Por Carlos Santos
Oficialmente, a campanha municipal de Mossoró não começou. Mas, isso é apenas um detalhe. Na prática, ela está em marcha e com temores que só crescem no governismo. O grupo da prefeita Rosalba Ciarlini (PP) saiu de sua aparente serenidade e zona de conforto, resolvendo atacar a oposição em redes sociais e com mÃdias sob seu controle e edição.
Os papeis foram invertidos e não por acaso. Sua usina de ‘fake news’ passou a trabalhar em regime de tempo integral.
O desprezo, a pilhéria e a autossuficiência em relação a adversários deram lugar à pressa de produzir uma versão que fosse capaz de desqualificar os contendores e gerar uma imagem de coerência polÃtica imaculada da “Rosa”. Devagar com o andor. Os fatos que narramos a seguir descarrilam essa comédia pastelão.
Nos últimos dias, houve tentativa de vincular parte da oposição à imagem do ex-prefeito Francisco José, principalmente o deputado estadual e candidato à prefeitura, Allyson Bezerra (Solidariedade). Contudo, a trapaça voltou-se contra a própria prefeita, seu governo e candidatura, numa peça que seria cômica apenas, não fosse também ridÃcula e cÃnica.
Na quarta-feira (16), último dia de convenções partidárias, o Rede Sustentabilidade foi apresentado como mais um partido de apoio à candidatura à reeleição de Rosalba (veja AQUI). O reforço traz uma carga desmoralizante para o discurso da prefeita que quer ser reeleita para “fazer a melhor administração de sua vida”, promete.
Caixa de Pandora
O Rede abriga dois ex-auxiliares de Francisco José Júnior: o atual vereador ‘independente’ João Gentil e o advogado Abraão Dutra Dantas. A propósito, Abraão é citado pela própria administração de Rosalba como um dos responsáveis por operação no último dia bancário útil de 2016, no governo de Francisco José Júnior, que despejou cerca de R$ 7 milhões do Instituto Municipal de Previdência Social dos Servidores de Mossoró (Previ-Mossoró) num fundo de investimento obscuro (veja AQUI).
Por lá ainda estão pai e irmã do ex-prefeito, ex-deputado Francisco José e Munique Bessa (que foi assessora de Rosalba no Senado).
Será que a prefeita vai esconder todos eles ou os levará ao seu palanque? Não duvide que alguma montagem de sua fake news S/A realize o teletransporte de todos para o acampamento oposicionista.
Tratar o ex-prefeito como responsável por todos os males de Mossoró, como se ele tivesse escapado da Caixa de Pandora, é um estratagema que deu certo em 2016, quando sua reprovação passava dos 70% e Rosalba usou essa insatisfação para dizer que “fez, faz e sabe fazer”. Agora, vale lembrar: o prefeito não é mais ‘Silveira’ (sobrenome com o qual é tratado desde a infância). É Rosalba.
A prefeita tenta a reeleição, mas trata o eleitorado como se fosse uma manada de estúpidos. A governante não tem como continuar fugindo de uma campanha plebiscitária que a espera mais na frente.
O eleitor vai dizer se aprova ou não aprova seu governo. Silveira é passado e, certamente, não é culpado pelo governo chinfrim de Rosalba. Na verdade, os dois parecem irmãos gêmeos (Veja: Rosalba copia Francisco José Júnior com gestão ‘xing-ling’.
Apoio a Robinson, Fátima e Silveira
No passado, alguns dos hipotéticos pecados polÃticos da “Rosa” foram bem mais significativos do que acomodar o grupo do ex-prefeito em sua coligação, para tentar se reeleger de qualquer jeito. É preciso que ela os assuma.
Governadora, Rosalba apoiou o vice-governador dissidente Robinson Faria (PSD) ao governo em Mossoró, em 2014. Ele enfrentava o deputado federal Henrique Alves (MDB), a quem o rosalbismo via – ao lado do senador José Agripino (PFL, hoje DEM) -, como responsável pelo veto à sua candidatura à reeleição à quele ano.
Pediu a seus eleitores que votassem no nome da deputada federal Fátima Bezerra (PT), ao Senado, para derrotar a ex-governadora Wilma de Faria (PSB), que concorria ao mandato e era sua adversária, também em 2014. “Eu voto em Fátima”, proclamou (veja AQUI).
Para impedir vitória da então deputada estadual Larissa Rosado (PSB, hoje no PSDB), filha da deputada federal Sandra Rosado (PSB, hoje no PSDB), ambas adversárias suas, Rosalba somou-se à eleição de Francisco José Júnior, que obteve a maior vitória eleitoral de todos os tempos em Mossoró. Foi um resultado que não alcançaria sem esse reforço – 68.915 (53,31%) votos, contra 37.053 (27,55%) de Larissa Rosado. Maioria de 31.862.
Campanha suja
Quem faz campanha suja, não pode fazer um governo limpo. As escolhas de Rosalba Ciarlini hoje e no passado merecem respeito e ela deve responder por essas preferências, em eventuais embates polÃticos. Faz parte do debate. É quase impossÃvel se conservar uma pureza ideológica e moral nesse sistema polÃtico-partidário nacional.
Suas convicções e preferências foram baseadas em aspirações polÃtico-eleitorais, ranço e espÃrito vingativo. É da natureza de seu modelo de ser, o ser polÃtico.
Entretanto, é censurável que queira transformar opções polÃticas que são suas, certas ou erradas, em pecados alheios. Essa naturalidade com que lida e repete inverdades, desvio aparentemente psicopatológico (veja AQUI), não fica bem para uma senhora de quase 70 anos, avó e que tem uma rosa vermelha como Ãcone.
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Volto a insistir: O Dilema da Rede Netflix.
Rosalba vai perder a campanha
A maior parte do eleitorado mossoroense acha que chegou a hora de Rosalba e Carlos curtirem uma aposentadoria em Tibau. Se vencer as eleições, vai ser com o menor percentual de votos dados a um prefeito eleito na história do municÃpio.