terça-feira - 26/11/2019 - 19:38h
Em Mossoró

Doação de órgãos é uma realidade ainda pouco estimulada

A morte recente nos Estados Unidos do apresentador de televisão, Gugu Liberato, num acidente doméstico (veja AQUI), causou comoção em todo o país. Em face de sua projeção ao patamar de celebridade da mídia por quase 40 anos, essa foi uma reação popular esperada.

Mas paralelamente veio à tona a decisão de sua família de doar seus órgãos, o que fora um desejo seu  (veja AQUI), beneficiando diversas pessoas.

O assunto não é estranho ao cotidiano de vários profissionais da saúde, em Mossoró, que tem lidado com doações. No Hospital Regional Tarcísio de Vasconcelos Maia (HRTM) existe a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes(CIHDOTT), que foi constituída em 02 de julho de 2016.

É composta por uma equipe multidisciplinar de  05 membros,   sendo 01 Médico Coordenador, 01 Enfermeira, 01 Assistente Social, 01 Psicóloga e  01 Técnica de Enfermagem, além de uma equipe de apoio formada por mais 02 Enfermeiros e 04 Técnicas de Enfermagem.

Seus membros são responsáveis por fazer busca ativa de pacientes graves, que possam ser potenciais doadores, bem como articular-se com os profissionais do hospital e demais Órgãos competentes, além de acompanhar, orientar os familiares e realizar abordagem sobre doação (após a conclusão do diagnóstico de Morte Encefálica) e organizar toda a logística para a realização de captação de órgãos dentro da Instituição.

A CIHDOTT ainda desenvolve atividades educativas para a comunidade, sobre a temática.

Morte Encefálica

“É importante esclarecer que a Morte Encefálica é fundamental no processo de doação de órgãos, tendo em vista que alguns órgãos necessitam ser retirados antes da parada cardíaca para poder viabilizar o transplante”, esclarece o médico Fernando Albuerne.

“Significa o término de todas as funções do cérebro, ou seja, um diagnóstico permanente e irreversível”, acrescenta ele.

Para que não ocorram dúvidas, o diagnóstico somente é confirmado após a realização do Protocolo Nacional de Morte Encefálica, composto por 03 exames, dos quais, 02 são clínicos, feitos por médicos diferentes, em intervalos de tempo determinados de acordo com a faixa etária do paciente e 01 exame complementar (no HRTM é realizado um Eletroencefalograma), que confirme a inexistência total de atividade cerebral.

Após a confirmação, a equipe capacitada da CIHDOTT realiza uma entrevista com a família, para saber se os seus membros são favoráveis à doação dos órgãos do seu ente querido. A autonomia da família é totalmente respeitada.

A doação de órgãos e tecidos no Brasil, desde 2001, somente é possível com o consentimento da família, que deve ser autorizada por parentes de primeiro e segundo graus, na linha reta e colateral, ou do cônjuge.

Recusa familiar

Embora o Brasil tenha aumentado consideravelmente os números de doações de órgãos nos últimos anos, a taxa de recusa familiar ainda é muito alta. “O conhecimento limitado do conceito de morte encefálica, desconhecimento do desejo do potencial doador, religiosidade, demora na liberação do corpo e medo da comercialização de órgãos fazem parte dos principais motivos do veto”, comenta Telma Medeiros Belém, assistente social do CIHDOTT.

Última captação ocorreu no fim de semana (Foto: cedida)

Durante esse período de atuação da CIHDOTT no Hospital Tarcísio Maia, foram identificados 117 potenciais doadores e realizadas 22 doações de múltiplos órgãos em Mossoró.

Cerca de 132 pessoas que estavam na fila de espera por um órgão foram beneficiadas com a oportunidade de continuar a viver, tendo em vista que a cada captação realizada em um paciente, no HRTM, podem ser retirados até 06 órgãos (dependendo das boas condições destes), dos quais, 02 córneas, 02 rins, 01 fígado, 01 coração e transplantados em 06 pessoas diferentes.

A última doação, aconteceu no sábado (23), chegando a beneficiar pacientes em Natal e Rio Grande do Sul.

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Categoria(s): Gerais / Saúde

Comentários

  1. Q1naide maria rosado de souza diz:

    Notícia linda. Deixar nesse mundo a chance de vida para outrem é uma passagem gloriosa!

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