Por Odemirton Filho
Um dia desses, por curiosidade, acessei um desses chats e solicitei a elaboração de crônicas sobre temas variados. Em poucos segundos, a Inteligência Artificial (IA) elaborou várias crônicas; textos bem-feitos, diga-se.
Pois bem, entramos na era da IA. É uma realidade da qual não podemos fugir, a tecnologia caminha a passos largos. Entre vários conceitos, pode-se dizer que “a Inteligência Artificial é um campo da ciência da computação que se dedica ao estudo e ao desenvolvimento de máquinas e programas computacionais capazes de reproduzir o comportamento humano na tomada de decisões e na realização de tarefas, desde as mais simples até as mais complexas”.
Segundo li, existem quatro níveis básicos de AI: a primeira, a “fraca”, está associada a tarefas simples, como trancar a porta do carro. A segunda, chamada de “geral”, é aplicável a atividades automatizadas, como na linha de produção ou gestão de lavouras. A terceira, “superinteligência artificial”, é utilizada em máquinas que podem decisões rápidas, a exemplo dos carros sem motorista. Por fim, a quarta, “generativa”, capaz de elaborar textos, imagens, códigos de programação, vídeos etc.
É inegável os avanços que a IA trará para a humanidade, embora muitos tenham receio dessa tecnologia de ponta. Entretanto, os avanços em todas as áreas do conhecimento humano, seja na medicina, na produção agrícola e no nosso dia a dia serão notórios, segundo os especialistas.
Contudo, no tocante ao ato de escrever, sobretudo, na elaboração de crônicas, nada substituirá o humano, os sentimentos que deixamos impressos ao escrever. Não quero nem imaginar, por exemplo, uma crônica sem a magia das palavras de Marcos Ferreira.
Escrever crônicas é navegar em sentimentos, lembranças e saudades. É resgatar tempos idos, esmiuçar o cotidiano. Como escrever sobre a beleza do mar ou do horizonte sem ter vislumbrado a paisagem? Como falar sobre o amor sem vivê-lo, senti-lo?
Uma crônica não pode ser artificial. A crônica é viva, pulsante. Escrever crônicas é fazer do feio, o belo, do menor, o maior. É observar a vida sob diversos ângulos, em diálogo com o leitor, que também embarcará nessas reminiscências.
Como bem disse Rubem Braga, dos nossos melhores cronistas: “escrever com sentimento tão fundo, e a mão tão leve, que não sei dizer o que quero, ou talvez não queira dizer o que sinto”.
Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos
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