Em Alagoas, a Assembléia Legislativa decidiu mudar o nome do estádio de Maceió. Sai “Rei Pelé”, entra estádio “Rainha Marta”. Mas o governador Teotônio Vilela Filho avisou que não vai sancionar a decisão. Correto.
A homenagem lembra o nome da jogadora de futebol feminino, que nasceu no estado. Mas em essência, no ímpeto de ovacionar a conterrânea, os deputados promovem uma descortesia com Pelé. É a falta de medida, a ausência de capacidade crítica e a prosperidade da deselegância que estão em evidência.
Em Mossoró, isso é muito comum. Não se trata de exceção. Passou a ser regra mudar nome de logradouro público, para fazer homenagem a alguém supostamente com mais mérito. Na prática, se trata de uma condenação ao antigo homenageado, desterrado injustamente.
Veja o exemplo do Hospital Tancredo Neves, que virou Tarcísio Maia.
O prolongamento da Rua João da Escóssia, após a Estrada do Contorno, quando era só mato e abrigava uns depósitos para sal, chamava-se Professor Felipe Francelino.
Educador na União Caixeiral, servidor por décadas da Prefeitura de Mossoró, membro de família modesta, ele terminou punido com a chegada do progresso à cidade que tanto amou e a quem tanto se dedicou. Resolveram banir seu nome dessa artéria, quando ali instalaram um Campus da UNP e o Mossoró West Shopping.
É, grosseiramente falando, uma sacanagem! E ainda tem quem queira transformar Mossoró em “Capital Brasileira da Cultura”, diante de tanta incultura, menosprezo pelas pessoas e canalhice oficializada.
Bem que poderíamos dar um exemplo, aprovando lei que barre esse troca-troca infame. Do contrário, ser incensado hoje pode ser o princípio do banimento amanhã.
Amigo Carlos Santos
Sem contar que a antiga escola Castro Alves fruto de uma idéia próspera e cheia de argumentos históricos do então e saudoso prefeito, memóvavel Doutor DixHuit, será trocado também por outro nome. Reitero sua insatisfação e a denomino também de pura sacanagem.
Caro Carlos Santos,
Será que o grupo que deseja transformar Mossoró na “Capital Brasileira da Cultura” sabe o que é cultura. Eu imagino que não, haja vista que eles confundem eventos com cultura. Sei que existe eventos culturais, mas os principais eventos que eles alardeiam são apenas EVENTEOS, mesmo sendo redundante. É por isso, que fica muito fácil para eles mudarem nomes de ruas, praças, prédios etc, ao bel prazer. Eles precisam enteder que cultura não é apenas peças teatrais, quadrilhas, violeiros entre outros, mas um “conjunto complexo dos códigos e padrões que regulam a ação humana individual e coletiva, tal como se desenvolvem em uma sociedade ou grupo específico, e que se manifestam em praticamente todos os aspectos da vida: modos de sobrevivência, normas de comportamento, crenças, instituições, valores espirituais, criações materiais, etc” (Dicionário Aurélio). Será que eles pelo menos se esforçam para saberem disso???
Manda essa gente estudar que é melhor… não falam certo nem a propria lingua.