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quinta-feira - 18/09/2008 - 12:07h

Larissa e Lahyrinho Rosado podem ser cassados – II

Gravações revelam negociação de votos em favor de ambos candidatos

O pedido de cassação do registro de candidatura a prefeito e vereador, da deputada estadual Larissa Rosado (PSB) e seu irmão Lahyrinho Rosado (PSB), está arrimada em provas contundentes. São diálogos gravados em áudio, bilhetes e depoimentos testemunhais.

Pelo menos três pessoas serão arroladas como testemunha: José Edilson Rodrigues, José Tarcílio Fernandes Vieira e Magno Rocha de França. Eles teriam sido envolvidas no aparelhamento da estrutura da Polícia de Trânsito em favor dos candidatos. O capitão Gomes, responsável pelo departamento, é o principal interlocutor.

Veja abaixo, alguns diálogos que constam da representação feita pela coligação "Força do Povo" à noite passada. São abjetas, mas não causam surpresa. Qualquer pessoa medianamente bem-informada em Mossoró já tomou conhecimento de situações dessa natureza na atual campanha e em pleitos passados.

Capitão Gomes e uma testemunha:

Capitão Gomes: Essa moto foi presa quando?
Testemunha: Vai fazer uns trinta dias que essa moto foi presa, mas aí meu cunhado falou com um pessoal aí, mas não deu certo e aí eu falei com Laíre e Laíre disse que o senhor era a pessoa que podia me ajudar.
Gomes: Certo. Você conhece o sargento Alcivan?
Testemunha: Conheço, conheço Alcivan.
Gomes: Você procure ele, mande ele dar uma ligadinha pra mim, que a gente vê como faz para soltar essa sua moto.
Testemunha: Veja o que o senhor pode me ajudar aí, porque essa moto aí eu quero tirar ela, num quero nem pra andar, doutor, eu quero tirar ela pra mim vender, eu não tenho nem condições de emplacar ela, tirar ela pra vender, entendeu?
Gomes: Você vota aqui mesmo?
Testemunha: Voto aqui, é.
Gomes: Você sabe também como é que eu preciso de uma ajuda sua, né?
Testemunha: Não, tranqüilo doutor, isso aí… Qual é o vereador do senhor? Quem é o vereador do senhor?
Gomes: Laíre.
Testemunha: Lahyrinho, né?
Gomes: Vou entregar sua moto, mas, vou precisar de você, viu? Precisar de você, precisar que você fale com sua esposa, seus vizinhos, sua família, você sabe, quando você precisar de mim eu posso lhe ajudar. Preciso que você dê uma força à gente, a respeito de, você sabe, essa votação agora, né?
Testemunha: Eu sei, agora…
Gomes: Que você ajude a gente… eu tô precisando do seu voto, viu?
Testemunha: Não, tranqüilo.
Gomes: Pra Larissa.
Testemunha: Capitão Gomes, dependendo de mim, eu, minha esposa, minha sogra…
Gomes: Você veja o que você pode fazer pra mim.
Testemunha: Não, tranqüilo.
Gomes: Tem Lahyrinho também, né?
Testemunha: Não, tranqüilo.
Gomes: Lahyrinho também, né?

Lahyrinho e outra testemunha:

Lahyrinho: Vá lá no Batalhão e procure Gomes.
Testemunha: Gomes? Eu preciso dizer o quê?
Lahyrinho: Pode dizer quem é você.
Testemunha: Eu não preciso dizer seu nome, Lahyrinho?
Lahyrinho: Diga o seu.
Testemunha: Lahyrinho, vai dar certo?
Lahyrinho: Ele vai fazer o possível!
Testemunha: Se não der certo lá, aí… Eu vou lá (…). Tá bom. Quer minha ajuda em alguma coisa?
Lahyrinho: Eu preciso do seu voto. (…) Qualquer coisa você volta a me procurar.
Testemunha: Você tá onde?
Lahyrinho: Tô lá no jornal.
Testemunha: O Mossoroense? Valeu!
Lahyrinho: Valeu!

Nota do Blog – Este Blog tem cópia de gravações feitas pelas próprias testemunhas.

* Volto rapidinho com outros enfoques sobre esse caso. 

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