sexta-feira - 25/05/2012 - 22:48h
"Democracia"

Dirigentes impõem vontade própria a partidos

Na última sexta-feira, o deputado estadual e ex-governador Antônio Jácome (PMN) aportou em Mossoró para prestigiar a apresentação da chapa governista municipal à sucessão da prefeita de direito, Fátima Rosado (DEM), a “Fafá”.

Pelo telefone, antes de se dirigir para a mansão de Fafá, ele localizou o ex-deputado estadual Francisco José (PMN) pelo telefone.

A conversa, com sua voz arrastada e quase inaudível, simplificadamente foi uma ordem: disse que Francisco, o “Chico José”, fosse para o evento.

O ex-deputado enfezou-se, mas não perdeu sua conhecida fleuma. Cortou o compromisso que não lhe fora previamente adiantado ou acertado, recusando-se a segui-lo. E não apareceu para prestigiar a vereadora Cláudia Regina (DEM) e o advogado Wellington Filho (PMDB), pré-candidatos a prefeito e vice, respectivamente.

O PMN de Mossoró tinha se reunido antes, organizado nomes como pré-candidatos a vereador, para anúncio de coligação ao PSB da pré-candidata a prefeito Larissa Rosado. Jácome, presidente do PMN estadual e aliado do DEM no âmbito de Estado, decidiu que não levaria em conta a postura do núcleo local do partido.

Situação praticamente idêntica ocorreu com o PSDB. David Júnior, dirigente do partido em Mossoró, já anunciara independência de movimentação da sigla e até a pré-candidatura a prefeito do ex-deputado estadual Gilvan Carlos (PSDB). Quase ninguém o levou a sério.

De Natal veio a ordem para o PSDB do deputado federal interino e presidente do partido, Rogério Marinho, para desmanchar o discurso e moganga. Determinação foi se aliar ao DEM e às candidaturas de Cláudia e Wellington Filho.

Nos dois episódios, nada que pareça com democracia. O mesmo que ocorre com o PT e PR em Mossoró. Como é fácil perceber, não estamos diante de exceções, mas regra.

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Categoria(s): Política

Comentários

  1. jb diz:

    “O eleitor não escolhe o candidato; escolhe entre candidatos que lhe apresentam os partidos e, se embirra com todos, não vota, e os partidos ganham da mesma maneira. Ora os partidos são dirigidos e orientados por directórios, ou como quer que se lhes chame, nos quais prepondera a opinião de três ou quatro indivíduos, o máximo, e por vezes de um indivíduo só (…)Exercendo realmente uma ditadura, exercem-na hipócrita e cobardemente, cobertos por uma massa partidária que, como é anónima, vem a ser praticamente ninguém; contraem portanto, com a índole despótica do ditador, a obliquidade moral que vem do sentimento da impunidade e alguns, se não todos os vícios que provêm do exercício constante do disfarce e da hipocrisia. E quando a isto se acrescenta que, para subirem nesses partidos até à situação de preponderância que neles têm, esses homens tiveram que servir os ditadores hipócritas que os precederam na direcção real desses mesmos partidos, vê-se que a índole hipócrita e a obliquidade moral, que seria natural que contraíssem no mero exercício da sua ditadura velada, já as haviam realmente adquirido antes, no serviço dessa mesma ditadura, pelo qual conseguiram chegar, por sua vez, a ser ditadores.” Gomes Pipa .
    Personagem da “Farmácia do Evaristo” de Fernando Pessoa

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