Por Francisco Edilson Leite Pinto Júnior
“E, na minha infância, morria de medo de perder a minha mãe também. Por isso, eu pedia a Deus que curasse ela. Afinal, minha mãe era ‘louca’. ‘Louca’ varrida! Assim, chorava e rezava: ‘Deus, meu Pai: cure a minha mãe Giselda Pinto! Faça com que ela seja uma pessoa normal’…
Vocês devem estar curiosos para saberem como eu cheguei a este diagnóstico, sem ter cursado semiologia…
Bem simples! É a velha história clínica, sempre soberana: todo dia, minha mãe saia de casa às cinco e meia da manhã; trabalhava três expedientes até a noite, como professora do ensino médio, e depois como professora da UFRN/UnB.
Não preciso dizer quais eram os seus honorários: professor sempre teve que ganhar pouco… No dia em que a educação for prioridade neste país, os homens deixarão de ficar deitados em berço esplêndido, se lamentando ter perdido uma copa, e veríamos que a copa estar sendo perdida diariamente nos corredores assassinos dos nossos hospitais públicos; nas licitações fraudulentas que subtraem a nação dia após dia; a copa estar sendo perdida no dia-a-dia de quem trabalha para sustentar uma massa de parasitas, que disseminam a “gripizinha” por aí…
E viva o analfabetismo político, como dizia Bertolt Brecht, pois ‘ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos….
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nascem à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto’, desumano, insensível…
Pois bem! Voltemos ao diagnóstico de loucura da minha mãe… Mesmo com todas essas dificuldades, minha mãe era feliz! Extremamente feliz! E eu chorava, por não acreditar que alguém em sã consciência pudesse ser feliz sendo professora, ganhando tão pouco e passando tantas dificuldades”…
Hoje minha mãe partiu para um outro plano. Mas ela continuará sempre viva em cada professor, em cada sala de aula desse país.
“Não importa a partir e nem a chega, mas a travessia (Guimarães Rosa)
Gizelda Pinto
♡ 08/06/1942
♡ 28/05/2021
#COVID-19 #obrasilmerecerespeito
Nota do Blog – Meu amigo tão querido Francisco Edilson Leite Pinto Júnior (assim mesmo, no comprido), minha completa solidariedade a você e demais familiares. Essa dor não é apenas dos filhos subtraídos da presença materna, mas dos amigos que também querem preencher tantinho assim, da parte que fica faltando. Meu carinho, meu abraço, minha compaixão.
Que dona Gizelda (falecida em Brasília, com Covid-19) descanse em paz.
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Estimado amigo Edilson Pinto Júnior, nosso abraço! Profa Giselda Pinto, mãe, escritora, “senadora”: Mulher de seu tempo! Agora vamos rezar juntos 🙏🙏🙏
Meus sinceros sentimentos de pesar!
Que triste, muito triste. É dessa loucura que a humanidade depende. E na falta dela, a desumanização se farta. Meus pêsames.
Meuis sinceros sentimentos à fámilia; Prof.Edilson, quanta emoção e carinho nesta sua crônica de despedida ou um até logo à sua mãe.
Ps. Meu coração não está preparado para tanto.
Tô triste.
Ditado popular: aqui se faz, aqui se paga.
Tenho esperança que o Capetão Cloroquina pagará com juros e correção monetária!
Simples assim.
Tô puto.
Meus sinceros sentimentos à família de Gizelda Pinto pela grande e triste perda.
Adeus amiga,Deus te aguarda no céu.
Envio o meu profundo sentimento de pesar a todos os meus parentes componentes das tradicionais famílias RÊGO , COSTA e LOPES (Pau dos Ferros-RN) e PINTO, da região Oeste potiguar (Apodi-Mossoró) . O Dr. PINTO Júnior é meu parente por estas referidas e honradas famílias. É imensurável a dimensão da perda de nossas mães. Elas nunca morrem. Elas se encantam para se transformarem em estrelas de primeira grandeza para comporem a constelação da Mansão do Supremo Arquiteto do Universo. Forte abraço primos e primas !. DEUS os ampare e conforte nestes momentos tão difíceis.