Sobram-me motivos para exaltar: Alegria, alegria. A letra de Caetano Veloso parece infindável em sua capacidade de motivar, mexer, não nos deixar à parte.
O vÃdeo é de sua apresentação no Festival da TV Record em 1967.
Em pleno regime militar, a poesia cortante de Caetano sai ziguezaguando em alegorias e metáforas, para dizer que vale a pena seguir em frente.
Como ele mesmo diz… “O sol é tão bonito. Eu vou!
Aproveite bem o domingo e a semana. Vamos em frente?:
Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou
O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notÃcia
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não
Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento
Eu vou
Eu tomo uma Coca-Cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil
Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou
Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou
Por que não, por que não
Por que não, por que não
Por que não, por que não
Por que não, por que não
Show!