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domingo - 22/01/2017 - 11:32h

Crise prisional atesta incapacidade do Governo Robinson

Por Carlos Duarte

A rebelião e o massacre de presos no presídio de Alcaçuz sãoa expressão mais nítida de que o governo Robinson Faria (PSD) não tem musculatura suficiente para enfrentamento de crises ou sequer para fazer funcionar, minimamente, o básico da gestão pública do Estado – o que já é recorrente.

Presos em Alcaçuz são donos do 'pedaço' e estabelecem espaços também fora, onde o governo manda menos ainda (Foto: O Globo)

Entretanto, o mais preocupante é que as últimas notícias, que tomam conta do noticiário nacional, revelam que o governo do RN negociou concessões com a facção criminosa PCC, na tentativa de retomar o comando de Alcaçuz. Apesar dos desmentidos, não convincentes, do governador.

Caso essa ilação venha a ser confirmada, a população do RN estará diante de uma gravíssima situação de consequências nefastas imprevisíveis. Nada justifica uma atitude como essa, a não ser a total falta de discernimento de um governo sem rumo, sem projetos, sem planejamentos e principalmente sem escrúpulos.

PESSOAS DE BEM não negociam com bandidos ou facções. Isso é crime passível de penalidades, todos sabem. Da mesma forma, o Estado que negocia com facções criminosas se iguala aos celerados, o que é pior: de modo covarde e sujeito à submissão. Na prática, isso significa a renúncia tácita do próprio poder constituído e a ascensão do poder paralelo.

O Estado tem que se impor, de forma enérgica e urgente, com logística eficaz de combate e com ações de inteligências integradas, ao rigor da lei, diante de facções criminosas, sanguinárias, de altíssima periculosidade, como as que ora dominam Alcaçuz. Essa é a resposta que toda população norte-rio-grandense esperava do governador da (in)segurança, Robinson Faria; e, não, o mero loteamento territorial do presídio – delimitado por containers ou muros, como querem – e o governo faz – as facções.

Tais medidas paliativas não irão resolver os problemas, muito ao contrario, irão potencializar as forças das facções, cujas ações criminosas certamente serão transponíveis aos muros dos presídios, com impacto, ainda mais violento, no cotidiano da sociedade potiguar – que, na realidade, já convive com a gestação de uma verdadeira guerra civil.

Seria mais honesto e honroso, para o governador Robinson Faria, diante da evidente incapacidade de gerenciamento e fracasso de seu governo, “pedir ajuda aos universitários” ou pedir para sair. Ainda assim, deixará sua marca indelével de má gestão pública no RN.

Por sua vez, sem omissão, é prudente que os demais poderes constituídos tomem as medidas legais cabíveis que lhes competem, na tentativa de reverterem o caos administrativo ora instalado no Rio Grande do Norte.

Pobre RN Sem Sorte!

SECOS & MOLHADOS

Reposição – O governo Rosalba Ciarlini começa a admitir os cargos comissionados de segundo escalão que irão compor sua equipe de governo. Isso já era esperado e é necessário. Até agora, já nomeou 75 servidores comissionados. Ainda está dentro do limite de corte “em até 50%”, anunciado pela prefeita como medida de redução de custos. Compreensível e aceitável.

Fragilidade – O Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Gilberto Jales, aponta que 70% do Plano Plurianual do Estado não foram executados. Faz críticas à falta de planejamento de todo o Estado do RN, diz que há fragilidades dos instrumentos de planejamento e que a votação do orçamento é algo que sempre ocorre de forma relativamente rápida.

Falência – A penitenciária de Alcaçuz está sob o controle dos presos desde março de 2015, quando os detentos arrancaram as portas das celas e passaram a circular livremente dentro dos pavilhões. Na oportunidade, foi decretado o estado de emergência do sistema prisional do Estado. Mesmo com o caos instalado, o governo Robinson Faria não abriu nenhuma vaga para presos no Estado. Recebeu 7,3 milhões do governo federal para recuperação de Alcaçuz – dinheiro jogado no ralo, com a destruição da rebelião de outubro de 2016. Atualmente, o presídio conta, apenas, com sete agentes de segurança para cerca de 1.140 presos. É o símbolo da falência do sistema prisional do RN.

Atraso – O ministro Gilmar Mendes, que preside o TSE, já havia informado que pretendia usar a delação da Odebrecht no julgamento das contas da chapa Dilma-Temer – que venceu as eleições de 2014. Com a morte do ministro do STF, Teori Zavascki, a inclusão desse material fica adiada. Devem atrasar os julgamentos dos processos contra Lula, que estão com juiz Sérgio Moro – que pretende também acrescentar as acusações da delação. O efeito cascata vai atrasar quase tudo da operação Lava jato.

Imaginário – A morte do ministro do STF, Teori Zavascki, é cercada de coincidências e algumas suspeitas, embora esteja praticamente descartada a ideia de atentado ou sabotagem. Casos como Celso Daniel, Toninho do PT e Eduardo Campos têm circunstâncias misteriosas que continuam no imaginário da população brasileira. Mas, é bom anotar: esse pessoal investigado não tem nada de amador.

Trump: economia é chave da questão (Foto: web)

Incerteza – Em relação ao Brasil, o governo Trump ainda é dominado por incertezas. Sob a ótica da política protecionista, há riscos claros para o Brasil, mas há o alento de que o País não consta na lista de desafetos do presidente americano. Por outro lado, Trump mostra-se propenso a negociar acordos bilaterais justos, que tragam empregos e indústrias de volta aos EUA. Isso poderá abrir possibilidades para o Brasil. Porém, se houver tendência de viés de alta dos juros nos EUA, isso afetará toda a política de atração de investimentos para o Brasil. Os EUA são o nosso segundo maior parceiro, atrás da China, com comercio bilateral de US$ 46 bilhões, em 2016.

Homicídios – Nos primeiros 21 dias, deste ano de 2017, foram contabilizados 14 homicídios em Mossoró. Caminhamos a passos largos para bater o recorde do ano passado. É o reflexo do abandono da Segurança Pública do Estado do RN. Sem repressão ostensiva e sem funcionamento dos equipamentos de segurança, “os mano” estão à vontade e com espaço para aturem, sem serem incomodados. O cidadão, entregue à própria, que se cuide. Que Deus nos proteja!

Veja AQUI a coluna anterior.

Carlos Duarte é economista, consultor Ambiental e de Negócios, além de ex-editor e diretor do jornal Página Certa

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Pedro Jales diz:

    Estados e municípios agem como filhos desobedientes ao não cumprirem com suas obrigações constitucionais, vindo depois pedir socorro a união.

  2. naide maria rosado de souza diz:

    Perfeito , Carlos Duarte. Esse acordo com bandidos foi alvo de severas críticas no noticiário. Todavia, o governador foi poupado por dois tês: Trump e Teori desviaram as atenções.
    Pergunto se a turma dos Direitos Humanos tentou evitar a tragédia ou se manifestou.
    Hoje, fui à praia. Tomei um sorvete de tapioca, potiguar sou. O vendedor, homem de cabeça branca, andava pelas areias quentes, carregando duas caixas grandes. Cansado, suado, mas na luta. Pedi outro sorvete, também de tapioca, para que ele repousasse um pouco. Vi seus olhos amarelados…o suor corria por eles, como lágrimas . Ofereci-lhe água. Declinou. Trazia a sua. Lembrei-me dos presos perambulando, donos do pedaço em Alcacuz. Carregam celulares, armas, são debochados.
    Ali na minha frente um idoso lutador que, certamente, teve infância ou vida difícil, mas não optou pelo caminho fácil do crime.
    Dói em mim o momento de minha terra…lembro que, em Mossoró, falta insulina…percebo que não tenho voz, que por mais que reivindique ou opine, me falta o “poder”, para contribuir. Exerço o direito de espernear, somente. De lamentar a presença de quem pode e não faz. Incapazes.

  3. naide maria rosado de souza diz:

    Perfeito , Carlos Duarte. Esse acordo com bandidos foi alvo de severas críticas no noticiário. Todavia, o governador foi poupado por dois tês: Trump e Teori desviaram as atenções.
    Pergunto se a turma dos Direitos Humanos tentou evitar a tragédia ou se manifestou.
    Hoje, fui à praia. Tomei um sorvete de tapioca, potiguar sou. O vendedor, homem de cabeça branca, andava pelas areias quentes, carregando duas caixas grandes. Cansado, suado, mas na luta. Pedi outro sorvete, também de tapioca, para que ele repousasse um pouco. Vi seus olhos amarelados…o suor corria por eles, como lágrimas . Ofereci-lhe água. Declinou. Trazia a sua. Lembrei-me dos presos perambulando, donos do pedaço em Alcacuz. Carregam celulares, armas, são debochados.
    Ali, na minha frente, um idoso lutador que, certamente, teve infância ou vida difícil, mas não optou pelo caminho fácil do crime.
    Dói em mim o momento de minha terra…lembro que, em Mossoró, falta insulina…percebo que não tenho voz, que por mais que reivindique ou opine, me falta o “poder”, para contribuir. Exerço o direito de espernear, somente. De lamentar a presença de quem pode e não faz. Incapazes.

  4. João Claudio diz:

    CÊS VIRAM???????????????????????? EU VI!!!

    O secretário de segurança do estado, pasmem, é fã de carteirinha do cangaço e de ”lampião” KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    Cês viram o ”chapeuzão” estrelado do bandidão/terrorista/assassino/ladrão/baderneiro/sanguinolento/pulha/cabra safado e cafajeste decorando a sala do SE-CRE-TÁ-RIO de segurança do Rio Grande do Norte??????? EU VI!

    Senhores, nordestino Idolatrar um bandido da espécie de ”lampião”, é o mesmo que o norte americano idolatrar Bin Laden.

    Entretanto, ”lá”, o Bin Laden é odiado, e é bem provável que qualquer cidadão seja preso e condenado, caso ouse elogiar em publico o terrorista assassino.

    Em ”cá” é diferente (e tem de ser, né? KKKKK). Até as autoridades policiais reverenciam o bandido ”lampião”.

    MAIS UMA VER-GON-HA EXCLUSIVAMENTE POTIGUAR.

    Pensando bem, acredito que o ”genio” que pariu a ideia de construir um presidio em cima de uma duna de areia, é o mesmo que também ”pariu” o projeto da ”ponte de todos” KKKKKKKKK, construindo-a abaixo da altura recomendada mundo afora. Se lembram quando o navio dos torcedores mexicanos não atracou em Natal porque a sua altura era maior que a altura da ponte…de todos?????? Outra grande vergonha, num foi?? KKKKKKKKKKKKK E olha que o governo do estado foi alertado por especialistas internacionais quando a ponte ainda estava no projeto. Não deu ouvidos, construiu, deu no que deu e ainda vai dar, haja vista estaleiros já construírem, há décadas, navios acima de 60 metros de altura.

    O ”rob contêiner” ainda não se achou, ainda não disse para que veio. Aguardem que logo logo emitirá uma famosa ”notinha” explicando que a situação está ”sob controle”, e que tudo foi gerado pelos detentos de Manaus e pela crise que o país atravessa.

    ♫ É Lampe, é Lampe, é Lampe

    ♫ É Lampe, é Lampe, é Lampião

    ♫ Seu nome é Virgulino

    ♫ Apelido é Lampião

    ♫ Lampião desceu a serra

    ♫ Para dançar no Cajazeiro

    ♫ Levou moça donzela

    ♫ Pra dançar a noite inteira

    ♫ Enquanto a faca não sai toda vermelha,

    ♫ A cabroeira não dá sossego não,

    ♫ Revira bucho, estripa corno, corta orelha,

    ♫ Quem nem já fez Virgulino, o Capitão.

    Arroooooooocha, secretário. Se melhorar… estraga o vexame do povo potiguar KKKKKKKKKKKKKKKKKK

  5. Francisco Antônio da Silva Neto diz:

    O que está ocorrendo no RN e nos demais estados brasileiros é o reflexo da falta de compromisso público dos nossos governantes desde 1500, data do descobrimento da terra de Santa Cruz. Logo, querer culpar o governador Robinson Faria por este pandemônio é, no mínimo, falta de civilidade…

  6. João Claudio diz:

    Alto lá!

    Uma gravação postada no Youtube mostra o ”governador da segurança” falando que quer entrar para a historia como o ”governador da segurança”.

    Quer ver o flagra da promessa mentirosa, Francisco Antônio da Silva Neto???? Quer ver como se ganha voto na base da mentira????? Pensando bem…ele ganhou o seu. Ganhou, ou não ganhou? Eu acho que ganhou o voto e algo mais.

    Assista o vídeo até o final.

    //www.youtube.com/watch?v=fOhmK_tRW-o

    (Vídeo postado por Cesar Alves, em 6 de janeiro de 2015, SEIS DIAS APÓS O ”ATUAL GOVERNADOR DA SEGURANÇA” ASSUMIR O GOVERNO).

    PS- Na gravação, o governador não se refere a terra de Santa Cruz, nem ao ano de 1.500. Ele só fala que quer entrar para a história. E entrou! E não só para a história potiguar. A incapacidade em gerenciar a segurança publica já é história no brasil e em todos os países do mundo. Isso é publico e notório. Virou caso para achincalhe.

    Entrou para a história, ou não entrou, Francisco? Heim?

    Afinal, o culpado pelo desmantelo generalizado e por esculhambar a Esculhambação em Alcaçus, é o ”governador da segurança”, ou Pedro Alvares Cabal???????

    • Gilvandro Alves da Silva diz:

      Concordo com Francisco Antônio da Silva Neto, pois querer culpar apenas o governador é politizar o caso. Será que o “bacurau” Garibaldi Alves Filho, correligionário do signatário desse comentário, também não tem culpa por ter construído o presídio de Alcaçuz em cima de uma duna. A crise prisional não atesta apenas a incapacidade do Governo Robinson, mas a falência do estado, fruto do descaso com o erário público por famílias que dominam o estado há anos, como Rosados, Alves, Maias e outros políticos profissionais, que legislam em causa própria e usam o estado para se locupletarem, empregando familiares e correligionários. O caso mais emblemático para exemplificar o que estou afirmando é a Assembleia Legislativa, que pasmem, vai doar 50 viaturas à polícia militar, pois lá sobra dinheiro, mesmo sendo o maior cabide de emprego do estado. Portanto, querer apontar um ou outro pelo caos na segurança pública do estado, é querer encobrir anos de descaso dos que se revezaram no poder.

  7. Fernando diz:

    Quem descasca o abacaxi e criticad,quem plantou é poupado.

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