domingo - 10/06/2012 - 17:04h
Memória da ditadura

Dossiê aponta sevícias e morte de militante potiguar

A história de 'Anatália', nascida em Martins, que foi brutalmente esmagada pelo regime de exceção

Veja abaixo uma reportagem do jornal Correio do Brasil, que conta a história de horror vivida por uma potiguar, nascida em Martins, mas que começou sua história de vida em Mossoró. Anatália Alves é uma heroína quase anônima, porque não tem sobrenome burguês nem uma máquina de propaganda para incensá-la como tal.

Ela é mártir e símbolo de um país que não deve ser esquecido, para que não volte a ser lembrado como forma de poder.

Por Denise Assis (Correio do Brasil)

Ela nasceu no interior do Rio Grande do Norte, na cidade de Martins (região serrana do Estado), em 9 de julho do ano de 1945. Recebeu o nome de Anatália, uma espécie de equívoco ortográfico, que evidencia a pouca escolaridade dos pais, ou do tabelião. Coisas do interior, de um Brasil tão diverso e gigante, que quando se diz Natália no Sul, ecoa no Norte como Anatália e assim fica sendo.

Logo, quando tinha apenas cinco anos, a família se transferiu para Mossoró, onde ela fez o curso primário, o ginásio e, por fim, cursou o científico, concluído em 1967. Trabalhava durante o dia, na Cooperativa de Consumo Popular, para estudar à noite.

Em 1966, um ano antes da formatura, se apaixonou e iniciou namoro com um bancário, Luiz Alves Neto, emprego fixo no Banco do Brasil. Dava para se casar, e assim o fizeram, em 1968. Parou de trabalhar fora de casa, dedicando-se à atividade de costureira. A vida seguia sem sobressaltos, casa popular comprada pelo financiamento do Fundo de Habitação Popular do Estado de Pernambuco (FUNDHAP), louça e mobília.

Certo dia, em 1969, Luiz chamou-a para uma conversa séria. Precisavam deixar a cidade, onde ele se sentia mal visto. Anatália questionou, quis entender melhor a decisão da transferência repentina. Neto, porém, só revelou suas ligações com o PCBR e seu papel de liderança nas Ligas Camponesas na noite do embarque.

Por decisão do partido, daquele dia em diante iriam para Pernambuco. Anatália vivia seu amor pelo marido e seguiu à risca as suas orientações. Ficou na casa dos pais o tempo suficiente para vender louça e mobília – com o que arrebanhou pouco mais de “um mil cruzeiros novos” – e esperou o aviso de seguir viagem ao encontro de Luiz.

Dez dias depois recebeu uma carta do marido, dizendo que estava à sua espera em Natal. Ela embarcou às seis da manhã e juntos seguiram para Pernambuco. Era dezembro de 1969 e Anatália partira para uma vida totalmente diferente da rotina pacata de dona-de-casa, que vivera até então.

Detalhe do laudo cadavérico no processo que ainda não foi julgado

Agora atendia pelo codinome de “Marina” e dividia um “aparelho” com “Maia”- nome adotado por Luiz, seu marido -, “Alex” e “Adriana”. Anatália havia se transformado, por amor, em uma militante de esquerda. Aos olhos do governo militar de então, numa “terrorista”.

Prisão

Muitos “aparelhos” depois, o casal foi designado para uma casa próxima ao Esporte Clube do Recife. A máquina de costura foi trocada pela de escrever. Os moldes para as roupas que costurava, por manifestos. Anatália podia não ter formação política, mas seguia à risca as orientações do marido e seu grupo, no enfrentamento ao regime militar. Na luta, foi adquirindo consciência do que se passava à sua volta. A movimentação da casa, sempre com, no mínimo, três moradores, no entanto, chamou a atenção da vizinhança.

No dia 13 de dezembro de 1972, o casal foi preso junto com o militante José Adelino Ramos, o “Lino”, detido em frente ao ponto marcado nas imediações da churrascaria “Gaiola de Ouro”. Os presos foram levados, segundo descrição contida em jornal da época, fornecida pela Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco, para “local desconhecido”.

Pode-se imaginar pelo que passaram até serem transferidos para a sede da Secretaria, o DOPS local, em 15 de janeiro de 1973, conforme o prontuário nº 38.216, daquela delegacia. Ali, depois de devidamente fichados e de darem entrada oficialmente como presos sob a custódia do Estado, voltaram a ser barbaramente torturados.

Anatália levava uma bolsa de couro marrom, arrematada por franjas, contendo uma carteira de trabalho falsa e uma identidade também falsa (nº 79.028), em nome de Maria Lucia dos Santos. Tinha, ainda, 20 cruzeiros e trinta centavos, e as chaves de casa.

Tamanho trabalho de “convencimento” os levou, a ela e o marido, a redigir, de próprio punho, depoimentos detalhados confessando suas participações nas atividades do PCBR. Não omitiram nomes, pontos, nada, rendidos pela ação violenta dos agentes e, talvez, por um rasgo de ingenuidade, de acharem que confessando estariam a salvo de novas jornadas de tortura. Luiz Neto escapou. Anatália, no frescor de seus 28 anos, 1,58m, bom corpo, bonita para os padrões da época, foi derrubada em uma cama de campanha, numa das salas da Secretaria, e seviciada até a morte.

Seu corpo foi entregue a um perito, que faz no laudo emitido, uma descrição, digamos, “olímpica”, do que viu no cadáver da jovem. O torso com equimoses, o pescoço com um sulco de três centímetros, evidenciando a esganadura e, o pior: suas partes pubianas com queimaduras que se estendiam até a altura inicial da coxa. O laudo descreve também hemorragia interna, nos órgãos do tórax e pulmões e conclui que Anatália morreu em decorrência de asfixia mecânica.

“Suicídio”

O delegado adjunto, Amauri Leão Brasil, responsável pela presa naquele dia, viu ali uma boa oportunidade de montar uma explicação que, a seu ver, era verossímil. Descreveu a morte da presa como “suicídio”.

Aliás, não foram poucos, na época, a serem “suicidados”. Wladimir Herzog, é o mais emblemático deles, seguido do operário Manoel Fiel Filho e tantos outros que se “jogaram” sob carros pelas ruas das principais capitais do país.

 

Herzog: outra farsa de "suicídio"

Segundo a explicação do adjunto, à imprensa, que cobriu o caso sob censura, a presa teria usado a alça de sua bolsa – curtíssima, por sinal – encontrada presa ao seu pescoço para, em seguida ao pedido feito ao agente Artur Falcão Vizeu, para ir ao banheiro tomar um banho, se matar. O fato se deu às 17h20, no plantão do delegado adjunto.

Segundo ele, Anatália foi encontrada morta no banheiro, de onde foi retirada para tentativas de socorro, na presença dos funcionários Genival Ferreira da Silva e Hamilton Alexandrino dos Santos, mas já estava morta.

Em uma das fotos feitas pela perícia no local, e contida no seu dossiê, a militante aparece de corpo inteiro, e há a seguinte legenda: “O cadáver jazia sobre uma cama de campanha, que se encontrava no interior do local em que funciona a Secção do Comissariado da Delegacia de Segurança Social da Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública de Pernambuco”. Ou seja, muito próximo ao poder do Estado.

Em dependências vizinhas à sala do delegado de plantão, e não no banheiro, conforme descreveu o Dr. Delegado.

Difícil, hoje, pela exaustiva quantidade de relatos de ex-presos, acreditar que durante sessões de tortura houvesse banho ou qualquer benesse desse tipo concedida aos presos. Ademais, o tempo, (20 minutos, descrito pelo carcereiro) não teria sido suficiente para criar a situação que a levou a falecer naquelas circunstâncias.

Subversiva

Seu cadáver não estava atado a ponto nenhum, quando foi encontrado. E custa crer que alguém possa ter usado apenas as mãos para manter o laço da alça da bolsa retesado até alcançar a própria morte.

Observando-se uma das fotos tiradas pela perícia, e preservadas entre a documentação do Arquivo Estadual de Pernambuco, vê-se Anatália em posição de defesa, com uma das mãos à frente do corpo e a outra como quem afasta o agressor ou tenta se apoiar na parede. As fotos da região pubiana, porém, não deixam dúvidas. Ali se cometeu do modo mais literal e cruel a chamada “queima de arquivo”. Sua calcinha está descida e atearam fogo às suas partes genitais, numa tentativa grotesca de apagar os vestígios da prática mais comum entre os torturadores, contra as mulheres, na época: o estupro.

Para os responsáveis pela prisão e guarda de Anatália, pouco importou que ela já tivesse fornecido e detalhado todas as informações que eles queriam lhe arrancar. Anatália pagou com a vida o preço de ser mulher, jovem, bonita e, “subversiva”, como o aparato policial classificava os militantes de esquerda.

No dia 23 de janeiro daquele ano, poucos dias depois do fato, o delegado titular, Redivaldo Oliveira Acioly, corroborou a versão de suicídio engendrada pelo colega Amauri Leão Brasil, enviando à 7º Circunscrição Juduciária Militar um ofício comunicando o “suicídio” da “subversiva” Anatália Melo Alves, vulgo “Marina”, e dando o caso por encerrado.

Luiz Alvez Neto cumpriu pena e foi anistiado. Anatália é nome de escola em Mossoró, e um prontuário amarelecido guardado no Arquivo Estadual de Pernambuco. Lá permanecem, ainda hoje, a sua bolsa de couro marrom, os documentos com nome falso de Maria Lucia dos Santos e as chaves da casa para onde ela jamais voltou.

Veja matéria completa clicando AQUI.

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Categoria(s): Política / Reportagem Especial

Comentários

  1. José Lima Dias Júnior diz:

    Prezado Carlos Santos,

    Gostaria que me tirasse uma dúvida, o nome correto é José Adelino Ramos ou José Adeildo Ramos. Caso seja o segundo, ele foi meu ex-professor no Curso de História (UERN). José Adeildo Ramos foi preso político durante o Regime Militar (1964-1985). Hoje, aposentado, reside em João Pessoa.

    Atenciosamente,
    Prof. Lima Júnior

    • Jorge diz:

      Amigo José Lima. Nao sei se o Carlos Santos respondeu a sua pergunta, mas eu conheçí bem de perto aos dois e confirmo para você que o nome correto é ADEILDO. Este mesmo texto vem se repetendo en muitos outros sites com o mesmo erro. Se falar com ele, manda um grande abraço do Jorge desde o Paraguai.

  2. Herbênia Ferreira diz:

    Esse período vergonhoso de nossa história nos deixa perplexos. Nós que nessa época éramos crianças e/ou adolescentes e nem imaginávamos o que se passava com esses jovens que por um ideal de justiça e liberdade entregaram a própria vida a sanha assassina dos algozes que trucidavam seres humanos em nome da “lei e da ordem”! Hoje em homenagem a anatália de melo alves, uma rua com seu nome próxima a cobal, é o mínimo que se tem para marcar a lembrança de sua vida e não nos esquecermos de uma época tão trágica que as gerações de hoje nem imaginam que aconteceu, enquanto nessa época estudantes, trabalhadores, camponeses perdiam suas vidas lutando pela liberdade e igualdade, alguns se locupletavam com as benesses da ditadura, eram aqueles indicados pelo regime para serem governadores, prefeitos, senadores biônicos e por aí vai, alguns deles ainda hoje permanecem na política, cultivando uma atitude hipócrita diante desse período trevoso de nosso história onde a presidente atual DILMA ROUSSEF também fora barbaramente torturada. Esperamos que nunca mais em nossa história algo parecido venha a repetir-se e que as novas gerações procurem conhecer a fundo o que aconteceu no passado desse país, para que no futuro não exista lugar para repetição de algo tão escabroso na história do BRASIL!

  3. FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO diz:

    Quem sabe a Comissão da Verdade não seja o ínicio do descortinar e do fazer chegar ao grande público, mais mais casos em suas verdades factuais e contextos vivenciados pelas ANATÁLIAS E LUIZ ALVES DA VIDA NO INFAUSTO e repugnante período da “GLORIOSA” DE 1964.

    Da vida implantada sob o golpe de quem acredita na vida que construiu uma triste época, época infelizmente vivenciada de maneira tenebrosa, obscurantista e, sobretudo negadora da comunitaria vida.

    Época lacônica, em que Pais choraram, Filhos choraram, Mães choraram a dro dos desaparecimentos e incógnitas, e a Todos eles assistia Razão , o atual 31 de Março, na eminência de ser, por uns, Comemorado , por outros, Amaldiçoado , dependendo da ótica que se o olhe, trás como esperança a Recém Criada Comissão da Verdade, realização ultima do Governo Dilma Roussef , então, naqueles dias nebulosos da dita “Revolução”, integrante de um dos Movimentos de Resistência , cujo nome na clandestinidade “Vilma”, teria participado ativamente de “Assaltos” e de “Ações Armadas” contra o Estado , incluindo-se, ainda, passagem pelo Cárcere , num dos inúmeros e abjetos Porões da Ditadura, ora, Pós-abertura Política, assentada espartana e metodicamente na Cadeira de Presidente da República , constitucionalmente eleita como Chefe Supremo das Forças Armadas Brasileiras que infelizmente – apenas em tese – lhes devem Obediência e Hierarquia , as mesmas “Forças” de quem, um dia, foi Refém , e contra quem empunhou armas.

    Incumbida de resgatar, sem apenar, ou forjar prisões, cabe, justamente, a Comissão da verdade, a despeito de todos os obstáculos, sobretudo os de ordem econômica, política e cultural.

    Instaurar e nomear membros em todos os estados da federação, para gradativamente, de fato, instaurar, um trabalho de minucioso e responsa´vel de resgate histórico, através desse resgate histórico, que seja objetivamente levado a público, pelo menos os nomes dos atores e intituições em seu papel e consequentemente uma responsabilização objetiva a cada um desses atores einstituições, que, ainda hoje ousam pousar de salvadores da pátria “DEUS COM A FAMÍLIA E A LIBERDADE”.

    Um baraço

    FRANSUÊLDO VEIRIA DEARAÚJO.
    OAB/RN. 7318.

  4. zepaula diz:

    Tive “contato” com MAIA,como o chamo até hoje(Quando por aí,grito por ele,MAIA,ele diz : “Sabia que era Zé”,saudades do Maia),lá pras bandas da velha Gazeta,final dos 70 inicio dos 80,quando rabiscávamos as páginas centrais,o MURAL,fui intimado por ele,para fazer uma materia,sobre a influência de Beatles na música atual,acho que ele gostou,fiquei uns tempos por lá,juntos Maia,eu,Zé Wellington,Carlos Escóssia,Paulo Bertrand,etc.
    Tinha a mania de homenagear pessoas,dando os seus nomes a meus filhos,eu tenho uma MARINA.
    Obrigado,querido Maia.

  5. Mário Ilo Garcia diz:

    Anatália de Melo Alves: Presente!

  6. Antonio Pedro da Costa diz:

    A história oficial deve à sociedade brasileira a verdade sobre esses fatos que envergonham a todos nós. Nos fizeram engolir nos livros permtidos uma versão hipócrita para o chamada revolução de 64. E o pior, ainda hoje raramente você encontra (se encontra, nem sei) um livro de história que traduza minimamente os horrores da ditadura militar. Se não isso, pelo menos a visão dos dois lados sobre tantos episódios tristes como este ora relatado.

  7. Marcos Pinto. diz:

    Tenho profunda estima e distinta admiração para com o meu amigo LUIZ ALVES. Com certeza o mesmo é um homem detentor de nervos de aço, posto que se eu tivesse sofrido as torturas físicas e psicológicas infligidas ao mesmo, teria sucumbido incontinenti, principalmente pelo fato de ser forçado a presenciar a esposa ser torturada pelos algozes do nefando e nefasto período da DITADURA MILITAR. O Brasil é, se não estou equivocado, o único país do mundo onde o regime ditatorial cometeu homicídios e torturas sem que os seus autores nunca tenham sido punidos na forma da lei, quando do retorno à Democracia. Uma lástima, pois.

  8. FERNANDO fF diz:

    Hoje, os beneficiados dessa luta, estão contando bravatas de quem lutou pela nossa democracia.São muitos os oportunistas dessa história, mas quem lutou sabe como foi dificil, mas nos lutamos.Um araço ao velho LULU.

  9. Marcus Vinicius diz:

    Belíssima e, ao mesmo tempo, triste a história da heroína Anatália. São pessoas como Anatália Alves e Luiz Alves os verdadeiros heróis desse país. Não são Duques de Caxias ou Deodoros da Fonseca, meros instrumentos do poder eternamente dominante. São Anatália, Luiz, João Cândido (Almirante Negro) etc.

    Tem uma música do Gonzaguinha, Carlos Santos, que é perfeita para falar sobre esses heróis. O nome é Pequena Memória Para Um Tempo Sem Memória (//www.vagalume.com.br/gonzaguinha/pequena-memoria-para-um-tempo-sem-memoria.html)

    “Memória de um tempo onde lutar
    Por seu direito
    É um defeito que mata
    São tantas lutas inglórias
    São histórias que a história
    Qualquer dia contará
    De obscuros personagens
    As passagens, as coragens
    São sementes espalhadas nesse chão
    De Juvenais e de Raimundos
    Tantos Júlios de Santana
    Uma crença num enorme coração
    Dos humilhados e ofendidos
    Explorados e oprimidos
    Que tentaram encontrar a solução
    São cruzes sem nomes, sem corpos, sem datas
    Memória de um tempo onde lutar por seu direito
    É um defeito que mata
    E tantos são os homens por debaixo das manchetes
    São braços esquecidos que fizeram os heróis (…)”

  10. CALIBRE 50 diz:

    Nós Mossoroenses e do Oeste Potyguar temos o dever moral de se orgulhar de ANATÁLIA não como política mas como o ícone principal que representa de forma Heróica o nosso quinhão em um período negro de nossa História,que na simplicidade de sua personalidade escondia uma Heroína,que como diz postagem não carrega um sobrenome Burguês,era politizada levando-se em conta a acepção maior do termo,estudante e Guerrilheira como DILMA ROUSSEF não teve a mesma sorte da nossa presidenta,nada mais justo que diante da luta dos professores da UERN e de muitos estudantes que hoje ralam dia e noite,pobres ou ricos,para terminar os seus estudos,que nossos representantes tanto no Senado,Câmara Federal e Assembléia Legislativa,criem um Projeto que se Homenageie o CAMPUS CENTRAL da UERNE em Mossoró com o nome de ANATÁLIA DE MELO ALVES com direito a placa e se possível uma estátua para que essa e novas gerações de estudantes fiquem sabendo e procurem se informar sobre o que foi o período de excessão ou DITADURA MILITAR como queiram,que a verdadeira História daquele período comece a ser contatada apartir da de ANATÁLIA.Peço o apoio de todos para essa IDÉIA!É SÓ!

  11. Pedro Victor diz:

    Anatália sim deveria ser o nome de uma grande via mossoroense. Deveríamos homenagear nossos heróis que lutaram pela democracia, mas ao invés disso, só Rosado e Ditador nomeia nossas avenidas.

  12. Francy Granjeiro diz:

    Eu vi essa época tinha +/- 12 15 anos e tenha muitas memórias da Ditadura.Tenho muita fé nesse novo Brasil nesse novo Mossoró e na certeza que já estamos trilhando o caminho certo, o caminho da esperança e das realizações.Jamais voltaremos a repetir a mágica do passado e de resto de toda “elite” escravocrata que vao pros 5º dos enfernos.
    Essa foto é o mínimo que se pode ver na época da Ditadura.Já vi coisa pior, cenas fortíssimas.

  13. Francy Granjeiro diz:

    corrigindo….Eu vivi …

  14. Mário Ilo Garcia diz:

    Meu caro Antonio Pedro: Talvez ainda possa se encontrar em alguma livraria, o livro intitulado de “Batismo de Sangue” de autoria de Frei Beto. Também o livro que tem como título Em defesa da liberdade “A HISTÓRIA DE VIDA DE JOSÉ ADEILDO RAMOS”, de autoria de Geraldo Adjailson de Lima Costa.

  15. Paulo Giovanni de Siqueira Brandão diz:

    A C R Ó S T I C O

    (À h e r o í n a p o t i g u a r e a o s e u c o m p a n h e i r o L u i z A l v e s N e t o)

    A p a i x o n a d a p o r n o s s a s b a n d e i r a s
    N o r d e s t i n a s, f o i g u e r r e i r a c l a n d e s t i n a :
    A l i a d a s e g u r a e i n c o n t e s t e d o s
    T r a b a l h a d o r e s d e s t e n o s s o p a í s
    A m a d o, t a m b é m c h a m a d o N o r d e s te !
    L u t o u a o l a d o d e S e u L u i z, p o r
    I g u a l d a d e, l i b e r d a d e e f r a t e r n i d a d e . . .
    A m o u d e v e r d a d e, e m s e u a n d o r !

    D e m o c r a c i a s e r á s u a m e m ó r i a :
    E l a, a n o s s a m á r t i r, h e r o í n a e g l ó r i a !

    M a r t i n s, c i d a d e o n d e n a s c e u,
    E m M o s s o r ó, e s t u d o u e c o n h e c e u
    L u i z A l v e s N e t o, o “M a i a”
    O s e u e s p o s o, a s u a p r a i a:

    A l e g r i a d a s m a i o r e s q u e v i v e u.
    L í d e r q u e, n a l i d a, p e r c e b e u a i m i n e n t e
    V i t ó r i a e m N a t a l, R e c i f e e B r a s í l i a
    E o t r i u n f o c o n s e q u e n t e d a r e v o l u ç ã o:
    S ó p o r t e r r a, t r a b a l h o e p ã o !

  16. Paulo Giovanni de Siqueira Brandão diz:

    ACRÓSTICO

    (À heroína potiguar e ao seu companheiro Luiz Alves Neto)

    Apaixonada por nossas bandeiras
    Nordestinas, foi guerreira clandestina:
    Aliada segura e inconteste dos
    Trabalhadores deste nosso país
    Amado, também chamado Nordeste!
    Lutou ao lado de Seu Luiz, por
    Igualdade, liberdade e fraternidade…
    Amou de verdade, em seu andor!

    Democracia será sua memória:
    Ela, a nossa mártir, heroína e glória!

    Martins, cidade onde nasceu,
    Em Mossoró, estudou e conheceu
    Luiz Alves Neto, o “Maia”
    O seu esposo, a sua praia:

    Alegria das maiores que viveu.
    Líder que, na lida, percebeu a iminente
    Vitória em Natal, Recife e Brasília
    E o triunfo consequente da revolução:
    Só por terra, trabalho e pão!

  17. Paulo Giovanni de Siqueira Brandão diz:

    Mossoró. Campanha política prévia às eleições municipais de 2004. Neste contexto, usufruí da enorme honra de conhecer e, muito atento, “sabatinar” algumas vezes o culto e heróico companheiro Luiz Alves Neto, entre uma e outra reunião do Partido dos Trabalhadores (PT), que, isolado politicamente nesta urbe, lançara a candidatura a prefeito do eng. agrônomo, jornalista e bel. em direito Joaquim Crispiniano Neto. Naquela época, participávamos do grupo de apoio à reeleição do ver. e prof. Luiz Carlos Mendonça Martins, que embora tenha obtido 1.505 votos nominais (1,248% dos votos válidos!), infelizmente não conseguiu se reeleger, em função da proporcionalidade dos votos de legenda (ou seriam “de cabresto”?). Além disso, algumas outras felizes coincidências nos aproximaram naquela época: sou recifense de nascimento, natalense por adoção e mossoroense por opção. Essas cidades também lhe marcaram a trajetória pessoal. Igualmente, também fui escriturário concursado do Banco do Brasil s.a., trabalhando na Agência Mossoró, e, à semelhança dele, militei nos movimentos sociais, fui líder estudantil e dirigente sindical. A partir daí, evidentemente, minha admiração por sua história, suas ideias e suas palavras cresceu com vigor até que, finda a aludida campanha, eu me casei, mudei diversas vezes minha residência e hoje, embora, finalmente, tenha me fixado nesta pólis, não o revejo há quase uma década… Saudades, ‘tovaritch’!!!

  18. Niécio diz:

    Uma vez em conversa com Adeildo, precisamente na noite da festa dos 15 anos de Nadedja, entre umas e outras conversas ele me falou do sofrimento de Anatália na tortura e da farsa que foi seu “suicídio”. Esses episódios nos faz sentir vergonha de sermos brasileiros porque somos o único país do mundo em que ditadores e torturadores jamais foram punidos por seus crimes. A História desses Heróis precisa ser contada nas escolas, introduzida nas disciplinas dos currículos escolares para que todos tomem conhecimento. Fico triste com o anonimato de pessoas que lutaram, que perderam a vida, que sacrificaram a liberdade e integridade física para que hoje tenhamos a Democracia funcionado em sua plenitude e com as instituições livres. Um grande abraço.

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  1. […] AQUI reportagem sobre suplício imposto à Anatália […]

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