quarta-feira - 13/05/2009 - 09:42h

Descaso pode ser proposital

Tsunamis e outras catástrofes naturais são totalmente imprevisíveis, mas não podemos dizer o mesmo dos períodos de estiagem e de chuvas no Nordeste. O que falta é vontade política de evitar os problemas causados pela seca e pelo excesso de chuvas.

O descaso vem de muito tempo. Em 1906 o senador e jornalista Eloy de Souza publicou o livro “O Calvário das Secas”. Já na introdução ele escreve:

A obrigatoriedade dos rios contínuos é um mito. Independe desse elemento todo o sistema de barragens com que a Argélia e os estados do faroeste americano anularam em percentagem séria, as longas estiagens. Iguais às nossas são essas regiões, com seus rios torrenciais, temperaturas ardentes e alto índice de evaporação. As médias pluviométricas são, para o nordeste brasileiro, mais elevadas que nos estados americanos. Quando o Rio Grande do Norte indica uma média de 897 mm, nenhum estado do faroeste americano ultrapassa 264 mm”.

Apesar de ter sido escrito há mais de cem anos, o texto continua atualíssimo, mostrando o descaso de nossos representantes com os problemas causados pelas secas e pelas chuvas. Caso o problema fosse resolvido, não haveria como os prefeitos aparecerem diante de desabrigados doando alimentos, posando de bons samaritanos, mesmo sendo bem maus.

O povo, sem educação, não sabe que o mesmo prefeito que doa uma cesta básica é o que não evitou que famílias passassem fome ou ficassem desabrigadas. Mossoró é um exemplo claro. Famílias não precisariam sair de suas casas, bastaria a dragagem do rio, coisa que o ex-prefeito Dix-huit Rosado – mesmo sem royalties – fazia rotineiramente. 

Mesmo culpada, a prefeita não se sente constrangida em cumprimentar famílias amontoadas em escolas. Ela jamais faria isso se tivéssemos uma população educada, instruída, conhecedora de seus direitos e das atribuições dos seus representantes constitucionais. Além do mais tem o tal do Estado de Emergência, que enseja a dispensa de licitação, alegrando muita gente.

E tem ainda, na Mossoró deles, os preparativos a preço de ouro do Mossoró Cidade Junina.

Triste, muito triste.

* Extraído do Blog do Tio Colorau (AQUI).

Nota do Blog – Sem tirar nem por, o enfoque me parece perfeito.

Apenas acrescento que é triste ver uma manada de seres humanos saudando seus próprios algozes, como inocentes úteis.

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Comentários

  1. Mario Almeida de Souza diz:

    Mossoró é assim mesmo: Condena um Rosado e enaltece outro.
    MAIS CEM ANOS VOS CONTEMPLAM FAMÍLIA BENDITA. AVANTE!

  2. jb diz:

    “Instituiu-se uma bobagem no Brasil:a de que PENSAR é coisa do passado. O bom agora, é NÃO PENSAR NADA, e se possível, ser BURRO.” (Dias Gomes-Dramaturgo).

    OBs.:Qualquer semelhança com a patota[royalties para Carlos Santos] no poder em Rosadolândia terá sido mera coincidência.

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