A morte recente nos Estados Unidos do apresentador de televisão, Gugu Liberato, num acidente doméstico (veja AQUI), causou comoção em todo o paÃs. Em face de sua projeção ao patamar de celebridade da mÃdia por quase 40 anos, essa foi uma reação popular esperada.
Mas paralelamente veio à tona a decisão de sua famÃlia de doar seus órgãos, o que fora um desejo seu (veja AQUI), beneficiando diversas pessoas.
O assunto não é estranho ao cotidiano de vários profissionais da saúde, em Mossoró, que tem lidado com doações. No Hospital Regional TarcÃsio de Vasconcelos Maia (HRTM) existe a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes(CIHDOTT), que foi constituÃda em 02 de julho de 2016.
É composta por uma equipe multidisciplinar de 05 membros,  sendo 01 Médico Coordenador, 01 Enfermeira, 01 Assistente Social, 01 Psicóloga e 01 Técnica de Enfermagem, além de uma equipe de apoio formada por mais 02 Enfermeiros e 04 Técnicas de Enfermagem.
Seus membros são responsáveis por fazer busca ativa de pacientes graves, que possam ser potenciais doadores, bem como articular-se com os profissionais do hospital e demais Órgãos competentes, além de acompanhar, orientar os familiares e realizar abordagem sobre doação (após a conclusão do diagnóstico de Morte Encefálica) e organizar toda a logÃstica para a realização de captação de órgãos dentro da Instituição.
A CIHDOTT ainda desenvolve atividades educativas para a comunidade, sobre a temática.
Morte Encefálica
“É importante esclarecer que a Morte Encefálica é fundamental no processo de doação de órgãos, tendo em vista que alguns órgãos necessitam ser retirados antes da parada cardÃaca para poder viabilizar o transplante”, esclarece o médico Fernando Albuerne.
“Significa o término de todas as funções do cérebro, ou seja, um diagnóstico permanente e irreversÃvel”, acrescenta ele.
Para que não ocorram dúvidas, o diagnóstico somente é confirmado após a realização do Protocolo Nacional de Morte Encefálica, composto por 03 exames, dos quais, 02 são clÃnicos, feitos por médicos diferentes, em intervalos de tempo determinados de acordo com a faixa etária do paciente e 01 exame complementar (no HRTM é realizado um Eletroencefalograma), que confirme a inexistência total de atividade cerebral.
Após a confirmação, a equipe capacitada da CIHDOTT realiza uma entrevista com a famÃlia, para saber se os seus membros são favoráveis à doação dos órgãos do seu ente querido. A autonomia da famÃlia é totalmente respeitada.
A doação de órgãos e tecidos no Brasil, desde 2001, somente é possÃvel com o consentimento da famÃlia, que deve ser autorizada por parentes de primeiro e segundo graus, na linha reta e colateral, ou do cônjuge.
Recusa familiar
Embora o Brasil tenha aumentado consideravelmente os números de doações de órgãos nos últimos anos, a taxa de recusa familiar ainda é muito alta. “O conhecimento limitado do conceito de morte encefálica, desconhecimento do desejo do potencial doador, religiosidade, demora na liberação do corpo e medo da comercialização de órgãos fazem parte dos principais motivos do veto”, comenta Telma Medeiros Belém, assistente social do CIHDOTT.
Durante esse perÃodo de atuação da CIHDOTT no Hospital TarcÃsio Maia, foram identificados 117 potenciais doadores e realizadas 22 doações de múltiplos órgãos em Mossoró.
Cerca de 132 pessoas que estavam na fila de espera por um órgão foram beneficiadas com a oportunidade de continuar a viver, tendo em vista que a cada captação realizada em um paciente, no HRTM, podem ser retirados até 06 órgãos (dependendo das boas condições destes), dos quais, 02 córneas, 02 rins, 01 fÃgado, 01 coração e transplantados em 06 pessoas diferentes.
A última doação, aconteceu no sábado (23), chegando a beneficiar pacientes em Natal e Rio Grande do Sul.
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NotÃcia linda. Deixar nesse mundo a chance de vida para outrem é uma passagem gloriosa!