Vice-governador eleito, o deputado estadual Fábio Dantas (PCdoB) caminha para ser um nome importante dentro da próxima administração. Ninguém espere dele comportamento passivo. E é certo, que o governador eleito Robinson Faria (PSD) lhe dará espaço além do papel constitucional de substituto eventual do governante.
À madrugada da última sexta-feira (7), Dantas foi entrevistado pelo repórter José Wilson da Rádio Cabugi do Seridó, na cidade de Cruzeta. Ele participava de festa em comemoração à vitória da chapa Robinson-Fábio Dantas.
Abaixo, um resumo desse bate-papo, em que Fábio Dantas fala sobre questões relacionadas à nova administração.
À primeira vista, como o avalia que será o inicio do governo de Robinson de Fábio Dantas?
Fábio Dantas – Deve ser marcado por medidas iniciais de muita responsabilidade. O Estado do Rio Grande do Norte passa por muitas dificuldades. Nós conhecíamos as dificuldades antes de sermos eleitos. Porém, agora, a gente pode adentrar melhor no orçamento que chegou à Assembleia Legislativa, e que além das dificuldades pretéritas, existe a questão de no próximo ano pegarmos um orçamento com déficit na folha de pagamento de mais de um bilhão de reais e nós vamos ter que ver a questão da arrecadação e custeio da máquina, para podermos suprir essa deficiência já no ano de 2015.
Com a situação de caos em que se encontra Segurança, Saúde e Educação do Estado, o que foi possível levantar até agora, já que o senhor coordena a equipe de transição do governador eleito?
FD – Ainda não recebemos os dados das secretarias, nem do Gabinete Civil da governadora Rosalba Ciarlini (DEM). Mas a principio, o que a gente ver, é que precisaremos fazer uma ampla alteração na forma de fazer um gerenciamento na coisa pública a partir de 1º de janeiro. Estamos serenos do que queremos, mas precisamos nos debruçar mais sobre os dados mais concretos, para sabermos as dificuldades reais do RN. A partir do resultado dessa transição, aí teremos informações mais seguras sobre tudo.
O futuro governador tem dito que começará a mostrar resultados positivos na Saúde, Educação e Segurança nos primeiros dias de governo. Como o senhor, pela sua experiência na politica e no serviço público, encara este propósito do futuro governo? Existem problemas sem solução imediata ou pelo menos que se possa atenuar?
FD – O governador Robinson tem o anseio de todos os norte-riograndenses. Quer melhorar a qualidade de vida do nosso povo e os serviços públicos de forma eficiente para a população. Acredito que os problemas que temos que enfrentar, são problemas realmente que demandam um trabalho maior. Mas, as primeiras medidas, que são elas que darão a cara do governo nos primeiros dias, são medidas que faremos independente da situação pretérita, vamos olhar pra o futuro e fazer essas medidas nos primeiros dias, colocando nas ruas o sentimento de que o governo chegou.
O fato do secretário-chefe da Casa Civil – Carlos Augusto Rosado – ter pedido cinco dias de prazo para responder as primeiras indagações da equipe de transição, lhe parece dificuldade para que todas as informações solicitadas sejam atendidas no tempo necessário para estudos?
FD – Ele disse até cinco dias, mas a gente espera que quanto mais rápida as informações chegarem, mais rápido vamos poder tratá-las. Já demos as primeiras solicitações de informações e esperamos que em pequeno espaço de tempo ele possa nos trazer essas informações. Mas, já nos cercamos da equipe técnica que está conosco, já conseguimos muitas documentações nos portais da transparência e outras fontes de informações que são públicas.
A confirmação ou não é do governador, mas o senhor admite que a delegada Kalina Leite possa ser a próxima e a primeira mulher a ocupar a Secretaria Estadual da Segurança Pública do Estado e a primeira-dama Juliane Faria ocuparia a área social do governo?
FD – Já conversei com Robinson e não existe nenhum nome definido para nenhuma secretaria. A delegada Kalina é um nome preparado para qualquer exercício no governo e Juliana, além de esposa do governador, teve uma participação fundamental na campanha e no ponto de vista social, foi muito forte e também reúne condições para exercer qualquer cargo. Mas, não houve dentro da nossa conversa inicial nenhuma definição de nomes, qualquer pessoas pode fazer parte do secretariado Eu externei ao governador que alguns nomes de secretarias, três ou quatro, poderia anunciar na hora que tivesse, para poder ajudar na equipe de transição.
O senhor sendo deputado estadual e visto como bom articulador, que papel tem ou passará a ter na sucessão da presidência da Assembleia Legislativa? Qual a disposição do governo e sua bancada?
FD – O governador disse que a decisão da presidência da Assembleia é uma decisão interna daquela Casa. Estou lá no dia-a-dia e vejo as movimentações dos deputados na busca de criarem condições de serem candidatos. Hoje posso dizer que os deputados Álvaro Dias (PMDB), Gustavo Carvalho (PSB), Ezequiel Ferreira (PMDB) e Ricardo Motta (PROS) despontam como pretensos candidatos e sabemos que qualquer um deles tem condições de presidir aquela Casa.
Existe realmente a tendência do governador eleito, não interferir no processo sucessório da Assembleia?
FD – A principio ele diz que não, mas ninguém sabe, faltam três meses para a eleição. Eu acredito que ao se aproximar mais, não haverá disputa, terá uma eleição de consenso. O candidato que apresentar melhores condições de ganhar, os outros seguirão. Geralmente é assim na Assembleia, até para evitar o desgaste da Casa e dos deputados.
Poderia ser essa posição, um aceno de desejo de bom entendimento e respeito as decisões dos deputados?
FD – Com certeza. Eu faço parte da assembleia e antes de ser vice-governador, sou deputado e participei desse mandato. Pude ver a importância que a Casa tem e principalmente a harmonia que tem entre os poderes. É essencial o bom funcionamento da Assembleia Legislativa, do Judiciário e Ministério Público. São eles o instrumento de Estado numa sociedade mais justa.
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