Aqueles éramos nós e não eram
eram os couros as cangas a voz
os olhos abismados à espera
de qualquer coisa além de nós
mas as palavras elas não eram
não aquelas infusas em avelós
acesas na febre das quimeras
a irromper dos cafundós
da alma que não não era
embora sejamos nós
aqueles inertes à espera
de palavras (de uma voz)
que (ao menos) desesperem
os nossos dias a nossa voz.
Adriano de Sousa
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