Por Carlos Santos
Num tempo em que muitos são profundos desconhecedores de quase tudo, na Web, com opinião formada sobre qualquer tema, resolvi mergulhar numa experiência interessante: fazer o que não gosto para me desafiar a ser o mesmo, melhor.
Topei ser esculpido mais ainda, me aperfeiçoando na fala, na comunicação verbal e não verbal, apesar de uma estrada com quase 40 anos na imprensa. Estou imerso no curso da franquia nacional Vox2You Mossoró, para melhorar meu bê-á-bá. Simples.
“Se depender de mim, nunca ficarei plenamente maduro nem nas ideias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental,” definia-se o escritor Gilberto Freyre. Sigo o ‘relator.’
Mas, qual a razão para estar num curso de oratória? Não gostar de falar em público, apesar de ter uma rotina, por dever de ofício, desfiando a palavra em palestras, rádio, televisão, debates, reuniões etc. Justifiquei assim para um dos sócios da Vox, Luís Henrique, quando lhe comuniquei num cafezinho informal sobre a minha matrícula.
“Apenas tirei do mármore tudo o que não era David”, explicou Michelangelo sobre sua escultura, com a naturalidade de quem sabia ser possível encontrar naquele bloco de cinco toneladas, um ser melhor do que a matéria bruta. Sou essa pedra imensa, que segue lapidada pelo martelo e o cinzel da vida, mesmo que jamais venha a ser um David.
Estou sempre pronto a ouvir, a aprender, a ofertar o que sei. Amo escrever, posso falar melhor.
“Fala, Moisés! Por que não fala?”, pronunciou-se Michelangelo extasiado com sua obra, depois de concluir seu Moisés, também nascido do mármore.
Renascentista, imperfeito, eu falo.
Carlos Santos é criador e editor do Blog Carlos Santos – página que completou 17 anos dia 3 de maio último.
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