sexta-feira - 20/03/2015 - 20:14h
Confronto

Juízes emitem nota reprovando postura de servidores

Rayanne define postura de sindicalistas como de "má-fé" (Foto: Tribuna do Norte)

A Associação dos Magistrados do Rio Grande do Norte (AMARN), através de nota oficial, resolveu reagir à campanha vista como “desrespeitosa e inconsequente” utilizada por dirigentes sindicais ligados aos servidores da Justiça do Rio Grande do Norte.

É delicada a relação entre juízes e serventuários da Justiça, em face de medidas tomadas pelo Tribunal de Justiça do RN (TJRN), que fez poda considerável no ganho pecuniário dos servidores. As medidas de ajuste fiscal e orçamentário desse poder esfacelou a renda dos servidores. Daí, a greve e um nível elevado (ou baixo) de altercação entre as parte.

Na nota, assinada pela magistrada Hadja Rayanne Holanda de Alencar, ela lança arrazoado dando versão sobre o caso, atestando que há má-fé na interpretação das medidas e no que é auferido pelos judicantes.

Veja abaixo:

NOTA DA AMARN

A Associação dos Magistrados do Rio Grande do Norte – AMARN, em razão das manifestações de dirigentes do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário ocorridas durante a greve dos serventuários, vem se pronunciar, nos seguintes termos:

I- A AMARN repudia, com veemência e preocupação, a forma desrespeitosa e inconsequente utilizada pelos dirigentes sindicais para insuflar servidores e a sociedade contra a magistratura potiguar, na tentativa de convencê-los da justeza de sua pauta de reivindicações.

II – É inadmissível que dirigentes sindicais venham a se valer de comparação remuneratória entre servidores e magistrados, haja vista que se tratam de carreiras distintas com atribuições e responsabilidades diferentes, sendo a remuneração da magistratura fixada pelo Supremo Tribunal Federal, de forma idêntica para todos os magistrados brasileiros.

III – Constitui total equívoco e beira a má-fé o discurso de que as medidas de ajuste fiscal e orçamentário adotadas pelo TJRN, tenham por objetivo direcionar os valores economizados para o pagamento de verba específica da magistratura, quando se tratam de verbas de natureza diversa e que não integram os cálculos da LRF e, portanto, torna desprovido de razão e sentido o raivoso discurso sindical.

IV – A postura dos dirigentes sindicais de agredir a magistratura cria um insustentável clima de discórdia, com indesejáveis repercussões entre magistrados e servidores, e em prejuízo da prestação jurisdicional.

V – Por fim, a magistratura mantém sua postura de respeito aos servidores na busca dos seus direitos, porém exige e espera igual tratamento ético.

Natal, 20 de março de 2015.

Hadja Rayanne Holanda de Alencar

Presidente da AMARN

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Categoria(s): Justiça/Direito/Ministério Público

Comentários

  1. franco galeno da silva diz:

    Seria muito salutar ver a reação da magistrada se os imorais auxílios(moradia,por ex.) ,em seu gordo salário, fossem cortados.O ilustre presidente do TJ mora num ap de luxo em areia preta e recebe,é claro,o seu.

  2. ROBERTÃO diz:

    O grande risco do mundo atual é a tristeza individualista, que brota do coração mesquinho.
    Papa Francisco

    Eu discordo do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo.
    Voltaire

    Pense por si mesmo e dê às outras pessoas o direito de fazer o mesmo.
    Voltaire

  3. ROBERTÃO diz:

    A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar.
    Martin Luther King

    O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.
    Martin Luther King

    É errôneo servir-se de meios imorais para alcançar objetivos morais.
    Martin Luther King

  4. naide maria rosado de souza diz:

    Verbas distintas fazem cair por terra o argumento do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário. Trata-se de proventos originados do STF e do TJRN, o primeiro, abrangendo a Magistratura e o segundo, os Serventuários da Justiça. Ora, prejudicados os Serventuários que reivindiquem seu direitos a quem os deve. Tem razão a Douta Juíza, ao expor ” o insustentável clima de discórdia ” instalando “prejuízo da prestação jurisdicional.”
    Vivemos momentos tão delicados de ordem econômica e social que é importante fazer soar a campainha do respeito.
    Muitas vezes leio queixas e ironias quanto aos proventos recebidos pelos juízes. Seguinte: todos nós podemos alcançar a magistratura. É só fazer o CONCURSO. O juiz não é escolhido, é concursado. Então, o primeiro passo é fazer uma excelente Faculdade de Direito. Após ótimos resultados, ou seja, notas boas que revelem o aprendizado, sugeriria um mestrado. Talvez, a Escola de Magistratura seja o melhor caminho. Então, não pare de estudar. Estude muito. Esqueça festas, reuniões, batizados, casamentos, etc… Torne-se um monge. Depois, inscreva-se no Concurso. Vem a prova escrita. É dificílima, mas para quem tanto estudou…quem sabe? Nem sempre o sucesso vem na primeira tentativa. Faça outra e mais outra, até conseguir. Conheço alguns que passaram , na primeira vez. Raro. Daí, vem a segunda fase : a oral. Então, dá para se ouvir o ar que se respira. Fique à frente de um Desembargador e, responda, de imediato, todas as perguntas que lhe forem feitas. O faça sem titubear. Isso, em todas as matérias. Muitos caem, muitos. Mas começam tudo de novo. Outra prova escrita, talvez mais difícil do que a anterior.
    Então, quem por acaso achar que o provento do magistrado é alto, precisa saber que ele, para ser juiz, tem que ser ” O Cara”, caso contrário não passa. E tem mais, passando, vai lidar com todas “as agruras de um povo”, é quando chega a hora da bênção. A bênção de Deus para que o ilumine em suas sentenças.

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