sexta-feira - 22/08/2025 - 12:42h
Aluguel de chromebooks

Estado é obrigado a cancelar licitação e TCE decide monitorar contrato

Questão dos chromebooks foi decidida nessa quinta-feira pelo plenário do TCE (Foto: Daiana Martins)

Questão dos chromebooks foi decidida nessa quinta-feira pelo plenário do TCE (Foto: Daiana Martins)

Sem alardes, o Governo do Estado resolveu anular processo de licitação para aluguel de 21 mil “chromebooks”, equipamento de informática para alunos da rede estadual de ensino. O assunto veio à tona nessa quinta-feira (21), porque o Tribunal de Contas do Estado do RN (TCE/RN) noticiou os desdobramentos da decisão em seu próprio portal. A Corte vai monitorar a continuidade do processo licitatório. O monitoramento foi determinado em sessão do Pleno desta quarta-feira (20) – veja AQUI.

Ontem mesmo, o Governo do Estado emitiu uma nota se explicando e dando a entender que nada estaria errado, mas que a medida seria para resolver uma “falha formal.” Na verdade, o governismo não tinha outra alternativa e o cancelamento da licitação foi compulsória. Não existia outra saída, apesar da gestão Fátima Bezerra (PT) tratá-la com o eufemismo de “autotutela administrativa.”

Em junho, o senador Styvenson Valentim  (PSDB) mostrou distorções no caso em primeira mão e o Tribunal de Contas da União (TCU) considerou necessária a anulação desse processo de compra.

O parlamentar destacou que tinha adquirido igual chromebook com valor bem abaixo (R$ 1,5 mil por unidade), meses antes, entregues à Escola Estadual Maria Ilka, localizada no Bom Pastor. Já o Governo do RN iria pagar R$ 2,5 mil pelo aluguel. Contrato seria da ordem de R$ 50 milhões.

Leia tambémTCU suspende outra licitação suspeita do Governo Fátima Bezerra

O processo no TCE teve início com uma representação da empresa Altbit Informática Comércio e Serviços Ltda., que alegou ter sido inabilitada indevidamente no Pregão Eletrônico realizado para o aluguel dos Chromebooks. Além disso, a Corte de Contas recebeu uma representação do senador Styvenson Valentim, que questionou o valor da locação dos equipamentos. As duas representações foram apreciadas em conjunto.

Irregularidades identificadas

O TCU identificou irregularidades, como a exclusão da Altbit, que apresentou o menor preço, e a aceitação de atestados de fornecimento, em vez de locação, pela empresa vencedora. Tudo muito suspeito.

Como resultado da decisão do TCU, o Estado do Rio Grande do Norte comunicou a anulação do contrato com a empresa vencedora, a Repremig, além da retomada do pregão eletrônico para a fase de habilitação. Um extrato do termo de anulação foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) em 24 de julho de 2025, mas passou despercebido por tudo e todos, inclusive a imprensa. O próprio Estado evitou divulgação explícita fora do DOE.

Com relação à opção pela locação em detrimento da compra dos equipamentos, o corpo técnico do Tribunal alertou que o convênio firmado com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) trata apenas de verba de custeio, o que impedia a destinação dos recursos para a aquisição dos Chromebooks. No entanto, o voto aprovado pelos conselheiros determina que a Diretoria de Controle de Contas de Gestão e Execução da Despesa Pública (DCD) proceda à análise técnica da formação do preço de referência, indicando o valor agregado dos serviços que integram o contrato de locação, com vistas a identificar eventual prejuízo à economicidade.

O outro lado

Veja abaixo nota oficial da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e do Lazer (SEEC), sobre a extinção da licitação:

Em reconhecimento à conduta da gestão, o Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN) destacou a regularidade da medida adotada pela Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e do Lazer (SEEC), ao extinguir processo com objeto idêntico e afirmar que a anulação do contrato corrigiu integralmente o vício apontado.

Para assegurar a lisura do certame, a SEEC decidiu anular os atos posteriores à possível falha e retornar a licitação à fase de habilitação, cuja reabertura ocorreu em 28 de julho de 2025,  com sucesso e ciência de todos os participantes. Todos os procedimentos foram publicados no Diário Oficial do Estado, garantindo transparência.

A decisão não decorreu de denúncia parlamentar, mas de autotutela administrativa, seguindo recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU). O questionamento original se restringiu à habilitação documental da empresa com menor preço, sem envolver o valor do contrato.

A Secretaria reforça que a comparação entre compra e locação de equipamentos é equivocada. O contrato garante, por 36 meses, suporte técnico presencial, manutenção, seguro, rastreamento, substituição imediata de aparelhos e licença Chrome Education Upgrade (CEU) para todos os 21.000 Chromebooks, serviços não incluídos em uma simples aquisição.A opção pela locação segue a Lei nº 14.172/2021, que vincula os recursos federais a despesas de custeio.

A SEEC reafirma seu compromisso com a legalidade e a celeridade para que os equipamentos cheguem aos estudantes com máxima urgência.

Natal, 21 de Agosto de 2025

Chromebooks usados na Escola Estadual Maria Ilka - com recursos do mandato de Styvenson Valentim (Imagem feita a partir de vídeo)

Chromebooks usados na Escola Estadual Maria Ilka – com recursos do mandato de Styvenson Valentim (Imagem feita a partir de vídeo)

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Categoria(s): Administração Pública / Justiça/Direito/Ministério Público / Política

Comentários

  1. Marcos Pinto. diz:

    Estou observando a existência da odienta Engenharia maquialavélica bolsonarista para plantar mentiras e dalacias com o objetivo único de dilapidar o manancial de npopularidade e densidade eleitorsl do dinâmico e invencível CARA LULA BRASIL. Oerderam Manés !. Que coisa feia !. Ridícula ne hilária, ao mesmo tempo. É MENTIRA TERTA ?.

  2. Marcos Pinto. diz:

    Dois pesos e duas medidas. O TcE passa a impressão de que a análise das Contas Municipais existe um tal peso dos cifrões a serem rateados no vutim. Enquanto isto, a imprescindível e eluvidante fiscalização dorme à sono solto, com direito a evoluções oníricas rm Ilhas paradisíacas nas Bahamas, onde ninguém além fronteiras é reconhecido. Um chuá de bom. Homi, divida comigo !. Kkkk.

  3. Lair Solano Vale diz:

    Parabéns Senador Styvenson Valentin.

  4. Marcos Pinto. diz:

    Fico a imaginar quantos Prefeitos eatariam presos e cassados se houvesse uma rigorosa e eficiente investigação nos butins praticados nos Erários municipais, acobertados de forma cúmplice peli TCE, via rateamento (Pense num sinônimo que cái como uma carapuça no cocoruto dos biltres !). dentre eles. ESSA é se lascar.

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