Ainda longe do profissionalismo
De acordo com Chico Santa Rita, especialista em marketing político, numa campanha eleitoral o custo chega a pelo menos 10% só para uso em pesquisas. Outros 30% vão para recursos humanos.
A luta pelo voto é literalmente uma guerra.
A gente acompanha diversas campanhas como estudioso empírico do assunto, na qualidade de repórter e às vezes por exercício de trabalho. É fácil chegar a uma conclusão: tem muito marreteiro na área.
Há uma enxurrada de espertalhões sorvendo dinheiro de incautos, vendendo gato por lebre. O barato que sai caro.
Ao mesmo tempo, continua imperando a auto-suficiência de candidatos, a ditadura dos palpiteiros e a gestão familiar. É o irmão, a cunhada, passando pelo filho, enteada, pingüim da geladeira, o totó, patinho de borracha etc. Todo mundo mete a colher.
Ao fim das eleições, muitos membros dessa fauna não conseguem explicar uma derrota. Claro que sempre sobra para alguém, o lado mais fraco. O candidato, lógico, nunca tem culpa alguma.
É fácil enxergar amadorismo à distância, principalmente perto de eventuais eleitos, os “prefeitos e vereadores em férias.” Há uma legião de sabe-tudo no entorno dos “vencedores”, todos com a fatura no bolso para cobrarem sua parte adiante. Entretanto é quase impossível localizar alguém disposto a dividir o ônus.
É comum que o exército de combatentes seja substituído por outro de “ocupação.” Dizem que o mundo é dos mais espertos. Faz sentido. Os medíocres são mais competentes – e sem escrúpulos – na hora da divisão do “bolo”, pela capacidade demonstrada em se unirem, temendo os mais qualificados.
Raramente a gente encontra um político no pindorama brasileiro, que não amoleça o coração diante da bajulação, do servilismo doentio e da cretinice gosmenta. Dizem os japoneses, que essa gente rastejante – conhecida pelos joelhos encardidos – é como gato: adora a casa e não o dono.
Sacanagem com o bichano. Esse comparativo desmerece os honrados e afetuosos felinos. Eles são mais decentes.
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