Uma inspeção mais acurada no Jornal Oficial do MunicÃpio (JOM) de Mossoró, nos últimos meses, mostra que a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) prepara campanha como nunca antes vista. Vai para o tudo ou nada em seu projeto de reeleição, mas ‘dentro da lei’ – lógico.
A estrutura multimilionária passa pela contratação em massa de empregados terceirizados, por exemplo. O que em tese é justificado como necessidade administrativa, acaba tendo propósitos inconfessáveis que não estão nos editais licitatórios. Há uma pressa eleitoral, que se diga.
O recrutamento é até difÃcil de rastrear em números, porque o Portal da Transparência da municipalidade (veja AQUI) é pouco zeloso na prestação de informações obrigatórias. Abundam dispensas de licitação (veja caso recente AQUI), aditivos e outros recursos legais que não perdem de vista as eleições 2020, mesmo que os atrasos salariais sejam rotina (veja AQUI).

Rosalba aposta tudo na estrutura para não deixar margem à surpresa; Jânio surpreendeu em 1953 (Fotomontagem BCS)
Porém o empréstimo de quase R$ 150 milhões (veja AQUI) para investir em obras de infraestrutura no último ano de governo, é um dos principais instrumentos dessa aposta, depois de três anos de administração estagnada. O feito é tão comemorado no governismo, que rendeu até tÃtulo de cidadania para o presidente da instituição financiadora, Pedro Guimarães, da Caixa Econômica Federal (CEF) – veja AQUI, que nunca tinha desembarcado em Mossoró até então.
Rosalba e seu grupo não querem sofrer maiores sustos. Com razão.
A gestão terminou 2019 com reprovação administrativa e enormes sobressaltos, como a ‘visita’ da PolÃcia Federal ao seu apartamento (veja AQUI), condenação judicial do marido Carlos Augusto Rosado (veja AQUI), desabastecimento de remédios (falta de insulina, o mais grave), atraso na folha de remuneração de servidores, bloqueio de contas para pagamento de hospitais/médicos…ufa!!
Na oposição, as conversas inconclusas e subdivisões em pré-candidaturas até aqui sem o selo da “união” consistente de forças, também concorre para fazer da tarefa de enfrentar a prefeita e sua estrutura, uma missão desafiadora.
Será nitidamente uma campanha do “tostão contra o milhão”, seja lá quem for o adversário que apareça do outro lado em condições mÃnimas de embate. É uma aposta desproporcional, mas também bem representativa do poder que o clã Rosado exerce em sua comuna, há mais de 70 anos contÃnuos. Resiste e tenta uma sobrevida numa época de desmanche de grandes grupos polÃtico-familiares como Maias e Alves.
Jânio Quadros contra a máquina milionária
O slogan “o tostão contra o milhão” foi usado pela primeira vez pelo então deputado estadual Jânio da Silva Quadros (PDC) em 1953, na campanha à Prefeitura de São Paulo-SP. Muitos outros candidatos, Brasil afora, adotaram essa fórmula ao longo das décadas que se seguiram.
Professor, ex-vereador e jovem deputado estadual, Quadros desafiou a estrutura governista avassaladora representada pelo ex-secretário de Saúde do Estado Francisco Antônio Cardoso (PSP).
Empresariado e a alta sociedade paulistana também maciçamente apoiavam o governista.
Jânio venceu assim mesmo com 67% dos votos válidos, justamente mostrando o uso indiscriminado e despudorado da coisa pública para manutenção do poder. Uma vassoura para varrer a corrupção da prefeitura foi seu estandarte e sÃmbolo.
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