Por Vera Magalhães (Coluna Radar online, Veja)
Quem nasceu ou mora há algum tempo em Brasília já ouviu falar na história do sargento Silvio Hollenbach. (Quem?)
Em 1977 ele passeava no zoológico da capital com seus filhos quando viu um garoto de 13 anos cair e ser atacado no fosso das ariranhas.
Ele se atirou no fosso e conseguiu salvar o garoto. Mas, morreu dias depois por infecção generalizada devido às mordidas dos animais.
Ele ganhou um busto no zoológico e sua história de heroísmo é uma das mais famosas de Brasília.
O menino que foi salvo, no entanto, nunca agradeceu aos familiares do sargento. Nem sequer um obrigado ou solidariedade com aqueles que perderam um pai para que um outro menino pudesse viver.
Hoje, a história e Brasília se reencontram.
O menino salvo pelo sargento chama-se Adilson Florêncio da Costa.
Vivo, pôde subir na vida e chegou ao cargo de diretor financeiro do Postalis.
Rico, foi preso hoje (24/6/2016) na operação “Recomeço” da Polícia Federal.
Ele é suspeito de desvios milionários no fundo de pensão dos funcionários dos Correios, de surrupiar a aposentadoria de quem esperava descansar após uma vida de trabalho.
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Já menino demonstrava a sua tendência para o egoísmo, para o querer tudo para si e achar que todos vivem para lhe servir. E crescendo numa família que entende ser gratidão uma virtude dos fracos encontrou o campo fértil onde desenvolveu facilmente sua vocação para a prática do mal.
Insensível desde criança, vivendo num ambiente em que somente o “sucesso” importava, tranformou-se no corrupto que, buscando o enriquecimento rápido e fácil, atropelou os mais légitimos direitos de trabalhadores honestos que dedicaram toda a sua vida a bem servir a sociedade.
O caso deste corrupto não é um caso isolado. É apenas mais um dentre tantos.
Quantas crianças pobres, que adotadas por famílias ricas, no afã de se mostrarem vitoriosas na vida descambam para a roubalheira mais despudora a fim de mostrarem a todos que alcançaram o sucesso. E nesta corrida desvairada nem se perguntam a que sucesso desejam alcançar.
Buscam, enlouquecidas pela vaidade, o que julgam ser realização e motivo de orgulho, mas terminam sempre manchando nomes de famílias tradicionais e da mais alta respeitabilidade.
No final tornam-se a vergonha e o motivo de arrependimento da família que a adotou.
Que Deus tenha piedade destas pessoas.
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OS RECURSOS SAL GROSSO SERÃO JULGADOS A QUALQUER INSTANTE. A QUALQUER INSTANTE!
Nada como o tempo. Ah, o tempo…