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domingo - 09/10/2022 - 07:50h

É preciso saber viver

Foto ilustrativa

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Por Odemirton Filho 

Neste mundo, com a correria do dia a dia, é necessário desacelerar; ouvir o silêncio. Descomplicar a vida, por mais que esteja complicada. É preciso, de vez em quando, sair do ambiente tóxico das redes sociais e das discussões dos grupos de WhatsApp.

Que tal abrir a janela e sentir o vento? Que tal um gole de café, observando a beleza das coisas simples? Por que corremos tanto? Alguns enfrentam uma corrida desembestada para deixar bens para os filhos. Nem imaginam que a maioria dos herdeiros brigará em processos de Inventário.

O bem-estar da alma precisa ser cultivado. Quem sabe ir à praia. Olhar a imensidão do mar; sentir a água lamber os pés. Quem sabe tomar um banho de açude, beber umas doses, ler um livro, alimentar a fé, ficar em casa deitado na rede, sei lá! Não há uma receita.

Tentemos levar a vida de forma mais leve. Quando vou a Porto do Mangue, apesar das dunas terem tomado conta da estrada me obrigando a seguir um desvio (alô governadora!), eu aprecio as lindas paisagens das praias de Ponta do Mel, da Pedra Grande, do Rosado. Vejo o Mirante das Cruzes e agradeço. Peço as benções de Deus pra enfrentar as dificuldades da vida.

Sinto uma paz danada apreciando o mar. Praias desertas, sem um pé de pessoa, somente alguns animais. Livres. Fico com a alma renovada quando vou a Tibau, muito embora o progresso tenha destruído os morros de areias coloridas da minha infância.

Enquanto há milhões de pessoas lutando diariamente para conseguir um prato com comida, outros vivem numa carreira medonha, porque nunca estão satisfeitos com o que possuem. Sim, é claro que precisamos pagar os boletos. Porém, viver a vida, apesar dos perrengues, e estar ao lado daqueles que amamos são a maior riqueza.

“Toda pedra no caminho você pode retirar, numa flor que tem espinho você pode se arranhar, se bem e o mal existem, você pode escolher, é preciso saber viver”.

Pena que, muitas vezes, somente descobrimos quando já é tarde. Ou será que nunca é tarde?

Deixo, para a nossa reflexão, as palavras de Antoine de Saint-Exupéry: “trabalhando só pelos bens materiais, construímos nós mesmos nossa prisão. Encerramo-nos lá dentro, solitários, com nossas moedas de cinzas que não podem ser trocada por coisa alguma que valha a pena viver”.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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Categoria(s): Crônica

Comentários

  1. Marcos Ferreira diz:

    Assino embaixo, meu bom amigo. Você, para variar, com essa sua leveza de espírito, suavidade da alma. Bela crônica. Sua escrita ameniza o enredo conturbado do meu “A CIDADE QUE NUNCA LEU UM LIVRO”. Você e o escritor recalcitrante Carlos Santos estão de parabéns neste domingo.

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