Integrando a mesa diretora da Assembleia Legislativa na sessão ordinária de hoje, na leitura da pauta do dia, o deputado Nelter Queiroz (PMDB) arrancou risos dos escassos parlamentares presentes.
Das galerias, também.
Inovou ao acrescentar comentários próprios à cada proposição que lia, numa referência ao seu conteúdo e autores.
O deputado Carlos Augusto Maia (PTB do B) foi definido como “andarino” (sic) em sua análise.
Kelps Lima (SDD), o “homem da bengala”, numa referência ao “pau de selfie” que incorporou à parafernália multimídia que divulga seu mandato.
Para si, ainda reservou relato de recente viagem que fez à Europa. “Eu estava na Europa, estava em Paris”, situou-se.
E admitiu, sem tergiversar: “Com Minha cultura mal-educada, infelizmente”,
Estabanado, abordou um ambulante para pedir informação em Paris, sem se preocupar em fazer uma saudação. “Aí, depois de uns segundos em silêncio… Ele (o ambulante) me chamou atenção: ‘bonjour’ (bom dia)”.
Gargalhada geral no plenário e galerias. Nélter comentou que repetiu o “bonjour”, chave para a partir daí merecer atenção do francês.
“Chico Lula, meu avô, já dizia: o mundo vai te ensinar”, confessou Nelter com braços abertos e banhado pela milenar cultura europeia.
– Eu estou aprendendo – garantiu.
De forma abissal e inexpugnável, prefiro o cotidiano da vida provinciana ao tal banho de civilização européia. Enquanto o homem da metrópole vive de forma robotizada, sem tempo disponível para observar as coisas simples da vida e o alumbramento da natureza, o homem interiorano tem a vasta dimensão do tempo para sentir e apreciar a natureza em toda sua plenitude. Na metrópole há agitação estressante. Na cidadezinha do interior o tempo passa em conta-gotas, quase parando.