas nos reais anseios da classe.
BCS – Sua postulação tem defendido e formalizou decisão contra o instituto da reeleição na OAB. Entre seus apoiadores e sua chapa essa opinião é unânime, majoritária ou é ferramenta de marketing?
SC – Essa posição é unânime e consoante diretriz da OAB nacional, que enxerga na reeleição um instituto nocivo à democracia, por ferir o princípio da isonomia, incentivar o mau uso do patrimônio coletivo e dificultar a alternância no poder. Esses argumentos, aliás, estão na proposta de reforma política entregue ao Congresso e ao presidente Lula por nossa representação central. Quem tiver dúvidas, pode saná-las acessando a página da Ordem na Internet (AQUI).
BCS – Tenho ouvido testemunhos no meio e até via entrevistas, de que vícios da política partidária estão incorporados à atual campanha institucional da OAB. O que a senhora tem a dissertar sobre o assunto, em particular quanto à sua campanha, como o apelo de políticos à cata de votos?
SC – Começando pelo final, asseguro-lhe que a disputa em foco não se confunde com a política partidária. É natural que amigos meus e do doutor Humberto, envolvidos na política partidária ou de outros ramos profissionais, torçam por ele ou por mim, e até peçam votos. Quanto ao outro ponto, de parte da Chapa 2, a campanha tem sido pautada na ética, na apresentação de propostas e no respeito à divergência. Repudiamos o uso de expedientes rasteiros, a exemplo de ameaças e ofensas, e não nos deixamos abater por essas coisas. As campanhas, em qualquer esfera, devem servir para o amadurecimento das ideias e o engrandecimento das instituições.
BCS – A senhora deriva de uma família de forte tradição político-eleitoral, o clã Nogueira, além da combatividade paternal do advogado Morais Filho. Também é nora da deputada federal Sandra Rosado (PSB). Todos esses componentes podem projetá-la à política partidária a partir da OAB?
SC – Orgulho-me da tradição política de minha família, especialmente do papel desempenhado por minha avó, Dodoca (ex-vereadora), mulher humilde que exerceu com muita honra e competência a função de vereadora de nossa cidade. Admiro o trabalho e a coragem de minha sogra, bem como sua exemplar dedicação a Mossoró. A influência de meu pai, no entanto, fala mais alto: sou advogada por vocação e tudo o que desejo é o privilégio de representar os colegas.
BCS – Que avaliação a senhora faz da gestão de Humberto Fernandes? Onde ela tem acertado e quais seus principais equívocos ou erros crassos?
SC – A gestão do doutor Humberto, com todo respeito a ele, a quem admiro enquanto ser humano, enquanto profissional brilhante, divulga como méritos seus a defesa das prerrogativas, o aumento de arrecadação, a reforma da sede, o lançamento de uma revista. A defesa da categoria é obrigação da OAB, o aumento da arrecadação é natural diante do crescente número de advogados, a reforma da sede conquistada por Vicente Venâncio e Tarcísio Jerônimo deve-se a recursos externos e a revista limita-se à autopromoção, sem qualquer benefício científico. A reforma e a revista, aliás, surgiram convenientemente às vésperas do pleito. O maior erro, contudo, foi restringir a poucas pessoas o acesso aos benefícios institucionais, algo que, se Deus quiser, teremos oportunidade de corrigir.
BCS – Quais as propostas principais à sua gestão que estão sendo mostradas ao colégio de eleitores da Subseccional?
SC – Antes do lançamento oficial da Chapa 2, Gilvan e eu tivemos o cuidado de ouvir advogados de todos os segmentos, homens e mulheres, iniciantes e experientes, unindo ao resultado da consulta nossas próprias ideais para elaborar um plano composto por 22 propostas importantes e perfeitamente executáveis. Delas, peço licença para destacar os programas de aperfeiçoamento contínuo, iniciativas voltadas à integração dos operadores do direito, medidas de caráter social e extensivo, como os projetos "OAB vai à escola" e "OAB na universidade", prestação pública de contas, melhoramento das salas da OAB nos prédios da Justiça, políticas de incentivo aos novos membros da categoria, de acesso ao processo digital e, principalmente, a abertura das portas da Ordem para todos os advogados.
Excelente entrevista. Parabéns Samara, pela inteligência e competência demonstradas em suas respostas!! Boa sorte…
Samara é sinônimo de inteligência, competência, trabalho e sobretudo honra e dignidade.
Parabéns ao Blog pela democracia e tratamento igualitário aos dois candidatos a presidente da Subseção Mossoró da OAB. O debate criado pelo Blog é uma salutar extensão do debate já instalado noutros foros.
Parabéns a Samara Maria Morais do Couto pela precisão e inteligência nas respostas.
Alcimar.
Falsaaaaaaaaaaa sei não viu?
Prezado Carlos Santos.
Peço-lhe a gentileza de corrigir um pequeno detalhe no meu perfil. Na verdade, sou pós-graduanda e não pós-graduada em Direito e Processo do Trabalho, na Unp.
Aproveito para agradecer a Sandra Raíssa, a Paulo e a Alcimar, pelos comentários, bem como para dar o meu testemunho sobre o sucesso do seu blog, traduzido nas inúmeras manifestações que tenho recebido pessoalmente e por telefone.
Abraço,
Samara Couto
Prezado Carlos Santos,
Como advogado integrante dos quadros da OAB/RN e atuando em Mossoró e região há mais de 12 anos sinto-me a vontade para tecer alguns comentários sobre a entrevista concedida pela Colega Sâmara. A princípio, é sabido que quando se realiza o que se prometeu, o discurso flui com mais facilidade e sem facetas. De uma simples análise da atual conjuntura da nossa OAB, é de fácil constatação o avanço que tivemos em todos os sentidos com a atual gestão, da defesa das prerrogativas a infra-estrutura da nossa administração, tudo melhorou. A atual diretoria atuou com respeito, dispensando a todos os colegas a devida e merecida atenção, tendo sido todos convidados a dela participar, sem exceção.
Contudo, infelizmente, sem qualquer crítica de ordem pessoal a candidata Sâmara ou a nenhum dos que compõem e acompanham a chapa que se intitula de oposição, o que não se pode admitir é um discurso sem alicerce, sem substância, e o que é pior, que depõe contra a própria estória de muitos deles na OAB e mistura política institucional com a partidária, senão vejamos as contradições entre as propostas e o que ocorre na prática : 1) discurso contra a reeleição, contudo, para citar somente um, o baluarte e ainda um dos articuladores da chapa de oposição, o respeitado e estimado colega TARCÍSIO JERÔNIMO, já foi reeleito para administrar a OAB; 2) REDEMOCRATIZAÇÃO DA OAB, proposta que não se sustenta na própria composição da chapa de Samara, pois não contemplou nenhum ou quase nenhum colega que militam nas cidades oestanas que compõe a nossa subsceccional, a exemplo de APODI, AREIA BRANCA, CARAÚBAS, GOVERNADOR, etc, além do que, inseriu em sua chapa três (03) colegas de um mesmo escritório (nada pessoal contra nenhum deles, mas depõe contra a idéia de redemocratizar); 3) TRAZER O ADVOGADO DE VOLTA A OAB, a própria candidata não desmentiu que não participa de uma sessão na OAB/MOSSORÓ há mais de 07 (sete) anos, nem que fosse para fazer uma crítica construtiva, o que dirá para prestar serviços ou apoiar as iniciativas da atual gestão, como por exemplo, a luta incansável contra os abusos praticados contra colegas na operação sal grosso, ou até mesmo para inaugurar uma sala que tem homenagem póstuma a ser prestada, assim não ocorrendo por não ter enviado um simples currículo do homenageado ! Relembrando o saudoso DIX-Huit Rosado, “QUEM NÃO FAZ UM POUCO POR SUA TERRRA, JAMAIS FARÁ NADA PELA TERRA DE NINGUÉM ! 4) Misturar política institucional com política partidária, embora diga que assim não ocorre, se tem conhecimento que 02 (duas) colegas que trabalham em repartições públicas estadual que já foram repreendidas por apoiar HUMBERTO FERNANDES ! 5) Por fim, me causa estranheza afirmar que “A OAB servirá para delegar poderes” e que a revista lançada recentemente teria sido para autopromoção, pois nela estão inserida as realizações de todos os ex-presidentes da nossa casa e não somente do atual. Portanto, gostaria que tratássemos o assunto de forma mais séria e realmente propositiva, ressaltando, sobretudo, o respeito pessoal a todos os colegas, pois, repita-se, estamos falando de realizações institucionais e não de ataques pessoais. Por isso, por uma OAB FORTE E RESPEITADA VOTO CHAPA 01 – HUMBERTO E PAULO EDUARDO!
Samara:
Mulher determinada, forte, inteligente, digna e ética.
Sucesso!
Muito bem, doutora Samara, é assim que se faz uma campanha de alto nível, com propostas, inteligência e clareza nas idéias que defende. Vamos seguir assim até o final, independente das provocações de qualquer espécie. Se você for compreendida pela maioria dos colegas, no que particularmente confio, chegará a presidência da OAB, se o preço a ser pago pela coerência e a ética na disputa for a perda da eleição, paguemos de cabeça erguida. A decisão é de cada um. Boa sorte!
Parabéns Dr. Waltency pelo brilhante esclareciemnto a entrevista concedida ao Blog pela Dra. Samara.
O seu comentário foi claro e preciso.
Campanha coerente se faz com apresentação de trabalhos efetivados perante a ordem.
Quando não se tem os mesmos, parte-se para o utópico e ataque.
O desconheciemnto e omissão das causas da ordem justifica tal comportamento.
Os colegas advogados sabe distinguir trabalhos e realizações a frente da ordem da omissão e desconhecimento das causas da ordem.
Por isso, A ORDEM É DOS ADVOGADOS e lutamos sempre por uma OAB FORTE E RESPEITADA, VOTO CHAPA 01 – HUMBERTO E PAULO EDUARDO!
Realizações concretas, serviços prestados e elaboração de um plano de gestão responsável e condigno à categoria.
Assim se faz uma OAB FORTE E RESPEITADA.
Vamos continuar avançando.
Humberto presidente. OAB MOSSORÓ/RN. Chapa 1.
Irretocável o comentário do colega Waltency Soares. Nesse momento da campanha, já deu para perceber que a oposição faz campanha pela simples oposição. Mesmo assim, acho que menosprezar os feitos da atual administração é uma conduta por demais maniqueísta. Acho que esse tipo de atutide menospreza a inteligência do colega advogado, que presenciou as altivas realizações conduzidas pelo então presidente e atual candidato Humberto Fernandes.
Observando de fora o debate sobre a sucessão na OAB/Mossoró, pois, apesar de bacharel em Direito, não sou advogado, percebo um diferencial entre a candidatura de Samara/Gilvan e Humberto/Aldo: a tranquilidade daquela e a agressividade desta. Sim, enquanto o grupo de Samara respeita a divergência, o de Humberto entra em parafuso diante das críticas e não se faz de rogado em desferir ataques, alguns no campo das ideias, outros pessoais. Se isso é vom ou ruim, os eleitores dirão.
Abreço
Drª. Samara,
Brilhante a sua entrevista. Esta sim, intocável. Talvez sua inteligência e capacidade de argumentação sejam motivos de tanta inquietação daqueles que se prestam a comentários infundados, pobres de espirito e vazios de per si.