domingo - 11/01/2009 - 23:43h

Fafá Rosado sobra na “casa do povo”

Com uma maioria folgada na Câmara de Mossoró, a prefeita Fafá Rosado (DEM) começa sua segunda gestão sob a mesma batuta, nas relações institucionais. “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”, diz uma máxima popular.

Aplica-se como uma luva cirúrgica ao poder do governo em relação à câmara.

A eleição do novo presidente da Casa, Claudionor dos Santos (PDT), foi diretamente patrocinada pelo Palácio da Resistência, sede do governo. Ele é um dos quatro vereadores reeleitos, investigados pela “Operação Sal Grosso”, desencadeada ao final de 2007 pelo Ministério Público. Sem problema.

O governismo quis assim.

Em plenário, dos 13 vereadores eleitos em 5 de outubro de 2008, 11 são governistas. Apenas Lahyrinho Rosado (PSB), Genivan Vale (PR) e Francisco José Júnior (PMN) foram eleitos por partidos de oposição.

Entretanto, na eleição da Mesa Diretora da Casa no dia 1º de janeiro, Júnior (filho do ex-deputado estadual Francisco José-PMN) pousou no aprisco do governo.

Situação estranha é vivida por três governistas.

O vereador no sexto mandato, decano da câmara, Francisco Dantas, o “Chico da Prefeitura” (DEM), é-e-não-é governista. Ele foi eleito vice-presidente de Claudionor, mas renunciou verbalmente ao cargo, logo após o pleito interno. É uma incógnita. Esfinge.

Outro caso atípico é da ex-vice-prefeita Cláudia Regina (DEM), que debuta na câmara. Apresenta-se como governista, porém não aceitou votar fechado em Claudionor, por razões de ordem “ética”. Não absorve o rótulo de “oposicionista.”

DESGRAÇA

Com Jório Nogueira (PDT), o enredo é também confuso. Em seu terceiro mandato, depois de não se reeleger em 2004, ele insinuou em plena votação que elegeu Claudionor (também presidente do seu partido), que teriam ocorrido “negociatas” à vitória. Apontou o governo como operador da manobra, mas com o cuidado de eximir a prefeita de qualquer participação ou incitamento.

É fácil perceber que o governo conseguiu ampliar maioria, da eleição em outubro ao início da legislatura 2009. São números irrefutáveis na matemática.

Porém, Chico da Prefeitura, Cláudia e Jório chamuscaram a “fuselagem” do poder. Caíram em desgraça.

O comportamento de cada um desses três vereadores é também explicada por veto expresso dos líderes do governo, para que nenhum fosse habilitado à presidência da Câmara Municipal. Não atendiam ao perfil desejado.

Claudionor preencheu aos requisitos, sobretudo o de ser um aliado incondicional, geral e irrestrito. A legislatura, em seus quatro anos, tem os ingredientes basilares para repetir a que foi recentemente encerrada.

Há um desequilíbrio brutal entre governismo e oposicionismo; velhos costumes como o toma-lá-dá-cá parecem intactos e a câmara mantém formato de sala contígua ao Palácio da Resistência. 

DESEQUILÍBRIO

Por enquanto, a formação da Câmara de Mossoró indica uma avalanche pró-governo. Veja abaixo:

Governismo: Claudionor dos Santos (PDT) Flávio Tácito (PSL) Maria das Malhas (PSL) Nina Rebouças (DEM) Ricardo de Dodoca (PDT) Daniel Gomes (PMDB) Zé Peixeiro (PMDB) Cláudia Regina (DEM) Jório Nogueira (PDT) Chico da Prefeitura (DEM) Francisco José Júnior (PMN)

Oposição: Lahyrinho Rosado (PSB) Genivan Vale (PR).

Foto: Ricardo Lopes (Studio Chaplin)

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