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domingo - 30/07/2017 - 09:16h

Esse monstro chamado violência

Por Gutemberg Dias

A segurança pública no âmbito do município de Mossoró, assim como no estado do Rio Grande do Norte, é um grande problema que precisa de solução urgente independente de cores partidárias. Esse monstro de mil formas é onipresente e assustador.

Esse ano só o estado teve caminha célere para alcançar marca de 1.500 homicídios, a maioria provocada por armas de fogo. Se comparado com o mesmo período do ano anterior já se tem um aumento de aproximadamente 22%. Em Mossoró os números são uma reprodução do que acontece no estado e até agora já são mais de 140 homicídios.

Os números apresentados são do Observatório da Violência Letal Intencional do RN (OBVIO), que faz levantamento com base em metodologia científica e não tem ligação com qualquer entidade partidária.

Diante dos números fica a pergunta que muitos fazem todo santo dia: – o que fazer para solucionar esse grave problema? Existe solução a curto prazo?

Sei que não é fácil resolver esse sério problema que em suma é de competência da gestão estadual, já que é ela a responsável pela segurança pública no âmbito institucional, principalmente, quando grandes facções criminosas (PCC e Sindicato do Crime) duelam pelo poder e agravam ainda mais o quadro geral.

Mas, voltando à questão da segurança em Mossoró. Hoje está claro que a gestão municipal não tem foco nessa área e que as ações administrativas, pelo menos aparentes, não seguem uma sincronia com as envidadas pelo governo do estado. Isso ficou claro quando a gestora municipal discordou em público do gestor estadual quanto as ações de segurança para o município (veja link para matéria ao final desse artigo).

Com o encerramento do programa das BIC’s (Base Integrada Cidadã) que foi uma das bandeiras dos dois últimos gestores (Cláudia Regina e Francisco José) pela atual gestão, o município praticamente extinguiu ações mais efetivas de combate à violência.

Defendo que o município seja parceiro do estado na organização de estratégias de combate a violência. Isso é possível devido Mossoró ter uma secretaria voltada a segurança pública e ter um grande efetivo de guarda civil, ou seja, a base já está pronta.

A Guarda Civil Municipal com um contingente de mais de 300 homens tem um papel importante no relacionamento com a população. Acredito que ela deva ser utilizada no modelo de polícia de aproximação e estar muito mais presente junto à população.

Podemos dizer que ela poderia ser o grande elo entre o povo e a Polícia Militar que, constitucionalmente, é a responsável direta pelas ações de enfrentamento.

O Gabinete de Gestão Integrada (GGI) que se reúne basicamente em momentos de crise, deveria ter um calendário regular para que os entes que fazem a gestão da segurança pública possam dialogar constantemente. Tenho plena convicção que muitos projetos poderiam ser gestados no âmbito do GGI com foco no enfrentamento dessa grave crise que assola o sistema de segurança pública.

Em paralelo, o município poderia desenvolver ações voltadas à juventude nos bairros periféricos, principalmente, nos mais susceptíveis ao domínio do tráfico de drogas. Essas ações poderiam se alicerçar na implantação de projetos voltados ao esporte e cultura que consigam atrair a juventude e mantê-la longe das ruas e da influência deletéria do crime organizado.

Ainda, é importante frisar o papel da escola na discussão permanente desse tema. Dessa forma, a sala de aula deve ser mais um campo de difusão de práticas que impulsionem o distanciamento dos jovens da influência do crime organizado.

Escuridão

Outro ponto, que o próprio Blog Carlos Santos já salientou em várias postagens, alertando para maiores condições à prática de crimes, é a iluminação pública. Mossoró está às escuras, do centro à periferia. Nem o chamado “bairro nobre” do Nova Betânia escapa a essa realidade.

Diante disso, fica claro que o município de Mossoró tem muito a oferecer em relação ao enfrentamento da violência. Para isso é preciso muita organização e parceria com o governo do estado para que os projetos possam efetivamente acontecer.

Na atual crise que vive a segurança pública no estado e, obviamente, o reflexo acontece nos municípios, a junção de forças é de extrema importância para que tenhamos resultados efetivos. Bem como, os gestores precisam entender que esse problema é generalizado e sem parceria não chegarão a canto algum.

De um modo geral, o povo não precisa de um governador, prefeito ou seja lá o que for da segurança; na realidade o povo precisa de um estado forte que atue integrado para lhe dar, pelo menos, a sensação de segurança.

Leia também: Robinson cobra Rosalba por apoio à segurança e ela se esquiva AQUI.

Gutemberg Dias é graduado em Geografia, mestre em Ciências Naturais e empresário

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Antonio Turci diz:

    Insegurança e violência têm a ver com falta de trabalho. Se todos estivessem empregados, trabalhando, produzindo, recebendo remuneração, a situação começaria a mudar. Não mais em curto prazo, pois o desmantelo é muito grande. Treze anos de governo do PT foram suficientes para levar o Brasil ao “quase caos”, do jeito que manda a doutrina marxista/leninista, ou seja, deixar o país ir ao fundo do poço e, depois, implantar a ditadura conforme o modelo imposto na antiga URSS e que hoje ainda prevalece na Coréia do Norte. Infelizmente PeTralhas e seguidores e parte expressiva da imprensa não entendem a necessidade que o País de caminhar para a estabilidade. Quererem por fim, de todo jeito, o governo do Presidente Temer é um mal que todos deveriam evitar. Ele precisa terminar seu mandato. Depois, sem foro privilegiado, que pague por erros que, por acaso, tenha cometido.

  2. João Claudio diz:

    Antonio Turci, considere-se escalado para jogar como atacante no time ”Anti Corruptos Futebol Clube.”

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