A versão em papel do jornal inglês Financial Times pode deixar de circular, segundo informações publicadas pelo Robert Andrews do site PaidContent.
Para Madi Solomon, da Pearson – proprietária do FT – o jornal investe muito em sua versão online e prevê que sua edição impressa suma em torno de cinco anos.
"Eles [Financial Times] estão investindo muito em sua presença online. Sim, eles veem o fim dos impressos. As pessoas tem boas lembranças do papel, não acho que vão parar de imprimir, mas vai diminuir – aliás, já está diminuindo", disse Solomon.
Nos próximos cinco anos o Financial Times se compromete a diminuir a circulação até que o impresso seja extinto. "Eles não dizem, mas em cinco anos eles vão parar", concluiu. O cenário se repete mundo a fora.
O editor do Londons Times, John Witherow, disse recentemente que o plano de impresso feito para o jornal em 2008 deve ser o último: "Ele deveria durar pelo menos de 30 a 40 anos. Mas as coisas estão mudando rapidamente". Ele prevê que o fim do impresso está próximo.
Já o The Seattle Post Intelligencer, abandonou sua versão impressa após oito anos de perdas e, opera atualmente só na web.
A queda de circulação não é o único obstáculo para o impresso. A publicidade também migrou para internet. No Reino Unido, por exemplo, a web já recebe mais investimentos do que a TV.
Nos seis primeiros meses de 2009, a internet recebeu 1,75 bilhão de libras – um crescimento de 4,6% e uma média de 23,5% das publicidades – enquanto a TV recebeu 21,9% dos investimentos.
Veja material na íntegra AQUI e AQUI em inglês.
Nota do Blog – O jornal impresso é uma paixão antiga que possuo. Fui talhado nele.
Mas é difícil ser turrão a ponto de não enxergar algo diferente: não há nada que sustente o jornal impresso nos próximos anos e décadas.
É certo que ele ainda vai existir nas pequenas comunas, em segmentações ou em caráter documental.
Entretanto como o conhecemos e aprendemos a viver, não. O Financial Times, criado em 1888, é apenas um dos inúmeros exemplos de conversão do impresso para o webjornalismo. Inexorável.
Teimar diante dessa realidade, é como querer tanger jumento sobre uma carroça, tendo uma Ferrari ao lado, novinha em folha, à espera da arrancada.
Diante dessa realidade as empresas de comunicação tem de entender que jornalismo se faz em qualquer suporte. Se o papel está chegando ao fim – e está – é hora de migrar para a convergência das mídias na internet, com o mesmo jornalismo de qualidade que se faz tanto no impresso, quanto no rádio ou na TV. Quem resistir corre sério de risco de ficar embaixo da avalanche que já vem por aí. O momento é da revolução digital.