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Mauro Cid afirmou que só ele seu deu mal nos intramuros do poder bolsonarista (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Do Canal Meio e outras fontes
O dia seguinte à denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Jair Bolsonaro (PL) e outros 33 aliados revelou detalhes ainda mais complicados para os envolvidos. A divulgação da delação do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente, é explosiva.
Mauro Cid disse em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que todos teriam “se dado bem” e ficado “milionários”, enquanto ele “perdia tudo”. As declarações de Cid aconteceram em depoimento em 22 de março de 2024. (Estado de Minas)
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, derrubou o sigilo do acordo que Cid firmou com a Polícia Federal. Além disso, deu 15 dias para que os 34 denunciados apresentem suas defesas por escrito.
Segundo o ministro, “não há mais necessidade da manutenção desse sigilo, devendo ser garantido aos denunciados e aos seus advogados total e amplo acesso a todos os termos da colaboração premiada”.
Ao firmar a colaboração, Cid indicou quais benefícios pretendia obter, como pena máxima de dois anos de prisão. E se comprometeu, entre outras coisas, a analisar documentos e provas, reconhecer pessoas, prestar depoimentos e auxiliar peritos.
Sobre a tentativa de golpe, disse que participou de reuniões em que militares discutiram uma possível intervenção e confirmou ter recebido do general Braga Netto dinheiro vivo em uma caixa de vinho, no Palácio da Alvorada, para organizar as ações golpistas. Contou que viu o ex-presidente editando a “minuta do golpe” e que Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e seu irmão Eduardo Bolsonaro (PL-SP) discordaram sobre qual deveria ser a reação do pai após a derrota nas eleições.
Segundo Cid, Flávio foi contra um golpe de Estado, enquanto Eduardo apoiou a ideia.
Joias e dólares
Sobre as joias sauditas, afirmou que, junto com seu pai, o general Mauro Lourena Cid, repassou US$ 86 mil a Bolsonaro entre 2022 e 2023, após a venda das peças recebidas como presente. “Eu não participei de nenhum planejamento detalhado, de nenhuma ação, meu mundo era o mundo do presidente. O meu mundo era o presidente”, afirmou Cid. (g1)
O STF deve começar a julgar a denúncia entre o fim de março e o começo de abril, relata Letícia Casado. Esse é o prazo para que as partes apresentem suas manifestações e a Corte consiga dar início ao andamento da ação penal. (UOL)
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