Pesquisa das pesquisas
Nos Estados Unidos, onde as pesquisas de opinião pública têm quase 100 anos de uso contínuo e, profissional, também não falta controvérsia em torno delas. Em época de disputa presidencial, mais ainda.
Todo santo dia pipoca pesquisa na América. Medem aceitação, rejeição, discurso etc. Barack Obama ou Mcain?
Há uma confusão, “engarrafamento” de pesquisas. Entretanto todos os veículos de comunicação e institutos responsáveis sabem que o “xis” de tudo está na palavra “credibilidade.”
A rede ABC, por exemplo, adotou uma fórmula interessante para não arriscar seu largo conceito em todo o país, de costa a costa: realiza um estudo denominado de “pesquisa das pesquisas.” Ela faz um apanhado de todos os números divulgados (inclusive pela concorrência), tirando uma média à avaliação de seus comentaristas.
Como existe uma opinião pública de verdade, bastante numerosa, esclarecida e que participa da vida nacional, as oscilações nos números são extremamente comuns. Há um ambiente crítico, onde a dialética obriga candidatos e suas assessorias a uma atenção redobrada.
Uma vírgula fora do lugar pode levar alguém à derrota.
No Brasil, o processo de aferição do pensamento popular é muito parecido com o que ocorre nos Estados Unidos, porém com enormes diferenças de mentalidade, em face do público – que possui outro perfil. No pindorama brasileiro, há um considerável alheamento quanto a temas de real importância à sociedade, como a política.
As pesquisas também estão sempre sob suspeita, devido o poder politiqueiro e plutocrático, aparelhando empresas de mídia e os próprios institutos. A legislação pertinente ao serviço prova como ele é suscetível às tentações do “capital”. Do poder.
A cada eleição se aperta o cerco. A esperança da Justiça Eleitoral é evitar sua manipulação, pois muitas servem tão-somente como ferramenta de indução ao voto, em vez de se constituírem em fonte de informação. Contudo nenhuma é mais eficiente do que os números das urnas.
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