Ele reproduz uma longa e densa entrevista com Carlos Lacerda, ex-deputado federal e ex-governador do então Estado da Guanabra.
Veja que genial a passagem que transcrevo abaixo:
Logo depois do Golpe Militar de 64, o general-presidente Castello Branco solicitou a Carlos Lacerda que fizesse um giro pela Europa para explicar o que tinha acontecido no Brasil.
O “general-presidente” De Gaulle, que não tinha lá muitas simpatias pelo Brasil e por Lacerda, pediu ao jornal Le Monde que mandasse um repórter para cutucá-lo na chegada em Orly:
Repórter: "Governador, é verdade que o senhor foi comunista na juventude?"
Carlos Lacerda: "Fui, como o Ministro Malraux (André Malraux, Ministro de Cultura de De Gaulle).
R: "Governador, é verdade que os americanos participaram do golpe militar no Brasil?
CL: "Não. Que eu saiba, eles participaram da libertação de Paris."
R: "Governador, é verdade que no Brasil as revoluções são feitas sem sangue?"
CL: "É. Como o casamento das francesas."
Nota deste Blog: Sobre a última resposta, é importante salientar que a virgindade era um tabu hipócrita entre os franceses, tratado com falso liberalismo. Poliglota, Lacerda respondeu a todas perguntas sem titubear e num francês castiço.
De Gaulle depois veio ao Brasil em visita oficial, mas Carlos Lacerda se recusou a recebê-lo na Guanabara.
Vendo o que sobrou da classe política nacional, onde poucos se salvam da ignorância primitiva e boa parte não merece confiança para se deixar uma carteira de cédula sobre a mesa, o jeito é beber na fonte do passado.
O carlos Lacerda sem dúvida nenhuma foi uma figura emblemática e que marcou um período muito conturbado da política brasileira.Seja qual for a opinião sobre ele,é impossível evitá-lo.O homem era fogo.Um abraço carlos santos, sou um leitor assíduo do seu blog.