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segunda-feira - 04/07/2016 - 09:33h
Discurso e realidade

E tudo pode ficar ainda pior na Segurança Pública

Em campanha, o então candidato Robinson Faria (PSD) em 2014, prometeu: “Serei o governador da Segurança.”

Os números da violência à época assustavam. Era, certamente, o que mais inquietava o norte-rio-grandense na gestão Rosalba Ciarlini (DEM).

Posso ser leviano, se afirmar que Robinson tinha certeza de não poder cumprir a promessa. Mas não vou lançar essa assertiva. Prefiro acreditar, firmemente, que foi arroubo de campanha. Ele não me parece alguém de má-fé.

Robinson na posse em primeiro de janeiro de 2015 (Foto: de Gabriela Freire/g1)

Ao mesmo tempo, interpreto que o então candidato não tinha noção alguma da dimensão do problema, além de lhe faltar experiência como Executivo.

Robinson desembarcou no Governo do RN com a imagem fixa num modelo de segurança adotado pelo Ceará. Seria o “Ronda Quarteirão” de lá, transformado em “Ronda Cidadã”. No discurso de posse em 1º de janeiro de 2015, reiterou essa ideia.

É um fracasso na capital e não deve se expandir pelo interior do Rio Grande do Norte, que está entregue à própria sorte. Seu Governo é campeão em número de homicídios e de fugas de presídios.

O Ceará também deixou há muito de servir como parâmetro de êxito em Segurança Pública, com números alarmantes de homicídio e crimes não letais, desmanche do sistema prisional e vitória continuada do crime sobre a lei.

Colômbia

Angustiado, sitiado por fracassos na política de enfrentamento à violência, Robinson pousou na Colômbia e de lá retornou com nova propaganda ufanista: o modelo colombiano seria a solução para debelar o poder do crime organizado e desorganizado no RN.

Outra furada. Nem se fala mais no assunto.

Na Colômbia, o que deu certo é resultado principalmente de investimento bilionário dos EUA, para dotar o Estado colombiano de meios para enfrentar narcotraficantes e guerrilheiros que adotaram a coca como principal base de financiamento de sua atuação nas selvas. Existe uma combinação de investimento social com inteligência e repressão.

No nosso estado, continuamos reféns da bandidagem e ofendidos por uma propaganda institucional que é ainda mais criminosa: quer nos convencer de que tudo está bem.

O Governo Robinson importa secretários de outros estados, ajusta discursos e não consegue minimizar a dor do povo potiguar.

A violência é uma metástase no território brasileiro e não é diferente em solo norte-riograndense.

E tudo pode ficar ainda pior.

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Categoria(s): Opinião da Coluna do Herzog / Segurança Pública/Polícia

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Enquanto Governador não ouvir o povo a bandidagem vai dar as cartas e jogar de mão.
    Na Colômbia houve um arrefecimento nos índices de criminalidade porque os EUA derramaram lá BILHÕES de dólares. E mesmo com todo o apoio americano os bandidos da FARC continuaram controlando parte do território colombiano. Por que os americanos gastaram estes BILHÕES de dólares na Colômbia? Por causa da droga que estava e está destruindo a juventude americana.
    No Brasil temos território ocupado pela bandidagem. Duvido a polícia, seja ela qual for, subir nos morros cariocas controlados pelos traficantes. E o que faz o governo brasileiro? Finge que desconhece o problema e quando alguma autoridade estrangeira mostra desejo de conhecer as favelas cariocas, como aconteceu numa visita do Papa, negocia com os traficantes uma trégua.
    No RN ainda não temos território ocupado por bandidos. Mas pelo balanço da carruagem isto não vai demorar a acontecer. Controlar alguns presídios as facções já controlam e até exigem mudança de diretor. Ou isto não aconteceu recentemente?
    Ouça o povo, Governador. Quem mais sofre nas mãos da bandidagem é o povo.
    /////
    OS RECURSOS SAL GROSSO SERÃO JULGADOS A QUALQUER INSTANTE. A QUALQUER INSTANTE!

  2. naide maria rosado de souza diz:

    Texto espetacular! Amigo jornalista Carlos Santos, a violência é metastática mesmo. Fico, muitas vezes, sitiada. Jovens bandidos vêm em bandos ou, se sozinhos, têm comparsas na vizinhança. Arrancam tudo. São bem pequenos e de rostos infantis e debochados. Só uma vez me deparei com um mais alto do que eu. Esse , Carlos Santos, com certeza foi convocado pelos amigos. Uma de minhas filhas mora bem perto daqui e minha neta estava chorando com saudades de mim. Na noite anterior eu comparecera a uma festa e esqueci de retirar a pulseira e o cordão com os quais me enfeitei. Sabendo que neta chorava , despenquei pela rua como um bólido. Na volta, quando descia o elevador de minha filha, os outros passageiros chamaram atenção para o perigo que correria com as joias. Então, subi e deixei tudo na casa de minha filha. Quando retornei, havia um parado bem em frente ao prédio que olhou para o meu pescoço e meus punhos. Desapontado , deu um sorriso debochado e, erradamente, retribuí. Poderia ter levado uma facada ou um tiro…Esse ladrão , embora de rosto jovem, era mais alto do que eu. Uma raridade na multidão de assaltantes crianças.

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