O guizo e os bichanos na atual campanha eleitoral
Tenho ouvido há semanas que "xis" candidato tem certo volume de dinheiro para gastar e conseguir vencer, nos últimos dias de campanha. A ladainha é antiga.
Em toda disputa eleitoral existe essa crença: os mais espertos e endinheirados decidem sua eleição na reta final. É uma questão cultural. Hábito mesmo.
Esse quadro me remete àquela estória infantil do guizo e do gato.
Numa assembléia, os ratos decidem seu futuro. Precisam retomar o direito à alimentação na casa, que passara a ser guarnecida por um felino mais do que atento. Um dos roedores apresenta idéia salomônica: "Vamos botar um guizo no pescoço do gato e toda vez que ele se movimentar, a gente saberá sua localização, dando tempo para pegar a comida"!
A proposição é recebida de forma efusiva com bravos, palmas, assobios e parabéns. Entretanto, um ratinho mais ponderado resolve fazer uma indagação crucial e necessária: "Quem vai botar o guizo no pescoço do gato"?
Neste ano, em que a Justiça Eleitoral, Ministério Público Eleitoral e mais ainda as partes envolvidas nas campanhas estão atentas e equipadas, é uma temeridade repetir o que sempre se fez.
Qualquer pessoa medianamente bem-informada sabe que sempre tivemos vigÃlias nos bairros, com distribuição de feiras, telhas, tijolos e dinheiro "vivo". Havia a compra (do voto) ou pelo menos a tentativa desvairada de fraudar as eleições.
Diante do que já ocorreu até aqui na atual campanha no RN, é fácil identificar que o risco é altÃssimo. Gente até com campanha praticamente decidida pode jogar tudo fora. Quem vai se arriscar?
Há meses eu escrevi e repeti, que a campanha seria desenvolvida numa atmosfera atÃpica. Estamos na era da arapongagem itinerante e universal. Qualquer indivÃduo tem telefone celular com câmera fotográfica, de filmagem e microfone.
Todos estão sob vigilância. Não muitos bichanos passeando na área e não é fácil botar guizo em todos eles.
Quem avisa, amigo é.
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