Mossoró não é uma cidade, é nosso lar.
Assim penso e, quando aí estou, como de resto em qualquer lugar, procuro seguir este paradigma. Em sendo nosso lar, queremos e gastamos para termos uma segurança melhor, uma alimentação adequada, uma boa iluminação, uma educação exemplar para nossos filhos, um saneamento básico (água e esgoto) que funcione plenamente sem nos causar nenhum problema, e uma limpeza impecável, para isso, contratam-se domésticas que cuidem da melhor forma possível do nosso espaço. Esse é o foco deste, que ouso chamar de artigo.
Eu imaginava que, em nossa urbe, ao ser construído o aterro sanitário e tendo quatro empresas contratadas para executar o serviço da “doméstica", o problema da limpeza urbana estivesse resolvido. Ledo engano.
Tenho lido diariamente apelos e críticas contundentes acerca deste serviço, que, diga-se de passagem, não é pago pela Prefeitura e sim pelos cidadãos, através da misteriosa (quanto ao montante arrecadado) da conhecidíssima “TLP“, taxa de limpeza pública, sabiamente incluída no boleto do IPTU.
Gostaria muito de, neste momento, falar acerca de coleta seletiva do lixo, que, ocuparia muita mão de obra, implantaria uma cultura diferente da atual em nosso lar, mas, faltam argumentos para isso.
Era o ano de 2004, e tomei a iniciativa de, gratuitamente, ir à casa da candidata Fafá Rosado, para entregar um ante-projeto com relação a esse assunto. Fato este que a fez telefonar para mim, agradecer e dizer que, se eleita, precisaria muito da minha orientação.
Agradeci a deferência e, nesta ocasião afirmei que, de forma graciosa, estava disposto a ajuda-la, visto que, o que havia aprendido acerca daquele assunto, tinha sido custeado pela Prefeitura, que patrocinou passagens e diárias no ano de 1993, para que eu passasse uma semana no IBAM (Instituto Brasileiro de Administração Municipal) no Rio de Janeiro, fazendo um curso relacionado ao assunto em pauta.
Nunca, nunca mesmo, recebi qualquer comunicado, convite ou coisa que o valha para debater projetos. Quando me dei conta, já haviam construído um aterro, Nada contra, aliás, só a favor, mas, nossa Mossoró não começou nem a engatinhar para mudar a cultura de um povo, melhorando sua educação, gerando renda para centenas de famílias e, sobretudo, diminuindo o volume do lixo coletado.
Reitero que não era isso que gostaria de estar escrevendo, no entanto, diante de tudo que toei conhecimento e que passa ao largo de milhares de contribuintes, não posso e não devo deixar de expressar minha perplexidade com o que acontece e deixa de acontecer em nosso lar.
Senão vejamos: Centenas de garis foram demitidos para dar os seus lugares à terceirização dos seus serviços; estranhamente, quatro empresas prestam o mesmo serviço, é como se o serviço de limpeza fosse um bolo e o mesmo precisasse (como foi) ser fatiado; não se sabe se, as sortudas empresas, só recebem seus pagamentos se apresentarem as provas de que recolheram os tributos federais, isso porque, a prefeitura, ao terceirizar os serviços, continua sendo co-responsável pelos direitos trabalhistas e pelas Leis sociais.
O que fazer ?
Você que se deu ao trabalho de ler o presente poderá está me perguntando.
Respondo, cobrar, cobrar e cobrar pelo que você pagou, exigir a transparência das Licitações, dos preços pagos e do desenvolvimento da nossa Cidade.
Para tornar isso uma realidade, algumas atitudes administrativas são necessárias, quais sejam: 1- Vontade Política; 2 – Recursos financeiros; 3 – Recursos humanos; 4 – Visão de futuro; 5 – Probridade.
Foi assim que foi feito em Curitiba, e, em Mossoró não seria diferente.
Valtércio Anunciato Da Silveira ex-secretário municipal e engenheiro civil
Pertinente e conduntente a preocupação do senhor. Fiz muitas leiturasa respeito deste problema sai as ruas investiguei muito a respeito da relação das pessoas com o lixo para escrever um texto de Teatro em 2008. A preocupação maior das pessoas não foi com os problemas que eu havia investigado, mas sim quem eu iria criticar.