segunda-feira - 09/10/2017 - 08:56h
Eleições 2018

Disputa à Câmara Federal no RN pode alterar “clube fechado”

"Chapão" suprapartidário que envolve elite política tem pressão de legislação nova e outros fatores

Os grandes partidos brasileiros e outros de menor dimensão têm uma prioridade em 2018. Esse foco é a ampliação das bancadas federais.

Disputa a governos estaduais chega a ter interesse subalterno.

A questão tem relação com a Reforma Política aprovada pelo Congresso Nacional, já sancionada pelo presidente Michel Temer (PMDB). Em face dessa nova realidade, a luta por vagas à Câmara Federal no próximo ano pode ter outra dinâmica, inclusive no RN. Podemos ter surpresas.

Walter, Fábio, Jácome, Zenaide, Beto, Rafael, Felipe e Rogério foram eleitos na disputa estadual de 2014 (Fotos: arquivo)

Os partidos têm que atingir a chamada “Cláusula de desempenho”. Com a mudança, as legendas trabalham para no mínimo terem direito ao tempo de propaganda e acesso ao fundo partidário.

Terão que alcançar pelo menos 1,5% dos votos válidos, distribuídos em, no mínimo, nove estados, com ao menos 1% dos votos em cada um deles. Como alternativa, as siglas precisarão eleger ao menos nove deputados, distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da Federação.

As exigências aumentarão de forma gradativa até 2030.

“Clube fechado”

O Rio Grande do Norte tem oito vagas à Câmara Federal, que normalmente sofrem pouquíssimas alterações de uma eleição para outra. Os próprios detentores desses mandatos, partidos e lideranças políticas costumam agir suprapartidariamente na luta à preservação do “clube fechado” que formam – verdadeiro “chapão”.

Em relação a 2018, essas novidades tendem a surgir, suprimindo reeleições tidas como “certas” ou substituições “garantidas”.

Atualmente, os deputados federais do RN são Fábio Faria (PSD), Rogério Marinho (PSDB), Zenaide Maia (PR), Beto Rosado (PP), Walter Alves (PMDB), Felipe Maia (DEM), Antônio Jácome (Podemos) e Rafael Motta (PSB).

Deputados Federais do RN – Votação em 2014

Walter Alves (PMDB) – 12,09% (191.064) – Primeira eleição;
Rafael Motta (PROS) – 11,15% (176.239) – Primeira eleição;
Fábio Faria (PSD) – 10,53% (166.427) – Reeleição;
Zenaide Maia (PR) – 8,51% (134.588) – Primeira eleição;
Felipe Maia (DEM) – 7,19% (113.722) – Reeleição;
Rogério Marinho (PSDB) – 5,16% (81.534) – Retorno após insucesso anterior;
Antônio Jácome (PMN) – 4,53% (71.555) – Primeira eleição;
Betinho Segundo (PP) – 4,08% (64.445) – Primeira eleição;
Votos apurados – 1.935.105
Votos válidos – 81,69% (1.580.871)
Brancos – 8,53% (165.088)
Nulos – 9,77% (189.146)
Abstenção – 16,83% (391.478)
Quociente eleitoral – 197.608

– O primeiro suplente da Coligação União pela Mudança (do candidato ao governo Henrique Alves-PMDB) é Abraão Lincoln (PRB), que obteve 4,01% (63.371 votos). Segundo suplente é Sandra Rosado (PSB), que empalmou 3,26% dos votos válidos, ou seja, 51.612.

– O primeiro suplente da Coligação Liderados pelo Povo (de Robinson Faria-PSD, candidato eleito ao governo) é Adriano Gadelha (PT), que alcançou 2,20% (34.727 votos). Já o segundo é Hugo Manso (PT), com 1,63%, representando 25.767 votos.

Desses, apenas Zenaide não deverá concorrer à reeleição. O plano político do seu grupo é o retorno à disputa do seu irmão e ex-deputado federal João  Maia (PR).

Há rumores de que Fábio Faria não tente também a reeleição. Abriria o caminho para o próprio pai – governador Robinson Faria (PSD) – que se fastaria do cargo de governador. Mas o parlamentar já negou essa hipótese com veemência.

Caras novas

Nas eleições de 2014 (veja boxe acima com resultado dos eleitos), seis deputados potiguares não retornaram à Câmara Federal. Um recorde, mas por  variados motivos.

Os mossoroenses e primos Betinho Rosado (PP) e Sandra Rosado (PSB): o primeiro, por ter sido impedido em face de aparecer em lista como “ficha suja”, colocando o filho Betinho Segundo (que adotou o nome parlamentar de “Beto”) como substituto. Sandra não empalmou votos suficientes.

João Maia foi candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Henrique Alves (PMDB): ambos perderam o pleito.

A deputada Fátima Bezerra (PT) foi candidata eleita ao Senado e o apresentador de TV Paulo Wagner (PV) desistiu da postulação, apesar de ter feito seu registro.

Reelegeram-se Felipe Maia e Fábio Faria.

Leia também: Câmara Federal com emoção e uma baixa – Eleições 2010 AQUI;

Saiba mais detalhes sobre a reforma clicando AQUI.

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Categoria(s): Política / Reportagem Especial

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    E não só na disputa proporcional teremos mudanças.
    O PT já admite não lançar candidaturas ao governo em vários estados em troca de palanque para Lula.
    E como Lula é o DONO do PT…
    Ninguém duvide de políticos do PT sonharem com a prisão do Lula e o afastamento do chefe da disputa em 2018.
    O que a ambição política não fizer, nem o diabo faz.
    ///
    OS RECURSOS SAL GROSSO ESTÃO NO TJRN DESDE 06/09/2017. AGUARDEM!
    AS DENÚNCIAS DO EX-PROCURADOR DA CMM ESTÃO SENDO APURADAS DESDE 06/12/2016.
    TEREMOS, ALÉM DE QUEDA, COICE?

  2. jbsouto diz:

    No RN vota-se nos mesmos nomes/sobrenomes que reproduzem práticas políticas – empreguismo, fisiologismo, nepotismo – dos ancestrais para permanecerem no poder, quanto aos seus eleitores fica reservado um papel; o de:”Idiotas que vão pela vida sem examinar, vivendo quase por obrigação, acorrentados às suas misérias como galerianos à calceta! Gente miserável que dá sanção aos deputados, que os respeita e prestigia! Por que não lhes examinam as ações, o que fazem e para que servem? Se o fizessem… Ah! se o fizessem! Que surpresa! Riem-se, enquanto do suor, da resignação de vocês, das privações de todos tiram ócios de nababo e uma vida de sultão… “Lima Barreto, em ‘Recordações do Escrivão Isaías Caminha’

    • Inácio Augusto de Almeida diz:

      Eles controlam as legendas. E só cedem legenda a quem deseja se candidatar e que não seja da corriola se o coitado não tiver a MÍNIMA chance de se eleger.
      Se perceberem que é alguém que possa nos palanques despertar o povo para mudanças escanteiam o pobre coitado.
      O povo não é burro.
      Apenas esta lei eleitoral não permite candidaturas avulsas.
      Um dia descobrirão como a injustiça acabou na França de Luís XVI.
      ////
      OS RECURSOS SAL GROSSO SERÃO JULGADOS EM OUTUBRO OU FICARÃO PARA O ANO 3000?

  3. elves alves diz:

    Uma bancada abaixo de todas as expectativas. O Rio Grande do Norte sem eira nem beira, na mais completa solidão de talentos políticos. Um festival de nulidades, para dizer o mínimo. João de Barros refugou a capitania não foi por acaso. É ‘nóis’ na fita.

  4. Francisco das Chagas Veras Leite diz:

    Votar numas criaturas destas, é gostar de sofrer muito. Tamo lascado em banda!

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