Por Odemirton Filho
De vez em quando, ao encontrar um dos vários leitores deste Blog, tenho uma grata surpresa. Alguns me dizem que leem minhas crônicas, e gostam de lembrar fatos do passado que, aqui ou acolá, trago a este espaço. Segundo me dizem, revivem um pouco a infância e juventude.
Como sabemos, o ato de escrever não é fácil. Contudo, para não faltar ao nosso compromisso dominical com os leitores, buscamos no fundo da alma algo que faça despertar bons sentimentos e lembranças, quiçá algumas saudades.
Ora, até o nosso querido escritor Marcos Ferreira, vez ou outra, diz que enfrenta uma peleja medonha para escrever, imagine. Só que Marcos, mesmo quando afirma estar sem inspiração, consegue escrever de modo genial. De minha parte, entretanto, procuro resgatar aquilo que vivi, pois, além de lembrar bons momentos, sei que muitos dos fatos coincidem com o que foi vivenciado por alguns leitores.
Por vezes, nas conversas com os meus pais, procuro saber sobre o passado. E vejo que seus olhos brilham ao lembrar das festas do Clube Ipiranga e da ACDP; quando falam sobre o Cine Jandaia, o Cine Cid, o Caiçara, o Cine Pax; dos carnavais de tempos passados. Meu pai lembrou do Pavilhão Vitória e da lanchonete de seu Fenelon, na qual se servia a famosa “bananada”; do restaurante Umuarama e da sorveteria Oásis. Falou-me que, quando criança, brincava no horto florestal e tomava banho no rio Mossoró, à época, não poluído.
Entre os momentos dos quais me lembro, vem à memória o forró chique na ACDP, as festas da AABB, o Clube Realce, o Ferrão, o Burburinho, as vaquejadas nas cidades circunvizinhas, a pizzaria de Patrício português, a sorveteira do Juarez, os vesperais no Cine Pax, os comícios no largo do Jumbo e da Cobal. Além das brincadeiras com os meus primos na casa de nossos avós; das brincadeiras com os amigos no patamar da igreja de São Vicente e do veraneio na praia de Tibau, onde vivi doces dias da minha infância e juventude.
Por outro lado, não devemos ficar remoendo o que passou; “o passado é uma roupa que não nos serve mais”. Das lembranças de um pretérito imperfeito que todos vivemos, talvez, seja de bom tom extrair lições para não cometermos os mesmos erros. O edificante, creio eu, é carregar no peito boas lembranças e algumas saudades para aquecer o coração.
Para mim, lembrar fatos do passado é ver a fotografia da nossa vida, feita de ângulos diversos, certos ou errados. Sendo assim, transcrevo algumas palavras de um texto rabiscado por mim e publicado neste Blog, em 2018:
O passado sempre visita o presente na vã tentativa de reviver. Esqueçamos o pretérito imperfeito. Resgatemos, do passado, somente os melhores momentos.
Agradeço, de coração, aos leitores que embarcam comigo nessas viagens aos tempos de outrora.
Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça
Odemirton, há anos leio seus textos e tenho a satisfação de conversar pessoalmente com você para saber maiores detalhes de suas histórias. Realmente, o passado já conjugou. Sigamos em frente. Só vale relembrar boas lembranças e, apenas, para se alegrar. Um forte abraço!
Obrigado pela leitura e pelas conversas, lá no café de Rafael. Você foi uma excelente “aquisição” do Blog Carlos Santos, pois resgata fatos históricos de nossa terra, além de abordar temas diversos de forma brilhante.
Abração!
Gosto muito da leveza dos seus textos e eles me ajudam a voltar a lugares que nunca consegui esquecer; e nem quero! Criança alegre, cheia de entusiasmo, xodó do avô materno. Morei muito tempo em sítio e tomava leite direto das tetas da vaca. Ficava um restinho de açúcar e meu avô enchia o segundo copo. Aquela espuma quentinha é algo que desejo repetir. Será que terá o mesmo sabor?
Cara Bernadete, muito obrigado pelas palavras e pela leitura. Gosto de sua sensibilidade nos comentários, uma vez que sempre tem algo para acrescentar enriquecendo os textos.
Tenha uma semana abençoada.
“Leu a crônica de Odemirton?”, perguntou Natália.
Ainda não, respondi. “Pois já devia ter lido”, asseverou.
“Tá muito bonita. Falou até sobre você”.
Vou olhar agora mesmo, prometi. “Faça isso”.
E li mais uma beleza de crônica do Odemirton Filho.
Ótimo cronista querido por todos nós.
Obrigado pela referência à minha escrita.
Grande abraço, meu amigo. Saúde e paz.
Meu amigo, Marcos Ferreira. Você é uma referência para mim. Tenho o prazer de apreciar e aprender com os seus textos. Além, é claro, de privar de sua leve e prazerosa amizade.
Um forte abraço. Fique bem. Saúde.