quinta-feira - 19/12/2013 - 08:28h
Entrevista na TCM

Interrogações e afirmações num cenário político confuso

“Vivemos um momento de mais interrogações do que afirmações”. Essa frase foi lançada por mim ontem à noite (quarta-feira, 18), ao ser entrevistado pelos jornalistas Carol Ribeiro e Marcelo Benévolo, no programa “Cenário Político” da TV Cabo Mossoró (TCM), Canal 10.

Carol Ribeiro e Marcelo Benévolo no estúdio da TCM, entrevistando o editor desta página, ontem (Cézar Alves)

Foi uma referência à atmosfera de incertezas político-administrativas em Mossoró, na atualidade.

A princípio, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) definiu eleições suplementares para prefeito e vice de Mossoró para o dia 2 de fevereiro do próximo ano. Entretanto, se a prefeita cassada Cláudia Regina (DEM) e seu vice Wellington Filho (PMDB) conseguirem uma liminar (decisão que pode sair hoje, em Brasília, no Tribunal Superior Eleitoral-TSE), retornam provisoriamente aos cargos.

Instado a falar quanto a possíveis candidaturas numa nova eleição, ponderei que o quadro era extremamente confuso. Mesmo assim, apontei que o prefeito provisório Francisco José Júnior (PSD) é o nome mais visível. Porém, depende do próprio comando estadual do partido e outros partidos para ser candidato. Tem que articular apoios e administrar o caos na prefeitura. Muito difícil as duas missões.

Kátia Pinto

“Suas relações com o vice-governador Robinson Faria (PSD) não são boas”, apontei. “Ele pode não ter legenda (…). Não dá para ser candidato avulso, sem partido, como chegamos a ter no período da República Velha (1889-1930)”, argumentei.

O grupo da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) tem a secretária estadual da infraestrutura, engenheira Kátia Pinto (DEM), como nome em propulsão para ser lançado.

“A governadora é ainda uma liderança muito forte em Mossoró”, assinalei. “Não pode ser ignorada (…). É uma pessoa que cresce muito numa campanha “, apesar do grande desgaste no Governo do Estado.

“Rosalba é um fenômeno negativo”, destaquei, no âmbito estadual. Não inflou seu partido e sua imagem. Mas em Mossoró, ainda tem o melhor capital político, mesmo que dilapido em parte com a gestão “pífia e chinfrim” como governadora.

O sistema político da deputada estadual Larissa Rosado (PSB) está em compasso de espera. Hoje, dois recursos aglutinados em um serão julgados no TRE. Se conseguir superá-los, vai se habilitar novamente à disputa, após derrota nas urnas no ano passado. Em caso contrário, ficará inelegível.

Seu irmão e vereador Lahyrinho Rosado (PSB) e sua mãe e deputada federal Sandra Rosado (PSB) não devem se apresentar como opções. Busca-se alternativa para uma campanha vapt-vupt,  que deve ser baseada  “em cima de nomes conhecidos e no emocional”.

Cláudia Regina

Noutra vertente, o PT tenta novo rumo e alguns pequenos partidos podem se juntar numa aliança própria. Nada consistente até aqui. Apenas um espectro de hipotéticas alianças.

Sobre a prefeita cassada e afastada, teci o seguinte comentário: “É a pessoa mais preparada e que mais conhecia Mossoró para ser prefeita.” Porém as circunstâncias que testemunhamos a levaram a essa situação. Mesmo assim, tem um peso no tabuleiro político contemporâneo.

Assumiu o governo sabendo que pegaria uma “herança maldita” da antecessora Fafá Rosado (PMDB). Contudo não teve coragem de romper com certos vícios e modelos. Terminou se deparando com problemas maiores do que imaginava.

A crise que só agora setores da imprensa admitem que existe, não é causada pelo o entra-e-sai de prefeito no Palácio da Resistência. Não é resultado de uma instabilidade político-administrativa. “Vem lá de trás”, indiquei.

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Categoria(s): Política

Comentários

  1. raimundo nonato sobrinho nonato diz:

    Carlos a mais preparada ou a mais conivente com as falcatruas de suas antecessoras? Uma pessoa que estava há quase três décadas circulando no Palácio da Resistência, assumiu vários cargos públicos e se deixa levar por pressões políticas, manipulando informações, escondendo da população os devaneios políticos de suas madrinhas, e manteve a maioria na Câmara na base do que é dando que se recebe ” CC”, não poderia está preparada para assumir uma prefeitura da envergadura de Mossoró e romper o velho, mostrando uma nova realidade. Tudo não passou de um engano.

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