sexta-feira - 18/07/2008 - 12:23h

Eleitor vota no que vê e acerta o que não quer

Candidatas da família Rosado disfarçam o poder real por trás das "cortinas"

Habituada a eficiente propaganda ufanista que superdimensiona sua imagem externamente, Mossoró resume na política a essência dessa postura. Nem tudo que parece, é.

Na sucessão municipal de 2008, a disputa familiar que se repete há 20 anos entre Rosado e Rosado, esconde outra faceta que confirma esse modelo "paraguaio" de ser. Está em evidência outra artimanha político-familiar à perpetuação no poder: é a versão "Rosado-laranja". 

A prefeita Fafá Rosado (DEM) e sua adversária Larissa Rosado (PSB) são apresentadas por seus respectivos grupos como modelo de capacidade administrativa. O substrato da propaganda é esse. Na prática, ambas são estandartes mais palatáveis ao gosto do eleitor.

Quem se eleger vai ter alguém governando por si nos bastidores. O eleitor vota no que vê e acerta o que não quer.

A prefeita Fafá Rosado, que tenta a reeleição, resume na atualidade o papel de "rainha da Inglaterra." A notória empatia popular e a intimidade com os cliques das máquinas fotográficas não a transformaram em gestora.

Seu irmão caçula, o agitador cultural Gustavo Rosado, chefe de Gabinete da prefeitura, é quem assumiu o posto de "prefeito de fato." 

Nada é resolvido no governo Fafá Rosado sem que Gustavo aprove ou descarte. De uma lantejoula para o espetáculo teatral "Chuva de balas" à assinatura de convênio milionário. Em seu círculo de amizades, é tratado pelo epíteto pomposo de "prefeito." Faz sentido.

Na própria campanha da mana, ele autonomeou-se coordenador.

Com Larissa Rosado, a expectativa é de que sua mãe e deputada federal Sandra Rosado (PSB) encarne esse papel. Larissa está no segundo mandato como deputada estadual e é a esperança do seu ramo familiar para retomada da hegemonia municipal. Esse gosto só foi provado em 1996.

Com a morte do prefeito Dix-huit Rosado no exercício do mandato, a vice-prefeita dissidente Sandra Rosado assumiu à titularidade até o fim, com 70 dias restantes de gestão.

Adaptação

Para ser secretária da Agricultura do estado até bem poucas semanas, Larissa teve como adjunto o professor e ex-titular da pasta, Pedro Almeida Duarte. Homem de confiança de Sandra, ele foi a garantia à segurança técnica da filha no cargo. Foi o "secretário de fato."

Os Rosado não reinventam a política e a gestão do poder com a fórmula em questão. Fazem uma adaptação aos seus interesses e peculiaridades.

Em Mossoró, quem primeiro inaugurou esse instituto de mando quase invisível foi Carlos Augusto Rosado (DEM), então deputado estadual.

Com a eleição a prefeito da mulher e hoje senadora Rosalba Ciarlini (DEM) em 1988, ele pegou as rédeas da prefeitura. Em mais dois mandatos (1996 e 2000), Carlos consolidou a fama de mandachuva. 

Para emblematizar a força que gosta de demonstrar, Carlos Augusto assumiu o apelido provocativo de "Ravengar", personagem de uma novela da Rede Globo interpretado por Antônio Abujamra. Era um todo-poderoso de reino fictício, acostumado a mandar e desmandar. Perfeito. Carlos adorou.  

No Brasil Império, o príncipe dom Pedro I teve o intelectual José Bonifácio como tutor e principal conselheiro da infância ao reinado. O cardeal Jules Mazarin foi primeiro-ministro e condutor da política absolutista em prol de Luís XIV. Seu antecessor, Cardeal de Richellieu, tinha assumido esse posto bem antes com Luís XIII na mesma França, sendo também primeiro-ministro.

Mas a história também reserva papel nefasto para outros personagens que ficavam por trás da cortina. 

O caso mais emblemático talvez seja do "místico" e charlatão Grigori Rasputin, nascido na fria Sibéria. Transformou-se no queridinho do czar Nicolau Romanov e da czarina Alexandra na Rússia. 

Até ser assassinado, ele ajudou a empurrar a corte para o fim trágico, em meio a um poder desmedido e profunda devassidão. Era conhecido como "a eminência parda." 

Rasputin continua se reencarnando até hoje.

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Comentários

  1. Marcelo Oliveira diz:

    Meu caro Carlos Santos .

    Burro somos nós. Que uma parcela da familia rosado tem participação no “progresso” de Mossoró, isso não tenho dúvida. Mas, eles estariam ( fazendo) algum favor ? Claro que não. Me diga um Rosado “pobre” nma terra de sta Luzia ? não existe . amigo, vamos ter que engolir o os Rosado pelo resto da vida. Mas, cá pra nós , não estaria na hora de mudar ? Não existe ninguem nesta cidade capaz de administrar essa nossa provincia ?

  2. e.pacelli diz:

    O blog começou a semana com as turbinas ligadas……isso promete! Neste reinado tupiniquim, ravengar diria alto e claro: Sois rei?

  3. Charles Bronson Aquino do Nascimento diz:

    Em alguns historiadores de nossa cidade, para citar,Prof. Emanuel Braz e Prof. Lemuel, encontrei análises acerca das estratégias do poder Rosado em passados recentes.
    Nesse blog, encontro análises profícuas de uma história contemporânea acerca das estratégias de perpetuação do mando rosadista.

    Avante Carlos Santos!
    Charles Bronson
    Prof. de História
    Mossoró-RN

  4. edna alves diz:

    Caro Carlos Santos. Concordo com voçê, quando fala da disputa entre os próprios Rosados a prefeitura de Mossoró.Mas infelismente os outros candidatos que ai estão para concorrerem com eles não tem muito o que acrescentar. Tenha certeza meu caro, esse Renato Fernandes só quer aparecer, vê seu nome no estrelato da politica de mossorò. Ele quer ter seus minutos de fama.

  5. Júlia Aquino diz:

    È .. ENQUANTO FERNANDES QUE SEUS PARCOS MINUTOS DE FAMA, OPS ROSADO, QUEREM A VIDA TODA DE FAMA .eLEMENTAR MEU CARO …..??RSRTS…realmente o mundo é dos Rosado ? Êita povinho besta esse nosso !!!!

  6. arnaldozfilho@hotmail.com diz:

    Me aponte um Rosado desempregado, ou pobre, ou que não tenha ,por menor que seja um emprego publico, municipal, estadual ou federal, me aponte um Rosado, que faça um favor sem querer retribuição, me aponte esse Rosado, e ai sim votamos nele.

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