Por Marcos Ferreira
Com receio de ser mal interpretado e agredido verbalmente, pensei duas vezes em abordar ou não o assunto a seguir. É que tomei conhecimento de que agora o Ministério da Cultura, sob a batuta da senhora ministra Margareth Menezes, acaba de lançar um edital para a premiação de obras literárias escritas única e exclusivamente por mulheres.
Ótimo! Palmas para o autor ou autora dessa ideia.
Avaliem só isso. Com recursos milionários destinados a contemplar a intelectualidade feminina, o sensibilíssimo Ministério exclui impiedosamente o trabalho de homens de letras. Claro que concordo em se pensar e executar projetos voltados para as nossas nem sempre valorizadas mulheres no também machista segmento literário.
As senhoras e senhoritas operárias da palavra são mais que merecedoras de todos os incentivos. E que venham outros mais para estimular esse público.
Porém o referido Ministério e o governo petista mostram-se farinha do mesmo saco e findam por dar um tiro no próprio pé. Exatamente. O Partido dos Trabalhadores (com seus gênios e camaleões da cultura) perde ótima chance de apagar a escrita de menosprezo e descaso dos governantes anteriores contra a literatura de um modo geral. Isto porque a produção masculina também sempre foi criminosamente ignorada pelo Estado brasileiro e seus dinossauros de terno e gravata.
Hoje, portanto, os petistas são os mandachuvas, os dinossauros da vez a ocuparem o parquinho dessa poderosa máquina de fabricar coisas boas e outras muito desastrosas, despropósitos e despautérios. Porque criar um importantíssimo e oportuno prêmio literário para promover a produção das trabalhadoras da palavra escrita e não lançar outro edital voltado para os homens é qualquer coisa perversa.
Bom, antes que caia uma chuva de canivetes sobre minha cabeça, vou ficando por aqui. Creio que já corri um grande perigo ao botar o dedo sobre tal ferida. Esse, entretanto, é só o meu ponto de vista. Nada além disso.
De resto, mais uma vez, parabéns aos gênios e dinossauros responsáveis por essa ideia. Tchau!
Marcos Ferreira é escritor
Concordo em gênero, número, grau e letras. Não se combate discriminação discriminando.
Caro A de Andrade,
Meu objetivo foi dizer justamente o que você colocou aqui: “Não se combate discriminação discriminando”.
Abraço e até domingo.
Num país onde a Constituição diz que todos são iguais perante a lei, cada vez mais se admite reconhecer desigualdades, desde que seja para tentar reduzi-las. Entre a igualdade e a isonomia, a segurança jurídica e as boas intenções, quem há de apontar o caminho?
Grande abraço a Marcos Ferreira, por quem tenho admiração há muitos anos.
Prezado Marcos Mairton,
Uma alegria contar com sua presença e opinião neste espaço.
Fico feliz, tambem, que tenha compreendido a finalidade da minha crônica.
Forte abraço e uma ótima semana para você.
É verdade, Marcos Ferreira. Essa história de especificar e restringir ações culturais nunca soou bem. Agradada a poucos… A coisa tem que ser abrangente, tem que contemplar o maior números de cidadãos ( escritores, escritoras). Concordo com você.
Vamos dividir o espinhaço!
Amigo Francisco Nolasco,
Bom dia.
Grato por dispor o espinhaço e dividir as cipoadas comigo.
Pois sei, repito, que corri perigo ao abordar esse assunto.
A questão, como você comprendeu, não é o fato de se prestigiar as mulheres (dignas de todos os incentivos), mas a exclusão dos homens ao não se criar um edital paralelo.
Grande abraço e boa semana.
Bom dia Marcos Ferreira?
Mossoró tem suas estórias ou será história mesmo?
Bom estava eu com o grupo de Choro após apresentação no Memorial dz Resistência quando conversa conversa vêm o Maestro Carlos nos contou que há tempos , muito tempo um músico, acho que dá Banda de música Arthur Paraguai deixou cair um instrumento mas precisamente um trombone de vara; como na época não existia a figura do Luther, eles mandaram para Raimundo Cara Suja, famoso por trabalhar com solda branca.
No dia marcado e foi buscar o instrumento que havia sofrido um pequeno trinco.
Ele verificou estava estava perfeito.
Raimundo Cara Suja lhes falou: tá tudo perfeito, quem soldou fui eu! E a propósito esse negócio tava com um pouco de folga eu soldei também , não solta, quem soudou foi eu!
Ele há havia soldado a vara do trombone!!
O músico ficou doido! Kkkkkkkk
Um abraçaço
Meu caro Amorim,
Você e suas histórias deliciosas.
Essa ficaria muito bem se adaptada para um conto jocoso.
Abraço e até domingo.
Perfeito. Dever-se-ia fazer campanhas para estimular leitura. Estimular escritos, publicações. Posto que quase ninguém mais está lendo livros. Nem jornais impressos. Há um estreitamento intelectual no corredor da internet. Essa é a luta que desafia qualquer mentalidade progressista. E não essa estultice de escolher guetos. Sob a desculpa de “favorecer” discriminados, discrimina-se. São ações desse tipo que alimentam a intolerância oponente. Dá discurso aos extremados do atraso. Peço permissão ao autor para assinar seu texto, como concordante.
Prezado François Silvestre,
Bom dia.
Seu testemunho (que muito me honra) é um aperfeiçoamento do meu raciocínio.
E sim, tais ações também contribuem para alimentar a intolerância dos radicais de extrema-direita. Aliás, meu caro, radicalismo nunca é bom. É algo ruim tanto de um lado quanto do outro. Em relação ao edital voltado exclusivamente para as nossas mullheres, repito que é mais que oportuno e justo. O que não concordo, todavia, é realmente com essa mentalidade tacanha de se excluir sob o pretexto de incluir.
Abraço e uma ótima semana para você.
Bom dia, caro Marcos!
Louvo a iniciativa do prêmio, mas não concordo com a restrição “só para mulheres”. Será que a mulher não tem competência para concorrer em igualdade de condições com o homem? Onde a identificação sexual influenciará na inteligência cognitiva?
O Ministério da Cultura na pessoa de Margareth Menezes, ingenuamente, discriminou ou subestimou a intelectualidade feminina quando restringiu ao concurso somente a participação feminina.
Esta é minha opinião como mulher, como defensora da igualdade de direitos e como eleitora de Lula.
Um grande abraço, meu inesquecível Marcos!
Querida Simone Martins,
Bom dia.
Fico feliz que você, especialmente por ser mulher, entendeu que não expus aqui um pensamento machista.
Concordo irrestritamente com a valorização de nossas escritoras e as mulheres como um todo, no entanto lamento que tenham perdido a oportunidade de contemplar também os homens com um edital paralelo, já que decidiram que as mulheres não podem se misturar com os marmanjos em um certame literário.
Obrigado, portanto, por sua presena e opinião neste conceituado espaço.
Abraço e até breve.
Essa não é a maneira correta de combater o suposto machismo na área literária. Muito pelo contrário: cometem uma injustiça contra os homens e é uma forma de discriminação. Por que não abre um edital para quem quiser participar e pronto?
Prezado Francisco Xavier,
Bom dia.
Seu raciocício vem ao encontro do meu.
Fico feliz, portanto, que tenha compreendido o propósito e a essência do meu argumento.
Mais cedo ou mais tarde a ficha há de cair para esses dinossauros.
Forte abraço é ótima semana.
Conheço pouco de partidos políticos. Minhas escolhas sempre foram nos candidatos! Contudo sempre votei no PT pois, trabalhando no BB, estaria a salvo de privatizações. Mas não aprovo tudo! Também não concordo com políticas que excluam pessoas. Entendo que ela queira fazer uma reparação histórica da figura feminina, sempre tão discriminada. Mas ela não pode tomar decisões desse tipo. Ela, sendo uma pessoa de poder, tem que atender os anseios de todos. No meu ponto de vista, ela está cometendo um equívoco, independente do partido político! Bom domingo a todos!
Amiga Bernadete Lino,
Bom dia.
Também não entendo muito de política. De letras, porém, acho que entendo um pouco mais. Daí a razão pela qual resolvi levantar essa questão. Fico feliz que você, sobretudo por ser mulher, tenha compreendido minha mensagem. Isso mostra que você, ao contrário de muitas pessoas, consegue viver fora da bolha do Partido dos Trabalhadores, com aprovação e obediência cegas, sem capacidade de questionamento.
Forte abraço e uma ótima semana para você.
O lançamento de um edital para mulheres em que homenageia a escritora Carolina Maria de Jesus, não veda no meu entender os escritóres e produção mascolina. É apenas uma promoção de incetivos as mulheres que escrevem. Mas é isso, aguardemos os próximos capítulos. Abraços
Caro poeta Cilon,
Bom dia.
Acho que você não entendeu meu pensamento. Sugiro que leia o texto de novo. Pois a questão abordada por mim não é a homenagem a Carolina Maria de Jesus nem às mulheres escritoras de um modo geral. Não se trata disso. O que expus aqui foi claramente a falta de sensibilidade dos dinossauros do PT (pois há dinossauros em todos os partidos, mais até que no período jurássico) em não criar um edital paralelo com a finalidade de também comtemplar os escritores, os homens. Só isso.
Forte abraço e uma ótima semana.
A revolta não soma. As boas sugestões, sim.
Prezado Antonio Costa,
Bom dia.
Grato por sua opinião.
Abraço.
Eu acho apenas que esse é um dos primeiros projetos nesses poucos 4 meses do governo da frente ampla do Presidente Lula.A ministra está tentando fazer slho pelas mulheres tão pouco valorizada em todos os segmentos nesse literario não foge a regra. Lembre-se de Virgínia Wolf no texto brilhante sobre a submissao da mulheres e seus resultados. Mudou muito pouco até agora. Portanto vamos dar crédito a nossa Ministra Margaretha pois ela encontrou essa pasta destruída como todo mundo sabe. Vamos ter mais paciência em tais considerações.
Texto da Virgínia e Um teto teu lembrei-me do título
Olha, o assunto é complicado, porém não se equilibra, no meu entender, separando. Mas…