Respondeu o filósofo, sem pestanejar: “A mais difícil é conhecer a si mesmo; a mais fácil é dar conselhos”.
Pois bem, tendo que ser objetivo, pragmático, afinal o ultimato partiu da direção do Hospital Clóvis Sarinho (HCS): “Faça um artigo com apenas uma lauda” – (acho que a direção do HCS tem lido muito Shakespeare, pois era ele que dizia: a brevidade é a alma da inteligência) –, vou tentar ser breve. Apesar de faltar-me, e muito, a inteligência. E por falta dela – da inteligência –, não vou seguir os conselhos de Descartes que ensinava: divida um problema em tantas partes, quanto necessário e comece a resolvê-lo, partindo do mais fácil para o mais difícil.
Mas, sou assim: gosto de fazer o contrário. E vou começar do mais difícil. E como é difícil fazer esta pergunta para todos vocês, que fazem parte do HCS: “Vocês se amam?”.
Lembro que a resposta só poderá ser sim ou não. O talvez está excluído. E vou lhes ajudar, lembrando que para amar a si mesmo, é preciso amar o que eu tenho, o que eu faço, e o que eu sou, não é mesmo?
Vamos, então, responder estas perguntas: amar o que eu tenho, significa amar a minha família e os meus amigos. Você os ama? Sim?! Veja que eu não coloquei os bens materiais, pois isto é apenas matéria (vaidade de vaidades).
Vamos para a segunda questão: amar o que eu faço, significa amar o meu trabalho, o meu ofício, e não ficar me lamentando, invejando e atrapalhando o trabalho dos outros. Você ama o que faz?!
Terceira questão: amar o que eu sou, significa amar a mim mesmo. Amar o meu precioso tempo, amar o meu corpo, saber que eu tenho limites e se ultrapassá-los terei que pagar um preço: hipertensão, ansiedade, insônia, depressão, diabetes, câncer… (você tem sido honesto com o seu corpo e com o seu tempo?).
Se após estes questionamentos, você ficou em dúvida: “será que eu me amo?”, chegou a hora da parte mais fácil deste meu artigo – os conselhos.
É isto meu caro(a) leitor(a): comece amar a si mesmo, pois o buraco é mais embaixo, como dizia Vinícius de Morais. Passe a valorizar o tempo que você tem em casa com a sua família (abrace-os, beije-os, converse com eles…); eu sei que a coisa tá difícil para todo mundo (menos para os políticos, é claro), mas dê, de vez em quando, um mísero telefonema para saber como andam os seus amigos: se eles estão precisando de alguma coisa… uma palavra, como disse Cristo, e serás salvo…
Tire um dia para não fazer nada: descanse, vá a praia, ao cinema, vá caminhar no parque das Dunas (gasta-se apenas R$ 1,00), leia um livro… viva a vida! Pois saiba que um dia, isto tudo acaba e não levaremos nada (Ah! Andaram me dizendo que no mundo do além, não tem banco, nem muito menos bolsa de valores, nem o PT e Cia Ltda.).
Francisco Edilson Leite Pinto Junior é Professor, médico e escritor
Como sempre o Prof. Edilson Pinto mostar sua sensibilidade e inteligencia nos presenteando com este magnifico artigo .