Já se disse que a ficção imita a realidade, ou algo similar (ou genérico). Essa história de demolir o Estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado, o Machadão, e Ginásio Humberto Nesi (Complexo Machadão) e o Centro Administrativo para Natal sediar dois (apenas dois!) jogos da Copa do Mundo é de um absoluto nonsense.
Ou uma evidente roubalheira. Ou uma coisa ou outra, não há para onde correr.
Serei mais claro. Formularei duas perguntas para que os próprios leitores reflitam e respondam.
– Os governantes estão corretos em encomendar, sem licitação, por TRÊS MILHÕES E SEISCENTOS MIL REAIS um projeto para derrubar o Complexo do Machadão e o Centro Administrativo e no seu lugar construir um novo estádio e um novo centro administrativo?
– Numa cidade onde a saúde pública vive à míngua, a educação básica está sucateada e a segurança pública simplesmente inexiste, vemos, indignados, TRÊS MILHÕES E SEISCENTOS MIL REAIS serem queimados, torrados… que povo pacato somos nós, que assistimos a tudo isso passivamenteVocê sabia que, se por acaso essa idéia estapafúrdia se concretizar, o estado e a prefeitura irão pagar aluguel durante trinta anos?
Veja o texto do arquiteto do Machadão, o excelente Moacyr Gomes: “Quanto à decantada viabilidade econômica do mega-negócio garantindo o mínimo de recursos públicos a serem investidos, é mais um engodo, se levarmos em conta entrevista do Secretario de Turismo e presidente do Comitê Oficial quando diz que o Estado permitirá a demolição do seu Centro Administrativo, dará 29 hectares de presente no coração da cidade para o parceiro construir um mega-complexo imobiliário, como compensação o Estado receberá um novo Centro Administrativo, mas, pasmem, vai pagar aluguel durante 30 anos, pelo uso daquilo que o Estado tinha de graça; autêntico Cavalo de Tróia. No fim, seria o erário levado a pagar a conta toda e o generoso parceiro a ficar com o lucro se não fosse tudo uma fantasia. O mesmo deveria acontecer em relação ao patrimônio Municipal, perderia o Machadão e o Ginásio Humberto Nesi, doaria um terreno de 17 hectares no ponto mais valorizado da cidade, e, pela mesma linha de raciocínio, receberia um Centro Administrativo, mas pagaria aluguel por 30 anos: outro presente de grego.”
Está na hora de uma mobilização geral para impedir que o descalabro, que já se iniciou, continue na sua marcha de insanidade, torrando o dinheiro do contribuinte à revelia do mínimo bom-senso necessário. É a hora do Ministério Público usar a sua força numa causa justa, pois estará protegendo não só o erário, como o patrimônio e a memória de uma obra que é chamada de “poema de concreto”.
O Machadão em vez de derrubado deveria ser tombado. Vejamos a definição na Wikpédia: "o tombamento é o ato de reconhecimento do valor cultural de um bem, que o transforma em patrimônio oficial e institui regime jurídico especial de propriedade, levando-se em conta sua função social".
O nome tombamento advém da Torre do Tombo, o arquivo público português, onde eram guardados e conservados documentos importantes.
O mais grave e surreal de tudo, o que torna o projeto totalmente insano, é o fato de Natal ter espaço de sobra para se construir tudo isso, sem precisar derrubar nada. Dos dois lados da entrada-saída de Natal tem terreno de sobra para duzentos mil desses projetos. É nessa história de demolir que está a roubalheira.
Como já se disse em outras ocasiões sairia mais barato pagar as comissões – bolas, já que se trata de um estádio – e manter de pé o nosso poema de concreto, bem como o centro administrativo.
Finalmente, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte, cidades que realmente irão sediar a copa, não vão demolir absolutamente nada, embora sejam cidades bem maiores do que Natal.
Enquanto isso os nossos TRÊS MILHÕES E SEISCENTOS MIL REAIS já voaram no pau. Bem que daria para comprar muito material e medicamentos para o Hospital Walfredo Gurgel; livros para os colégios públicos e viaturas e equipamentos para a segurança pública. É um desastre.
Armando Negreiros – negreiros@digi.com.br
No ocaso do seu governo,Vilma Paraguai,se prepara pra dá o grande lance de grande maioria dos políticos brasileiros,se ‘arrumar’,juntamente com os seus.Homi,vá cagar!
Ora, mas há aqui em Mossoró quem questione sobre a repercussão da demolição do Machadão e tudo mais ao seu redor, comparando-a com a de Wembley, parece até gozação, um insulto a nossa inteligência. Só pra lembrar, Wembley ficava na rica e poderosa Inglaterra. E o machadão é aqui mesmo no pobre e esquecido RN. Se ele não serve mais para o “espetáculo” de futebol dos “grandes” clubes de Natal, que o destinem para outra finalidade, pode ser até para corrida de jegue, ou quem sabe serviria até para “JOGAREM” os desabrigados das enchentes que todo ano assola o RN, já que não tem dinheiro municipal, estadual, federal, internacional, interplanetário, intergaláctico, etc, para os ajudarem. Demolir? não acho que seria coerente com nossa realidade econômica e social. Há também questionamentos sobre se as pessoas que são contra, já foram ao Machadão. Se isso for justificativa, derrubem a Catedral, a Ponte da Redinha, o Midway, o Morro do Careca, o Forte dos R. Magos, a Serra do Lima, a Igreja de São Viente, a Barragem de Santa Cruz, a Serra da Barriguda, a Barragem Arm. Ribeiro, o Arco do Triunfo, o Pico do Cabugi, ufa… Vão ter que demolir muita coisa. Ou será que todos os norteriograndenses conhecem tudo no RN? Ora, faça-me o favor, para se construir uma grande obra, por mais importante que esta seja, não significa necessariamente que tem que demolir outras.
Caro Carlos, não é de hoje que o estado do Machadão é de penúria, sou assíduo frequentador do Machdão para assistir aos jogos do América e o que mais se encontra lá são os maus tratos com os frequentadores. Diria qua o estádio esta em petição de miséria, apesar do suposto valor investido de 18 milhões feito a três anos atrás, Se Natal foi escolhida sede e se vão acontcer um, dois ou três jogos não importa, deve-se acontecer os investimentos pometidos, se não, pegue o boné e deixe a vaga para outra que tenha mais competência para gerir recursos e aproveitar as benesses dos investimentos que vem junto com a divulgação e prticipação de evento grandioso como uma Copa do Mundo. Mídia por pelo menos cinco anos quase que gratuita. Mas se acharmos que devemos continuar gastando dinheiro par recuperar gramado (não tem drenagem atualmente e parece mais um chiqueiro após 15 minutos de jogo), iluminação que é chacota para comentaristas que vem de fora transmitir jogos em Natal, falta de acessibilidade para portadores de necessidades especiais, escuridão total ao fim do jogos nos entornos do estádio, falta de estacionamento e por aí vai, então tudo bem, vamos tombar o Machadão e continuar convivendo com os engarrafamentos e com este verdadeiro elefante cinza que nada nos acrescenta e não ser continuar infernizando a vida dos cidadões, que pagam imposto, e vão servir, unica e exclusivamente, para os interesses dos donos do carnatal. Abraços do seu assíduo leitor.