Em sentença publicada nessa quinta-feira (21) pela juíza federal Moniky Mayara Costa Fonseca, a ex-governadora e atual prefeita mossoroense Rosalba Ciarlini (PP) foi inocentada em processo movido pelo Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do RN (MPRN). A demanda judicial diz respeito a contratos para construção da nova Cadeia Pública em Mossoró e outras obras na área prisional, que ela tentou viabilizar em sua gestão no estado (2011-2014), mas não conseguiu.Segundo entendimento da magistrada, “não há que se falar em negligência da governadora Rosalba Ciarlini no tocante ao cancelamento do contrato nº 1003918-63/2013, destinado à construção da cadeia pública masculina no município de Mossoró”. Acrescentou que “não há como enquadrar a ré em nenhum dos aos ilícitos indicados pelo Ministério Público Federal”.
Desinformação como peça de retórica
A notícia da decisão judicial é pulverizada pela assessoria pessoal da prefeita. Contudo, ao mesmo tempo em que exalta um resultado que lhe é favorável (cabe recurso), revela implicitamente uma faceta de seu discurso eleitoreiro que agora cai por terra.
Bem antes de ser empossada governadora, que Rosalba satanizava a construção do Presídio Federal de Mossoró, associando a crescente violência urbana à sua existência. Contaminou boa parte da opinião pública e imprensa amestrada, tendo a desinformação como peça de retórica na caça ao voto.
Porém no Governo do Estado, só não edificou nova cadeia pública estadual no município, a exemplo das já existentes Manoel Onofre Lopes e a Mário Negócio, porque não conseguiu. Tentar, tentou. Esta página várias vezes citou essa contradição, mas quem nos ouviria?
Empurrou de volta ao Governo Federal mais de R$ 24,4 milhões (Programa Nacional de Apoio Prisional) sem realizar essa e outras várias obras na área prisional, por não apresentar capacidade de atender às exigências mínimas para uso dos recursos disponíveis, tanto por falta de contrapartida financeira como de projetos. Houve ‘devolução negligente’, afirmaram MPE e MPF.
Marketing da enganação
Sem nenhuma base científica, sem qualquer elemento empírico, Rosalba ajudou a fabricar um senso comum errôneo no imaginário popular sobre o Presídio Federal, para embaraçar adversários e tirar proveito nas urnas. Era contra prisões no município. No poder, agiu em sentido inverso ao que combatia. “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, diria uma máxima popular.
O marketing da enganação agora está documentalmente desmoralizado, num momento em que a “Rosa” tem o que comemorar: é inocente de suposta malversação de recursos públicos. Entretanto seu discurso oportunista e capcioso perdeu a validade.
De qualquer modo, é bom guardar a sentença da magistrada. Vem outra campanha por aí.
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