As redes de TV do país exploram à exaustão o seqüestro seguido de morte, em Santo André (SP). A jovem Eloá, morta, é um prato cheio ao sensacionalismo.
Mas é também notório que existe um interesse nacional quanto ao tema, que envolve passionalidade, segurança pública e morte de uma adolescente.
A questão se desdobra para outros ângulos de debate, como o inconsciente humano (relação entre amor e ódio), bem como o preparo – ou não – da polícia no trato de grandes tensões. Tudo atrai a curiosidade do público, é certo.
Particularmente, entendo que houve negligência policial, mas também considero que o uso de atirador de elite causaria também forte assombro na opinião pública. Não é da cultura de estado, o uso desse ato extremado. Não é de nossa cultura, dita civilizada.
Há muito a ser aprendido com o fato.
De antemão, o Lindemberg (sequestrador-assassino) carrega em si a densidade própria de personagens dos grandes romances psicológicos. Parece saído da mente tresloucada de Fiódor Dostoiévski.
Há muito o que se extrair da tragédia.
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