A desfaçatez, me parece, virou regra nas relações orgânicas no poder. O Governo Rosalba Ciarlini (DEM) acomoda um mal-estar mais do que visível, envolvendo alguns de seus principais atores.

A ausência do vice-governador Robinson Faria (PMN) da convenção estadual do DEM, sem prestigiar sequer a governadora Rosalba, mantida como vice-presidente da sigla, expôs a verdade. Ou a verdade camuflada.

A ousadia, destemor e frieza de Robinson na construção de um projeto político próprio, com vistas a 2014, levou alguns dos maiores caciques da política potiguar a agirem, em bloco. Ele passou a ser uma ameaça, em vez de um aliado domesticado.

O acordo DEM-PMDB, que ainda pode agregar o PR do deputado federal João Maia, mostra o incômodo da autonomia de Robinson. Deixou de ser muito útil, como fora à campanha passada, para se transformar num estorvo.

Daqui para frente, é esperar se os principais personagens desse enredo continuam com esse hipocrisia pública, ou irão botar suas próprias vísceras à mesa.